quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

As dez mais de 29 de janeiro

Publicado por Kassu
AGUA BOA NEWS


O Filtro - Juliano Machado

Quinta-feira, 29 de Janeiro de 2009


Boa tarde,
Este é O Filtro, um roteiro do que há de mais relevante nos principais jornais do país hoje. Todas as manhãs, de segunda a sexta-feira, o boletim eletrônico estará disponivel no site de ÉPOCA.
Boa leitura.


As dez mais de 29 de janeiro
1. Lula amplia limite para o Bolsa Família
Desde o seu lançamento, o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) foi tratado como prioritário pela União. Mas parece não haver programa com que o governo mais se preocupe que o Bolsa Família. Um dia após o Ministério do Planejamento ter anunciado o bloqueio preventivo de R$ 37,2 bilhões do Orçamento de 2009, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu aumentar o limite de renda para ingresso no benefício social. Hoje, para ser inscrita, a família pode ter uma renda de R$ 120 por pessoa, no máximo. Agora, o valor subirá para R$ 137 mensais. Parece pouco, mas isso vai permitir a entrada de 1,3 milhão de novas famílias no programa, informa O Globo. O governo diz que a medida apenas acompanha o reajuste da inflação pelo INPC. O custo adicional em 2009 deve ficar em R$ 549 milhões. O ganho de capital político, por sua vez, é difícil de calcular, mas certamente não será pequeno.


Economia e Mundo
2. Governo desiste das licenças prévias para importação
Foi desastroso o desenrolar da proposta do governo de adotar licenças prévias de importação para vários setores da indústria. O projeto foi apresentado na segunda-feira e, de cara, provocou apreensão entre os empresários, preocupados com a provável demora burocrática para liberar artigos essenciais em suas linhas de produção. No dia seguinte, o governo já havia cedido um pouco, excluindo alguns setores da exigência e prometendo rapidez na análise das licenças. Como os protestos persistiram, inclusive partindo de órgãos internacionais, não restou outra alternativa: ontem, foi anunciada a suspensão completa da medida. Assim foi a curta vida do “ímpeto protecionista do governo brasileiro”, nas palavras do Valor Econômico.


3. Pacotão de Obama passa na Câmara
A Câmara dos Representantes dos Estados Unidos aprovou ontem o pacotão de estímulo econômico do presidente Barack Obama. São US$ 819 bilhões em corte de tributos e incentivos a setores como geração de energia, educação, assistência médica e programas sociais. Essa montanha de dinheiro contra a crise, para se ter uma ideia, é maior do que os gastos americanos com as guerras no Iraque e no Afeganistão até agora. Na visão do The Wall Street Journal, o pacote, ao focar a redução tributária em famílias de menor renda, diverge amplamente da forma como George W. Bush encarava o estímulo à economia. O desafio, agora, é ganhar o apoio do Partido Republicano no Senado – na Câmara, nem um único deputado da oposição votou a favor do projeto.


4. Crise aumenta risco de instabilidade política em 8 países europeus
É o que diz um estudo da seguradora americana Aon Corp, divulgado pela BBC Brasil: a crise econômica global aumentou o risco de instabilidade política em oito países europeus (Estônia, Grécia, Hungria, Islândia, Letônia, Lituânia, Eslováquia e Eslovênia) por causa de sua vulnerabilidade à turbulência financeira. No caso da Islândia, uma das nações mais prejudicadas pela crise, o primeiro-ministro, Geir Haarde, não resistiu e renunciou na segunda-feira. Pela classificação da Aon, os oito países passaram da categoria de baixo risco político para médio-baixo.


Política
5. “Sem querer”, Sarney é o candidato do PMDB à Presidência do Senado
O senador e ex-presidente da República José Sarney (PMDB-AP) prometia havia mais de cinco meses que não ia se candidatar à presidência do Senado. Numa sabatina realizada pela Folha em agosto, ele fora taxativo: “Não quero ser presidente de nada.” Mas os pedidos do partido para que pensasse no “serviço ao país”, segundo ele, foram determinantes para mudar sua cabeça. “Não queria, resisti, mas eu acho que é importante a minha candidatura num momento como esse em que há uma crise mundial”, diz Sarney. Já entrando como favorito, ele defende uma “candidatura de unidade”, num claro recado ao petista Tião Viana (AC), que também almeja o cargo. Sabendo da força do experiente político maranhense, Viana parece não ter muito o que fazer...


6. Governo federal compensa Roraima com terras
O presidente Lula assinou um decreto que transfere para o Estado de Roraima 6 milhões de hectares em terras produtivas que pertenciam à União (o equivalente a 40 vezes a área do município de São Paulo). Lula disse que se trata de uma compensação aos agricultores por conta da demarcação contínua da reserva indígena Raposa Serra do Sol, embora o governo de Roraima não tenha encarado dessa forma. Agora, como informa O Globo, o presidente espera que os produtores locais falem menos e trabalhem mais com mais áreas para plantar. “A bola agora está com o governo do estado, a bola está com o povo de Roraima, a bola está com os políticos de Roraima. Por favor, espero que termine a tensão de reclamação e aumente a tensão de produção no estado.”


Justiça
7. Itália vai recorrer ao Supremo no caso Battisti
O governo brasileiro já deixou claro que não quer mais ouvir falar de Cesare Battisti, o ex-terrorista de esquerda a quem foi concedido asilo político, mesmo condenado na Itália à prisão perpétua por quatro assassinatos. Mas o governo italiano não pretende encerrar o assunto. Indignadas com a decisão do ministro da Justiça, Tarso Genro, as autoridades italianas anunciaram que vão recorrer a “todas as opções do ordenamento jurídico do Brasil que possam conduzir ao objetivo de obter a extradição de Battisti”, como informa o Estadão. Só resta à Itália tentar convencer o Supremo, que ainda vai julgar o caso.


Urbanismo
8. Lula será consultado sobre praça de Niemeyer em Brasília
O governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda, vai conversar com o presidente Lula no dia 6 sobre o polêmico projeto de Oscar Niemeyer de construir uma praça no gramado central da Esplanada dos Ministérios, em Brasília. Foi o presidente quem pediu ao arquiteto a edificação de um museu em memória dos ex-presidentes, que faria parte da chamada Praça da Soberania. O problema é que os decretos de tombamento e o plano urbanístico da capital federal não permitem erguer nenhuma construção no gramado. Segundo o Correio Braziliense, Arruda vai dizer a Lula que não tem dinheiro em caixa nem previsão de verba para construir a praça, para a insatisfação de Niemeyer, que faz questão de ver seu projeto concretizado.


Meio ambiente
9. UE retira verbas para emergentes cortarem CO2
A União Europeia apresentou ontem em Bruxelas seu projeto climático de substituição ao Protocolo de Kyoto, que expira em 2012. A exigência de que os países emergentes tenham metas de redução de 30% nas emissões de gás carbônico até 2020 foi mantida, conforme havia adiantado o Estadão, mas foi suprimida a parte que especifica os recursos financeiros para que essas nações cumpram esse objetivo. Estavam previstos € 100 bilhões anuais (cerca de R$ 300 bilhões) aos países em desenvolvimento em programas ambientais, dos quais € 30 bilhões viriam de fundos dos países ricos. Pressionada por seu pior momento financeiro desde a Segunda Guerra Mundial, a Europa agora recua, o que pode levar ao fracasso do novo acordo climático mundial.


10. O que se passa com Robinho?
Pelé, o Rei do futebol, é conhecido por suas opiniões controversas justamente sobre futebol. Ontem, como diz O Globo, ele “não esperou a conclusão das investigações da polícia inglesa” para criticar o jogador Robinho, do clube inglês Manchester City, acusado de ter estuprado uma jovem que ele teria conhecido numa boate da cidade de Leeds, no dia 14. “Lutamos tanto para abrir as portas para as novas gerações, então é triste ver um expoente jogador que poderia dar exemplo fazendo isso não só com o futebol, mas com o próprio país”, afirmou Pelé. Não há nada provado contra Robinho, que já prestou depoimento sobre o caso. Mas Pelé não deixa de ter razão em se preocupar com o futuro do craque da Seleção, que cresceu no Santos com a “bênção” do Rei. Antes desse caso mais grave, Robinho já protagonizara alguns episódios de indisciplina (foi multado recentemente por seu clube após sair da concentração sem pedir autorização) e passa a impressão de que não está focado totalmente na carreira. Mesmo se ele realmente for inocente no episódio da boate, seria bom refletir um pouco e ouvir seu antigo “mentor”.

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