Bovespa tem pregão suspenso após queda superior a 10%
A sensação cada vez mais forte de que o mundo está entrando numa recessão prolongada ditou outro dia de perdas profundas nos mercados internacionais, movimento que contaminou a Bolsa de Valores de São Paulo.
O Ibovespa fechou em queda de 10,18%, aos 35.069 pontos, no menor nível desde setembro de 2006. Na última hora do pregão, os negócios chegaram a ser suspensos pelo circuit breaker, depois de o índice ter ultrapassado 10% de baixa. O giro financeiro da sessão foi de R$ 4,2 bilhões.
Em Wall Street, as bolsas de valores despencaram para os menores níveis em cinco anos com investidores lutando contra as crescentes perspectivas pavorosas para a economia global seguindo uma série de resultados e previsões desapontadores das principais companhias norte-americanas. O índice Dow Jones teve forte queda de 5,69%, a 8.519 pontos. O Standard & Poor's 500 despencou 6,10%, a 896 pontos. O Nasdaq caiu 4,77%, a 1.615 pontos.
A queda da Bolsa de São Paulo foi puxada pelas ações ligadas às commodities e bancos. Quando os negócios foram suspensos, as ações ordinárias da Petrobras (ON, com direito a voto) caíam 9,59%. Já os papéis da Vale despencaram 7,80%. O risco de recessão global faz com que o preço das commodities caia. A Bovespa é formada em grande parte por empresas ligadas ao setor de commodities. Por isso, a Bolsa brasileira é fortemente afetada por este cenário.
Para as ações de bancos, além da piora do ambiente externo, pesou também a redução do crédito e a divulgação da MP 443, que autoriza o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal a comprarem participações e até o controle de instituições financeiras públicas ou privadas, sem processo de licitação. As ações do Unibanco apresentavam queda, de 6,61%; Banco do Brasil ON caía 9,82%; Bradesco ON despencava 8,45% e Itaú PN desabava 10,78%.
Analistas ressaltam, porém, que não vêem muita relação dessa queda expressiva das ações do setor bancário com a divulgação da MP 443. "É mais uma medida preventiva, que mostra que o BC está em estado de alerta", disse uma fonte. De acordo com a medida, os dois bancos federais poderão comprar participações em instituições financeiras, públicas ou privadas, sediadas no Brasil, incluindo empresas dos ramos securitário, previdenciário e de capitalização, entre outras. Além disso, o negócio poderá ser realizado sem qualquer licitação para isso.
A MP 443 autoriza ainda a criação da empresa Caixa - Banco de Investimentos S.A., sociedade por ações, subsidiária integral da Caixa Econômica Federal, com a finalidade de explorar atividades de banco de investimento. Além disso, o BC poderá realizar operações de swap (contratos que trocam os rendimentos em juros pela oscilação da moeda estrangeira) de moedas com bancos centrais de outros países.
A norma libera também o Banco Central do Brasil para realizar operações de swap (contratos que trocam os rendimentos em juros pela oscilação da moeda estrangeira) com bancos centrais de outros países, nos limites e condições fixados pelo Conselho Monetário Nacional. Leia mais ao lado. (Redação/Com Agências).

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