segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Notícias agrícolas - 27/10/2008

Carne mais cara
27/10
Graziele Forest

Pato Branco - As carnes continuam encarecendo as compras dos consumidores em supermercados. Porém, as classes mais baixas são as mais prejudicadas, pois neste ano as carnes de segunda subiram mais do que as de primeira.

O médico-veterinário do setor de Bovinocultura de Corte da Seab (Secretaria Estadual de Agricultura e Abastecimento), Adélio Ribeiro Borges, aponta possíveis motivos para o fato. Ele garante que a alta nos preços é sentida em todos os tipos de carne tanto de gado, frango ou suíno. No entanto, neste ano uma situação atípica está acontecendo, as carnes de segunda, principalmente de gado, estão com preços mais caros.

Ele comenta que tudo começou com o aumento no custo de produção que fez com que os produtores reduzissem o número de fêmeas, reduzindo conseqüentemente o plantel para abate. Outro fator é a entressafra da pecuária, que vai de junho a dezembro. Devido ao inverno a pastagem reduz e a engorda do gado também. Conseqüentemente aumentou o preço da arroba do boi, o preço do boi magro para os produtores comprarem e engordarem e o preço da carne no atacado e no varejo para o consumidor final.

Diário do Sudoeste


Bolívia libera exportação de milho e óleo de soja após acordo com produtores
27/10
Da EFE

EFE - O Governo da Bolívia autorizou a exportação de milho e óleos de soja, após suspender as restrições em vigor há oito meses graças a um acordo obtido com os produtores do leste do país, informaram sábado fontes empresariais.

O vice-presidente da Câmara Agropecuária do Oriente (CAO), Piedades Roca, e o presidente do Instituto Boliviano de Comércio Exterior (IBCE), Ernesto Antelo, confirmaram à Agência Efe que o Executivo tomou a decisão em reunião realizada na sexta-feira em Santa Cruz, a maior região produtora do país.

À reunião compareceram os ministros de Planejamento, Carlos Villegas, e de Desenvolvimento Rural, Carlos Romero, que se encontraram com os empresários durante 12 horas.

A decisão beneficia principalmente as empresas de óleos do leste do país, entre elas a filiais do Grupo Romero do Peru e da sociedade americana Archer Daniels Midland, que tinham armazenadas um milhão de toneladas de oleaginosas.

Segundo Roca, o Governo aceitou a exportação das oleaginosas em um cronograma até abril de 2009 devido à preocupação dos produtores com o armazenamento de um milhão de toneladas das mesmas.

Em troca, os produtores de Santa Cruz se comprometeram com o Executivo a garantir que o mercado interno esteja abastecido com esses produtos com "preços justos". EFE


Norte de MT lança milho transgênico para a safrinha 2009
27/10
Tauana Schmidt

Lucas do Rio Verde, no médio norte mato-grossense, foi o município escolhido para lançar três híbridos de milho transgênicos para a safrinha 2009 do grão. As variedades são as primeiras linhas transgênicas do milho lançadas no Brasil e adaptadas especificamente para o clima e solo de Mato Grosso. As sementes conferem ao grão, maior proteção contra o ataque das principais pragas que atingem a cultura. O lançamento foi feita na última quinta-feira.

São os híbridos DKB 330 YG, DKB 350 YG e DKB 390 YG com a tecnologia Yieldgard® da empresa Dekalb. A tecnologia oferece maior resistência dos grãos contra três espécies de lagartas que causam, entre as diversas que atingem a cultura, os maiores danos à produção.

No Brasil, Mato Grosso foi o estado escolhido para a primeira apresentação dessas sementes, por causa do potencial produtivo de milho safrinha que o Estado tem. “Além de serem híbridos próprios para esse Estado, Mato Grosso tem um peso importante para a agricultura brasileira”, aponta o gerente nacional de tecnologia da Dekalb, Antônio Ferreira Neto.

Ele explica que essas três lagartas atingem diferentes partes da planta. A broca-do-colmo – parte que dá sustentação para a planta e onde as folhas estão fixadas –, que oferece dano potencial de 21%. A lagarta-do-cartucho - ponta do milho -, com dano potencial de 40% e a lagarta-da-espiga, que tem o dano potencial de 8%. Com as sementes desses híbridos, o produtor rural pode dispensar a aplicação de inseticidas para essas pragas. “Como o controle de pragas com venenos nem sempre é eficiente, o produtor acaba tendo algum prejuízo na colheita.

Essas sementes contêm uma substância que, ao ser ingerida pelas lagartas, destrói o sistema digestivo do inseto e o mata ainda pequeno, antes que comece a se alimentar do milho.

A tecnologia Yieldgard® foi inserida nos híbridos já conhecidos pelos agricultores: DKB 390, caracterizado pelo alto teor produtivo. DKB 350, líder da safrinha e DKB 330, superprecoce no florescimento e na colheita. “As primeiras opções de milho geneticamente modificado DKB 390 YG, DKB 350 YG e DKB 330 YG mantêm as características das versões convencionais, mais a expressão de uma proteína que atua em toda a planta durante todo o ciclo da cultura, promovendo um controle mais eficiente das lagartas e de maneira ecologicamente compatível com a preservação do meio ambiente”, explicou Neto.

Uso – Essas sementes transgênicas já são cultivadas nos Estados Unidos, África do Sul, Argentina, Alemanha, Espanha, República Tcheca, Filipinas, Portugal, Eslováquia e Japão. Levantamentos apontam que o uso delas, durante a safra 2005, se comparada a de 2004, resultou aos produtores norte-americanos uma colheita com produtividade 24% maior, redução do uso de inseticidas em 27% e ganhos financeiros 26% superiores, considerando as pragas daquele país.

Diário de Cuiabá


Tecnologia permite produção de diesel de cana-de-açúcar
27/10
A cana-de-açúcar já é utilizada em larga escala no Brasil para a produção de álcool combustível. Até 2010, a cana deve tornar-se matéria-prima para mais um combustível renovável, um tipo de diesel. A nova tecnologia foi desenvolvida pela empresa norte-americana Amyris em sociedade com a Votorantim e a Usina Santa Elisa, de Sertãozinho (SP).

A meta de produção é de 400 milhões de litros no primeiro ano e um bilhão de litros até 2012. A idéia é que a produção aumente e ganhe espaço mundial gradativamente, com custo igual ou inferior ao do diesel feito à base de petróleo. O custo inicial do barril está previsto para US$ 60.

O processo de produção é muito parecido com o do álcool combustível. A única modificação é que a levedura (fungo microscópico) que fermenta os açúcares da cana e secreta o álcool tem seu DNA geneticamente modificado para secretar diesel.

Além da não dependência do petróleo para a produção de combustíveis, o diesel de cana-de-açúcar tem a vantagem de ser bem menos poluente. Enquanto o biodiesel de óleos vegetais e o diesel de petróleo têm uma mistura de diversas substâncias, o diesel feito à base de cana tem apenas o farneceno. A substância é uma molécula com 12 átomos de carbono que tem todas as propriedades essenciais do diesel de petróleo, mas nenhuma das indesejadas.

Agência Graffo

Folha de Londrina



Campo sofre efeitos da crise
27/10 - 00:00
Os impactos da crise econômica que assolam o mundo já causam preocupação aos produtores rurais da região dos Campos Gerais. Para quem trabalha com exportação a situação é ainda mais drástica. Os produtores trabalham com um mercado internacional temeroso e poder de compra cada vez menor. Se no ano passado as vendas de trigo, por exemplo, atingiam as cifras de R$ 10 milhões, este ano a previsão é de a comercialização diminuir cerca de 70%.

O produtor e conselheiro do Sindicato Rural da região, Luiz Pilatti Rosas, revela que uma das situações que mais complica é o elevado custo de produção. "O adubo subiu, do ano passado para esse ano, de R$ 600 para R$ 1.600 a tonelada. Além do mais quando começamos a plantar trigo trabalhamos com venda de R$ 800 por tonelada e agora custa R$ 400. Ou seja, os reflexos da crise já podem sim ser sentidos", ressalta Pilatti.

Ele prevê que, devido a crise, a população mundial deverá se adaptar a uma nova realidade econômica. "O poder de consumo irá cair e todos deverão se adequar. Dessa forma, o mercado diminui, não tem para quem vender. É uma cadeia de dificuldades que toma conta do mundo. Qual será o tamanho do impacto no futuro? Isso só o tempo irá dizer", afirma Pilatti.

A preocupação em relação a essa turbulência econômica incomoda também o diretor do Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria Estadual de Agricultura e Abastecimento (Seab), Francisco Carlos Simioni. "Essa crise está indo como uma onda que não pára de crescer. A venda de matérias-primas, como soja e milho, para o mercado externo pode sofrer impactos", diz. Segundo ele, já houve redução de comercialização de julho até este mês. "Não sabemos o quanto diminui ainda porque os números ainda não foram fechados. O que já dá para saber é que a queda do milho é maior. A soja por ser mais dinâmica consegue se manter", explica Simioni.

O diretor do Deral também afirma que os custos da produção atrapalham os produtores. "A implantação e a manutenção aumentaram muito no último ano", comenta.

"Para enfrentar a crise ele afirma que é necessário prevenir, ter um capital para conseguir encarar os problemas", afirma Simioni.

80% dos produtores têm crédito

Segundo ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, aproximadamente 80% dos agricultores estão em condições de plantio e com crédito. Stephanes adiantou que se for preciso o governo pode liberar mais crédito para o setor. "Nós estamos acompanhando dia-a-dia o que está acontecendo em relação ao plantio, e à medida que se comprovar necessidade de crédito, efetivamente vamos tomar decisões", disse. O ministro reconheceu que existem questões "residuais", onde existem dificuldades para financiar o plantio.

Situação preocupa produtores locais

O gerente da Cooperativa Agrícola Mista de Ponta Grossa (Coopagrícola), Baltazar Printce, revela que a crise econômica traz impactos diretos para quem atua no ramo de cooperativas. "Estamos com uma redução dos preços de milho e soja. E ainda enfrentamos uma restrição de linha de crédito. Temos que zerar as contas para manter as lavouras, mas a situação já preocupa a gente", afirma.

Segundo ele, o preço do dólar poderia facilitar a exportação. "Mas com o atual cenário econômico complica, esse é o principal problema. Achar quem compre", diz.

O presidente do Sindicato Rural dos Campos Gerais, Sérgio Sozin, afirma que a principal questão é a dificuldade de conseguir liberação de recursos. "Os bancos restringiram os créditos rurais devido a essa inconstância de mercado", diz. Além do mais, Sozin relata que a queda dos preços dos produtos dificulta ainda mais a situação. "Não podemos nem cobrir o custo da produção. Dessa forma, o melhor a se fazer é ficar quieto, na espera do que o mercado reserva mais para frente", acredita o presidente.

Mesmo com a informação de que o Governo Liberal deve aplicar cerca de R$ 2,5 bilhões para a agricultura, o presidente do Sindicato acredita que essa quantia ainda não será suficiente. "Deve ser liberado mais, mesmo com esse dinheiro não será possível cobrir os custos da produção", afirma.

Ele ainda prevê que a situação pode piorar. "O Paraná é sempre o último estado que tem prejuízo em épocas de crise. É algo histórico. As perspectivas não são boas para frente. Tem que manter o pé no chão, aguardar passar o tempo para ver se essa crise se ameniza", aconselha Sozin.

Tendência é de os preços caírem

Segundo o diretor do Deral, Francisco Carlos Simioni, a tendência de mercado mais para frente é de que os preços normalizem. "Não dá para falar em tempo nessas situações. Mas quando você enfrenta uma crise internacional o mercado pode ter mais oferta, com isso a redução ou uma estabilidade de preços é quase certa", afirma.

Quando o assunto é a liberação dos R$ 2,5 bilhões para agricultura por parte do governo federal, Simioni aponta que essa é uma forma de "olhar para frente". "É necessário uma linha especial de crédito para dar suporte a safra 2008-2009. Não se pode correr riscos nestas situações", ressalta.

Como a crise afeta o Brasil

Tudo começou nos Estados Unidos como uma crise no pagamento de hipotecas que se alastrou pela economia e contaminou o sistema mundial. Banco atrás de banco por lá apresentou perdas bilionárias, outros chegaram a quebrar. Na Europa também há vítimas. No Brasil, a crise atinge vários setores por causa da forte contração de crédito.

As quebras e os problemas enfrentados por bancos até então considerados importantes e sólidos geraram o que se chama de "crise de confiança". E em um mundo de incertezas, o dinheiro pára de circular. E em uma economia globalizada, a falta de dinheiro em outro continente afeta empresas no mundo todo.

No Brasil, o principal efeito da crise é a dificuldade em se obter dinheiro. Grandes empresas que dependem de financiamento externo passam a encontrar menos linhas de créditos disponíveis.

Outra conseqüência da crise nos EUA é haver alguma desaceleração do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro. Isso porque o consumo das famílias e o investimento das empresas, dois dos principais pilares de expansão da economia nos últimos anos, cresceram justamente pela farta oferta de crédito. Com menos dinheiro, gasta-se menos, produz-se menos e o crescimento é menor.

Também serão afetadas as exportações do país, que devem cair porque os países compradores estão se desaquecendo e possuem menos dinheiro para comprar e menos população com capacidade de consumir.

Representantes de 10 federações ligadas à Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) reclamaram que os recursos anunciados pelo governo para a agricultura ainda não chegaram ao produtor, e que as dificuldades para a obtenção de crédito, principalmente para a compra de insumos, está latente.

"Não conseguimos achar, em todo o Brasil, um produtor que tenha conseguido acesso ao crédito anunciado. Com isso, dá para projetarmos uma queda superior a 5% para a próxima safra", afirmou o presidente da Comissão de Grãos e Oleaginosas da CNA, José Mário Schreiner. "O governo precisa urgentemente fazer com que as medidas cheguem ao campo porque há dificuldade para a renovação de créditos em todos os bancos".


Jornal da Manhã.
Autor: Diego Antonelli



Oferta de leite cresce e o preço cai
27/10 - 00:00
O excesso da produção de leite neste ano, tanto no País como no Estado de Goiás, é uma das principais causas das atuais dificuldades do setor.

A conclusão é do gerente de Assuntos Técnicos e Econômicos da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Goiás (Faeg), Edson Alves Novaes, ao proferir palestra sobre o assunto, dentro da programação da Feira Agro Centro-Oeste.

Conforme o técnico da Faeg, o crescimento da produção de leite foi de cerca de 20% no País e de pelo menos 15% em Goiás. O Estado produziu aproximadamente 2,7 bilhões de litros em 2007 e deve ultrapassar os 3 bilhões de litros este ano.

Segundo Edson Novaes, esse crescimento foi fruto direto do estímulo recebido pelo produtor no ano passado, quando em setembro os preços médios ficaram entre R$ 0,80 e R$ 0,84, seguramente dentre os melhores já conseguidos pelo setor.

Queda
Para Edson Novaes, além do aumento da produção, o consumo de derivados de leite caiu em todo o País, gerando um excesso de oferta e a conseqüente queda de preços, que chegou a 12% no caso do leite em caixinha e 8,5% no queijo mussarela. Esse desequilíbrio levou a um processo de baixa nos preços pagos ao produtor em plena entressafra, quando em princípio a tendência é de alta.

Segundo o técnico, em setembro passado os produtores receberam entre R$ 0,60 e R$ 0,65, o que representa de R$ 0,20 a R$ 0,25 a menos que no mesmo período do ano passado.

Edson Novaes explica que para complicar ainda mais a situação do produtor, os custos de produção do leite vem aumentando exageradamente, chegando a 50% nos últimos 12 meses. Ele lembra, como exemplos, o aumento de 30% nos preços da soja, de 15% no do milho e de mais de 130% no fosfato de cálcio.

“Diante desse quadro, a recomendação da Faeg é para que o produtor racionalize custos, busque insumos alternativos para a soja e o milho, mesmo que isso custe redução da produção”, diz Edson Novaes. Ele acrescenta que a expectativa é de que a situação comece a melhorar a partir de janeiro, tendo em vista que a valorização do dólar frente ao real deve refletir em aumento das exportações.

“Também há sinais de reação dos preços do leite em pó no mercado internacional”, diz o técnico da Faeg.


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Autor: Edimilson de Souza Lima

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