sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Fiscalização fecha oito serrarias em assentamento de MT

Elas cortavam árvores dentro de área de reforma agrária.
Ibama apreendeu mais de mil metros cúbicos de madeira.

Iberê Thenório
Do Globo Amazônia, em São Paulo

Uma operação do Ibama realizada em Mato Grosso fechou oito serrarias que operavam de forma irregular no município de Nova Ubiratã, no norte do estado. De acordo com o instituto, elas estavam localizadas dentro do assentamento Nova Esperança, de onde retiravam madeira.



Os 1.264 metros cúbicos de madeira apreendida foram doados à prefeitura de Nova Ubiratã, que precisou alugar caminhões para transportar as tábuas e toras. (Foto: Ibama-MT / Divulgação)

Segundo Evandro Selva, chefe de fiscalização do Ibama de Sinop, que acompanhou a operação, seis empresas eram totalmente clandestinas e foram lacradas. Em uma delas, os funcionários fugiram quando perceberam a chegada dos fiscais, e a serraria foi desmontada. “Quando acontece isso e não localizamos o responsável, fazemos a apreensão tanto da madeira quanto dos equipamentos”, relata.

De acordo com Selva, o fato das empresas estarem localizadas dentro de um assentamento não é, por si só, um crime ambiental. O problema estaria no corte e venda ilegal da madeira. “São madeireiras de lá que ‘esquentam’ [conseguem documentos falsos] essa madeira. Aqui na região, que impera é isso. Se não tiver documento, outra madeireira arruma”, explica.

No total, foram aplicados R$ 210 mil em multas e apreendidos 1.264 metros cúbicos de madeira, que foi doada para a prefeitura local. Segundo o fiscal, eram tantas tábuas que foi necessário alugar caminhões para realizar o transporte.


Novas rotas

A maior parte do material apreendido era formado pelas espécies itaúba e champanhe. “O metro cúbico de itaúba serrada custa mais de mil reais”, relata o fiscal do Ibama. Segundo ele, a madeira era escoada por uma rota nova, que sofria pouca fiscalização.

“Imaginávamos que o transporte seria feito pela BR-163 [rodovia Cuiabá - Santarém], mas a madeira estava saindo pela BR-070. Para nós, de Sinop, são 270 quilômetros de distância. Para chegar até lá, rodamos 80 quilômetros em asfalto, e o resto é chão”, reclama.


Mapa interativo

Todo os pontos de desmatamento ocorridos na Amazônia no mês de outubro podem ser vistos no mapa interativo do Globo Amazônia, onde também é possível observar os focos de incêndio em tempo real e protestar contra a destruição da floresta.

No município de Nova Ubiratã, um foco de desmatamento de quase um quilômetro quadrado já recebeu 1487 manifestações de internautas, que reclamaram da devastação.

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