AGRESSORES DE FARDA: Trabalhador é espancado por dez policiais militares
Vítima teve 2 costelas quebradas, hematomas e marcas, causadas pela bota dos PMs
Caroline Rodrigues
O operador de empilhadeira, Uânderson Paes Barbosa, foi agredido por policiais militares na bairro Nova Esperança 1, em Cuiabá. Ele teve 2 costelas quebradas, vários hematomas e marcas, causadas pela bota dos PMs, nas costas e nas pernas. Este é o quarto caso de agressão em menos de 60 dias. Em dezembro, foram duas vítimas. Um frentista que estava fazendo "bico" em um estacionamento na área central e uma mulher grávida de 7 meses, que tentou defender o marido de policiais. O terceiro caso foi em janeiro, quando um jovem de 18 anos foi arrancado de casa e espancado em um terreno baldio, no bairro Planalto.
O quarto aconteceu na segunda-feira (5). Uânderson conta que depois do trabalho, foi para um espetinho que fica no bairro. No local, ele teve um desentendimento com o dono do estabelecimento, Carlos Roberto, devido ao valor da conta. O proprietário chamou os policias que já chegaram lhe agredindo com um soco no tórax. "Os PMs desceram da viatura dizendo que eu era o cara que comia, bebia e não queria pagar. Mas, eu tinha dinheiro, só não achei justo o débito porque eu não consumi o que estava lá".
Um dos integrantes do grupo, formado por 10 policiais, foi identificado como cabo Dias. A vítima viu o nome na farda do agressor, que era o mais exaltado e segundo moradores da região na semana anterior o cabo havia agredido um adolescente no bairro vizinho, o Jardim Industriário.
Uânderson foi espancado pelo policiais até ficar desacordado, depois foi levado para o Cisc
Os PMs pegaram o rapaz e o empurraram para um salão, cujo dono também é Carlos Roberto. O imóvel fica próximo ao espetinho. Enquanto 2 PMs ficaram na porta, para garantir que ninguém entrasse e os demais bateram na vítima, que ficou desacordada. Os militares também usaram armas "Teaser" (de choque) na ação.
Uânderson diz que havia uma garrafa pet cheia de refrigerante dentro do ambiente e o cabo Dias a usou para bater na cabeça dele.
Um dos clientes que viu a situação e tentou intervir, também foi preso. No boletim de ocorrência, confeccionado a partir do relato do cabo Dias, descreve que ele tentou obstruir o trabalho da polícia.
Os dois foram encaminhados ao Centro Integrado de Segurança e Cidadania (Cisc) do Coxipó. No local, um dos PMs envolvidos ainda deu três socos na cabeça de Uânderson, que ficou em uma sala até ser atendido pelos policiais civis. (Gazeta Digital)

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