Duas viagens pelo Vale do Araguaia uma em 1994 e outra em 2009
Por Kassu
AGUA BOA NEWS
Maio de 1994
Saí de Água Boa para conhecer a região do Baixo hoje Norte Araguaia. Na época as margens da BR158 tinham grandes postos de combustíveis madeireiras oficinas e até grandes casas de diversões com mulheres vindas até de outros estados por que corria muito dinheiro para aquelas bandas. Logo após Ribeirão Cascalheira avistei uma Empreiteira das maiores do país com mais de uma centena de máquinas levantando a estrada e caminhoneiros felizes na esperança que naquele embalo o asfalto chegaria a pouco tempo no Estado do Pará. A rodovia que desde o trevo de Canarana não era asfaltada mais estava bem conservada só tinha muita poeira por que o tráfico era intenso.
No Alô Brasil uma parada para contemplar o movimento e muita dificuldade para encostar minha Mercedes 608 na bomba havia caminhões carregados que ocupavam todo espaço. Na época milhares de posseiros ocupavam a Fazenda Macife e tinha tal de Baiano do Jipe, Zé Pretinho, José Rico e outros que a polícia oferecia recompensa para desse a pista do paradeiro por que era grandes líderes da invasão e temido por todos.
De manhã quando levantei vi de tudo naquele lugar mais candidatos a posseiros chegando outros trabalhadores braçais numa pobreza danada pedindo emprego era por ali que fazendeiros buscavam os diaristas braçais. Tinham de tudo naquele lugar grandes oficinas e até uma farmácia. Logo de manhã aviões começar sobrevoar a região jogando sementes de capim em inúmeros desmatamentos. Não esqueça meu caro internauta, nós estamos em 1994.
Agora é hora de partir estou indo a um povoado por nome de Bom Jesus, depois de subir e descer muitas encostas em trilhas encontrei o lugar que de “bom” só tinha o nome. Poucos casebres e muita confusão. As terras férteis naquele momento quase todas já tinham “dono” atraia goianos e pessoa de todos os lugares. Quem não conseguia colocação comprando um lote tinha uma segunda opção continuar a viagem até Posto da Mata ou Confresa. Só que esta segunda etapa da viagem você vai ler em um próximo capítulo...
Janeiro de 2009
Saímos de Água Boa desta vez em Fiat Uno novinho em folha. Depois de percorrer alguns quilômetros um Presídio de grande dimensão até assusta. Posto Rei da estrada na época com pátio lotado, só caminhões boiadeiros da Sadia tinha mais de trinta. Agora até parei pra ver pensei que estava fechado. Não tinha sequer um veículo no pátio.Na região de Serra Dourada muitos buracos no asfalto, sem placas de aviso “aquele problema antigo, placas só para divulgar candidatos em época de eleições” a pista muito boa logo na frente um buraco enorme pneu estourado e a roda (ver na foto). A vila da Serra parada no tempo. Depois do trevo da Canarana continuou o asfalto velho e mal cuidado. Matinha poucas pessoas mesclado entre índios e brancos. Ponto da Rosa ou Carazinho apesar de aberto não vi a grande borracharia e nem o movimento de fazendeiros e de caminhoneiros.
Posto Gato Preto fechado e abandonado. A estrada quase não tem movimento mais os buracos continuam. Carros que são poucos alguns com pneus furados encontramos um de uma família de Santa Catarina que havia furado os dois no mesmo buraco.
Estamos em Ribeirão Cascalheira. Pensamos em abastecer na saída e almoçar em uma grande Churrascaria na saída Norte. Surpresa tudo fechado. Viajamos um pouco fim do asfalto esburacado. Daqui pra frente estrada de terra. Os poucos veículos na estrada viraram companheiros, velocidade máxima 40 km. Encontramos a frente muitas lavouras de soja que deram lugar aos bois e a extração de madeiras.
Estamos no Posto da Malu virou uma fazenda muito movimentada com pista de pouso e enormes construções e secadores. “Há uma novidade, não tínhamos visto nem uma máquina na estrada para dar esperança aos motoristas. Em um pátio do lado do posto têm muitas com a logomarca do governo do Estado. De tanto tempo que estão paradas o mato está cobrindo todas”.
Estamos em Campina uma vila criada pela extinta Coopercana do distrito já emancipado de Bom Jesus do Araguaia. Parada em um supermercado estávamos sem almoço e era hora do jantar “lembra a churrascaria de Cascalheira estava fechada e não quisemos voltar para comer”. O dono um jovem político vereador recém empossado Presidente da Câmara de Bom Jesus. Depois de recebermos informações do nobre parlamentar e lanche feito, continuamos a nossa empreitada.
Encontramos buracos que cabe um caminhão inteiro. Enfim chegamos ao Alô Brasil.
De tudo que vi em 1994 só resta um bar de parada de ônibus com pão de queijo delicioso. Mais um lanche por que o a nossa próxima parada será naquela vila de 1994 que na minha memória não tinha nada.
Bom Jesus do Araguaia uma região em desenvolvimento
À noite tivemos uma reunião com prefeito e vereadores de toda região jantamos com todos e fomos a festa da Mansão do Frró, onde tinha desfile de modas e é claro um bailão. Camionetas reluzentes e carros e motos faziam o movimento na noite e rondavam a festa. Como o nosso objetivo era sem dúvida ver para escrever ficamos um pouco e fomos dormir em um Hotel em frente.
A cidade está em ritmo acelerado de desenvolvimento chegando Banco do Brasil; Agência dos Correios; Cooperativa Sicredi já está em prédio novo; uma casa de materiais de construção de grande porte está se instalando. Aluguel não tem nada em oferta, nem comercial ou residencial. O Laticínio recebe uma quantidade enorme de leite. Um comércio em geral me surpreendeu. Já tem de tudo. As construções se multiplicam. Um lote na avenida principal está avaliado em R$30.000,00.
Fico imaginando como aconteceu em 2000 em Água Boa com o giro do dinheiro do Pronaf A muitos comércios prosperaram. Em Bom Jesus será a redenção do lugar, pois serão quase dois mil Pronafs que irão movimentar e crescer a economia local.
A semana que vem vamos continuar a viagem...


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