sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Empresa de senador deve R$ 2 mi a banco falido de Rondônia

Execução foi adiada várias vezes. Expedito Júnior quer acordo e o fim da cobrança via judicial.


BRASÍLIA – A empresa de segurança do senador Expedito Júnior (PR-RO) deve R$ 2 milhões ao extinto Banco do Estado de Rondônia (Beron), mas vem sendo poupada de execução pelo govcrno estadual. Em regime de administração temporária decretado pelo Banco Central, o Beron está na pauta do Senado Federal desde o ano passado, por indicação do próprio senador.

Cassol e Júnior: perdão posto em dúvida / AG. SENADO

O senador e o governador Ivo Cassol estão denunciados ao Tribunal Superior Eleitoral por suposta compra de votos nas eleições de 2006 em Rondônia. São oriundos da mesma base eleitoral, o município de Rolim de Moura, a cerca de 400 quilômetros de Porto Velho, capital . Ambos recorreram.

Em 2008, Júnior foi muito aplaudido por ter defendido o Beron, cujo ativo e passivo foram assumidos pelo Estado de Rondônia, pela Lei Estadual nº 1.737, de 30 de maio de 2007. A dívida do Beron, do qual o governo foi o maior acionista, alcançou R$ 40 milhões, saltando para cerca de R$ 600 milhões durante o vigoramento do regime especial de administração temporária, do Banco Central.


“O senador “está sendo protegido pelo Estado de Rondônia”, informa o site Tudo Rondônia. “Em uma ação de execução de título judicial que se arrasta há mais de 14 anos, Expedito Gonçalves Ferreira Júnior, então testa de ferro da empresa Rocha Segurança e Vigilância Ltda, emprega todos os meios e artifícios para ser furtar ao pagamento da dívida”.

Júnior defende o banco para o qual é devedor / AG. SENADO

Sem declinar nomes, uma fonte da Comissão de Assuntos Econômicos do Senado admitiu à Agência Amazônia que ex-parlamentares de Rondônia estariam na lista de devedores. No ano passado, a senadora Fátima Cleide (PT-RO) ameaçou dizer nomes de quem, segundo ela, teria contribuído para a falência do banco. Mas ficou nisso.

Quando candidato, o senador Junior declarou ao Tribunal Regional Eleitoral possuir fazendas em Rolim de Moura. Para garantir a penhora, o Estado não poderia ignorar a existência desses bens. Além de membro titular da Comissão de Assuntos Econômicos, o senador também é titular da Subcomissão Permanente de Assuntos Municipais; Comissão de Serviços de Infra-Estrutura; Comissão de Agricultura e Reforma Agrária; e suplente na Subcomissão Temporária para Acompanhar a Crise Ambiental na Amazônia.


Quebra de sigilo fiscal

O Estado de Rondônia pediu a quebra dos sigilos fiscais de Júnior e sua mulher, no entanto, o procurador do Estado, Renato Condeli, obteve na Justiça a suspensão do processo pelo prazo de 90 dias. Condeli argumentou que o Estado teria sido procurado por Júnior, a fim de chegarem a um acordo para o fim da cobrança da dívida via judicial.


Os autos da execução nº 001.1994.005154-9, que tramita no Juízo da 2ª Vara da Fazenda Pública da Comarca de Porto Velho, tratam da dívida contraída pela empresa da mulher de Júnior. Houve várias suspensões da cobrança.


A suspensão do processo de execução contra a Rocha Segurança, para que seja feito acordo extra-judicial deixa dúvidas. “Não é crivo que o Estado de Rondônia desista da ação, quando ela já sofreu diversas paralisações, a pedido do próprio Estado”, analisa o “Tudo Rondônia”.


Outra ação, a de cobrança nº 001.2006.018815-3, que também tramita na 2ª Vara da Fazenda Pública da Comarca de Porto Velho, cobra dívidas de Júnior com o ex-banco estadual. (AGÊNCIA AMAZÔNIA)

Seja o primeiro a comentar

Copyright©| Desde 2008 | AGUA BOA NEWS COMUNICAÇÃO LTDA | Template customized by Michel Franck

Início