Pesquisa da Empaer fortalece fruticultura no Estado e garante alternativas de produção
A Empresa Mato-grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural (Empaer) se destacou no ano de 2008 implantando 10 programas de pesquisa e desenvolvendo 48 projetos, com 182 experimentos e 99 unidades de validação, distribuídos em 43 municípios. O presidente da Empaer, Leôncio Pinheiro da Silva Filho, fala que os experimentos estão sendo conduzidos em parceria com diferentes instituições públicas e privadas do Estado de Mato Grosso.
O setor de fruticultura ganha um laboratório para produção de mudas de banana in vitro, resistentes à Sigatoka negra e ao Mal do Panamá. As mudas estão sendo produzidas no Centro Regional de Pesquisa e Transferência de Tecnologia, localizado em Várzea Grande. Serão multiplicadas as variedades de banana maçã, nanica e farta velhaco. O produtor que adquirir mudas da empresa receberá o Certificado Fitossanitário de Origem (CFO) com a garantia da qualidade da planta. As mudas de banana serão comercializadas somente em 2009, livres de doenças, pragas e com a vantagem de produzir de 30% a 40% mais que as plantas convencionais. O laboratório também vai produzir outras espécies, tais como: mudas de plantas medicinais, flores, essenciais florestais e frutas do cerrado.
No município de Tangará da Serra (239 km a Médio-Norte de Cuiabá), está sendo considerado um dos pólos importantes na produção das culturas de abacaxi e maracujá. O ponto positivo na região é a existência de uma indústria de polpa concentrada com capacidade para produzir 100 toneladas de polpa por dia. As variedades escolhidas para o maracujá foram IAC-275 e IAC-277. Para a cultura do abacaxi as variedades Pérola e Jupi são as adaptadas no Estado.
O diretor de Pesquisa da Empaer, Antonimar Marinho dos Santos, fala que em Rosário Oeste (128 km ao Norte), está sendo instalado uma indústria para beneficiar a castanha de caju e produzir doces desidratados. Mais de 200 produtores aderiram ao Projeto de Revitalização da Cultura do Caju na Baixada Cuiabana. E a cultura da manga que já possui variedades definidas para a estação tardia e precoce.
Um exemplo de parceria da Empaer com o produtor rural é o trabalho de pesquisa que está sendo realizado no município de Acorizal (62 km ao Norte da Capital), no campo experimental da empresa com a implantação dos aviários em parceria com o grupo Sadia S/A. Os aviários foram projetados para regiões com altitudes inferiores a 400 metros, em relação ao nível do mar e em temperaturas mais elevada, durante o período de um ano. No mesmo campo está sendo feito a industrialização de óleos essenciais.
Conforme Pinheiro o município foi escolhido para sediar a unidade por estar situado numa altitude média em relação aos outros municípios da Baixada Cuiabana. Os resultados serão apresentados em 2009. Ainda em 2008, o setor de pesquisa lançou o manual de diretrizes técnicas para o cultivo comercial da pupunheira enfocando aspectos botânicos, exigência de mudas, semeadura, plantio, controle de plantas invasoras, pragas, colheita e outros. A diretriz permitiu ao produtor trabalhar com segurança com a garantia de agentes financeiros para novos investimentos.
Inovação
Pela primeira vez participando do Prêmio do Fundo Nacional de Estudos de Projetos e Programas (Finep) de inovação na região Centro-Oeste, a Empaer ficou classificada em segundo lugar com o projeto da ave caipira da raça índio gigante, que está sendo desenvolvido no campo experimental de Juína (735 km a Noroeste de Cuiabá). A ave é considerada precoce, atinge o comprimento de mais de 1 metro (medindo da unha a ponta do bico) e chega a pesar até 3 quilos em 90 dias. A ave apresenta todas as características de um frango caipira comum e as fêmeas põem em média 30% mais ovos que as similares comuns. Hoje o Campo Experimental conta com 50 matrizes e cinco reprodutores puro da raça.
Moinho de trigo
A cultura do trigo surge como mais uma opção durante o vazio sanitário da soja. E para garantir variedades resistentes estão estudando o comportamento das cultivares - BRS 264, BRS 254, IAC 350, BR 18, Aliança e Brilhante, que estão sendo testadas e recomendadas pelas diretrizes técnicas do trigo. O resultado durante as avaliações foi positivo e o produtor poderá atingir uma taxa de retorno de 40%. O produtor contará com um moinho de trigo, que estará situado no distrito industrial.
O cultivo do trigo evita doenças como a esclerotínea que atinge a soja e também é conhecida como mofo branco que normalmente aparece com a rotação das culturas de feijão e soja. O trigo surge para quebrar essas doenças nas áreas de irrigação. Desde 1979, a Empaer vem pesquisando e implantando unidades para verificar o desenvolvimento do trigo no Estado. As primeiras unidades foram implantadas nos municípios de Chapada dos Guimarães e Alto Taquari. “A atuação da empresa está focada na política de inclusão social com a missão de gerar conhecimento, tecnologia e extensão para o desenvolvimento sustentável do meio rural, com prioridade à agricultura familiar. Nossa visão de futuro é consolidar a Empaer em uma empresa contemporânea de conhecida eficiência no cumprimento de sua missão”, esclarece Leôncio
Fonte: Rosana Persona (Jornalista)

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