segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Resumo de Notícias Agrícolas - 06/01/2009

Alimentos podem baratear - Este ano, safra de feijão terá um aumento de 13%

05/01

O consumidor brasileiro pode ser beneficiados com alimentos mais baratos em função da crise financeira internacional. Quem afirma é o superintendente de política e economia agrícola, João Ricardo Albanez. “Se o mercado externo retrair, a população pode ter produtos com maior quantidade e por um preço menor. O que estamos crendo é que o consumidor poderá ficar tranqüilo, porque será abastecido.”

“Na indústria, você concede férias coletivas, corta turnos de produção. No agronegócio, não. A área tem que ser utilizada”, completa o superintendente técnico da Faemg, Affonso Damasio, ao destacar que a oferta de produtos agrícolas no mercado será mantida, apesar da crise de confiança que se alastrou pelos mercados do mundo.

Apesar de todos os obstáculos enfrentados pelos produtores – como a queda nos preços, alto custo de insumos e problemas climáticos – o Produto Interno Bruto (PIB) do agronegócio mineiro deve crescer 14,79% neste ano, alcançando R$ 89,58 bilhões, segundo estimativa da Faemg.
A balança comercial do agronegócio estadual também é positiva – acumulava superávit de US$ 5,3 bilhões até novembro, um crescimento de 17%.

O Índice de Preços Recebidos (IPR-MG) pelo produtor rural mineiro, por sua vez, acumula queda de 9,73% entre janeiro e novembro deste ano. Os produtos com quedas mais expressivas de preços ao longo do ano são feijão (-59%), banana (-47,9%) e milho (-33,9%).

Os números

1,8%
Estimativa de queda da produção de grãos no Estado feita pela Conab

3,8%
Projeção para queda da produção de milho em 2009 em Minas

15% Previsão de alta do PIB do agronegócio mineiro para o ano de 2008

R$ 89 BI Estimativa anual de toda a riqueza produzida pelo agronegócio de MG

O Tempo.



Ferrugem asiática afeta soja plantada em MS

05/01

Último Segundo

O Brasil registra até agora 23 casos de ferrugem asiática da soja, sendo que mais da metade deles foram identificados em lavouras comerciais. Três dos casos afetam a agricultura sul-mato-grossense.

Segundo o Consórcio Antiferrugem da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), 13 focos foram localizados em lavouras comerciais, 6 em unidades de alerta da Embrapa e empresas conveniadas e apenas 3 em soja voluntária.

Os casos de ferrugem só não são mais numerosos por causa do clima. Nas principais regiões produtoras, a estiagem tem evitado uma expansão mais rápida da doença.

No mesmo período do ano passado, por exemplo, 36 casos de ferrugem haviam sido identificados neste período do ano.

Outro fator que indica que o clima está contribuindo para o controle da doença é a localização dos focos. Das 22 identificações, 7 foram registradas em Rondônia, no município de Vilhena, região onde o clima quente e úmido favorece o desenvolvimento do fungo da ferrugem.

No Paraná e em Mato Grosso do Sul, onde a estiagem já prejudica o desenvolvimento das lavouras, foram identificados apenas 3 casos em cada Estado.

O Estado de Goiás registra 4 focos, mesmo número já confirmado em Mato Grosso. Minas Gerais é o Estado com menos ocorrências até agora, apenas duas, ambas no município de Uberaba e em lavouras comerciais.

As condições climáticas se tornaram um pouco mais favoráveis à dispersão da doença em dezembro, associadas ao avanço da maturidade das plantas, principalmente no centro e Norte do País, explica o professor Emerson Del Ponte, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, entidade integrante do Consórcio Antiferrugem, em nota veiculada na site do Consórcio.

O maior acúmulo de precipitação (de 100 a 200 mm) no último período quinzenal (5 a 20 de dezembro) foi registrado nas regiões do centro do País, onde foram registrados 15 focos. No mesmo período do ano de 2007, havia maior acúmulo de precipitação na região Sul e conseqüentemente um maior número de focos, afirma Del Ponte.

ConesulNews..


Sa­fra 2010 es­tá com­pro­me­ti­da

05/01 - 10:17

O pre­fei­to de Rio Ver­de, Pau­lo Ro­ber­to Cu­nha (PP), es­tá pre­o­cu­pa­do com a cri­se no cam­po, que, se­gun­do ele, não vem sen­do de­vi­da­men­te di­vul­ga­da pe­las as­so­cia­ções e pe­la im­pren­sa. Mas se­gun­do o pre­fei­to, a ins­ta­bi­li­da­de do se­tor ru­ral não es­tá vin­cu­la­da ape­nas à cri­se eco­nô­mi­ca, mas a ou­tros fa­to­res es­tru­tu­ra­is, co­mo “o abu­so das mul­ti­na­cio­nais”. Em no­ta pu­bli­ca­da na edi­ção an­te­ri­or do Jor­nal Op­ção, Pau­lo Ro­ber­to afir­mou que, em no­vem­bro, a to­ne­la­da de adu­bo va­lia R$ 1,8 mil e, ho­je, caiu pa­ra a fai­xa de R$ 800 a R$1 mil. O que de­mons­tra­ria o ní­vel de es­pe­cu­la­ção pra­ti­ca­do por es­tas em­pre­sas.

Ele con­ta que, na épo­ca da sa­fra, os pro­du­to­res pa­ga­ram o do­bro do pre­ço pe­lo adu­bo e, com a que­da do pre­ço dos pro­du­tos agrí­co­las pro­vo­ca­da pe­la cri­se in­ter­na­ci­o­nal, os agri­cul­to­res vão re­ce­ber bem me­nos pe­la sa­fra. Pau­lo Ro­ber­to afir­ma ain­da que os ban­cos se ne­gam a re­vi­sar as con­tas, uma so­li­ci­ta­ção dos pro­du­to­res, por­que, re­fei­tos os cál­cu­los, vai se per­ce­ber que os pro­du­to­res, em sua mai­o­ria, já pa­ga­ram as dí­vi­das. Se­gun­do o pre­fei­to, os agen­tes fi­nan­cei­ros ex­tor­quem os pro­du­to­res e é pre­ci­so se­cu­ri­ti­zar o ver­da­dei­ro dé­bi­to.

A de­nún­cia do pre­fei­to de Rio Ver­de en­con­tra eco na fa­la do pre­si­den­te da Fe­de­ra­ção da Agri­cul­tu­ra e Pe­cu­á­ria de Go­i­ás (Fa­eg) e pre­si­den­te da Co­mis­são de Ce­re­ais, Fi­bras e Ole­a­gi­no­sas da Con­fe­de­ra­ção da Agri­cul­tu­ra e Pe­cu­á­ria do Bra­sil (CNA), Jo­sé Má­rio Schrei­ner. Ele diz que o cus­to da pro­du­ção au­men­tou de for­ma “ab­sur­da” es­te ano em re­la­ção a 2007 — “Mais de 50% por cen­to”. Os fer­ti­li­zan­tes res­pon­dem por 30% des­ta al­ta. “E es­ta ba­ta­ta quen­te es­tá na mão do pro­du­tor. As pes­so­as es­tão pa­gan­do fei­jão a 1,5 real, mas o agri­cul­tor pa­gou 4 reais pa­ra pro­du­zir.”

Se­gun­do Jo­sé Má­rio, es­ta bo­lha vai es­tou­rar na co­lhei­ta da sa­fra por­que os pre­ços es­tão ca­in­do mui­to no mer­ca­do in­ter­na­ci­o­nal e o cus­to da pro­du­ção foi mui­to al­to. “É pre­ci­so bus­car um me­ca­nis­mo pa­ra ga­ran­tir um pre­ço es­tá­vel pa­ra es­ta sa­fra. Uma po­lí­ti­ca de co­mer­cia­li­za­ção que im­pe­ça a ação dos es­pe­cu­la­do­res.” O pre­si­den­te da Fa­eg te­me que, na épo­ca da co­lhei­ta, quan­do to­da a sa­fra é co­lhi­da de for­ma con­cen­tra­da e o pre­ço cai, o pro­du­tor, pres­sio­na­do pe­la con­tas, en­tre­gue seu pro­du­to por um pre­ço bem aquém do cus­to pa­ra os es­pe­cu­la­do­res." Ele con­ta que o go­ver­no fe­de­ral já dis­po­ni­bi­li­zou R$ 3 bi­lhões pa­ra ga­ran­tir pre­ço, mas ele con­si­de­ra es­te mon­tan­te in­su­fi­ci­en­te.

Mas exis­tem ou­tros pro­ble­ma es­tru­tu­ra­is que ame­a­çam o se­tor agrí­co­la bra­si­lei­ro, afir­ma Jo­sé Má­rio Schrei­ner. O prin­ci­pal é o cré­di­to. Ele de­fen­de uma re­vi­são na po­lí­ti­ca de cré­di­to. “Ho­je, o pro­du­tor pe­ga di­nhei­ro no ban­co, se co­lher bem, se não co­lher, per­de tu­do.” Se­gun­do ele, o gran­de de­sa­fio de 2009 é bus­car uma al­ter­na­ti­va de cré­di­to e se­gu­ro ru­ral, além de me­ca­nis­mo de pro­te­ção do mer­ca­do. “É pre­ci­so re­ver o con­cei­to de cré­di­to, o se­gu­ro ru­ral nem exis­te — se per­der a sa­fra per­de tu­do — e pro­te­ger o mer­ca­do da es­pe­cu­la­ção pa­ra ga­ran­tir uma ren­da mí­ni­ma ao pro­du­tor, que não po­de fi­car de­sam­pa­ra­do.”

Se­gun­do o pre­si­den­te da Fa­eg, es­ta ins­ta­bi­li­da­de não te­rá efei­tos pro­fun­dos na sa­fra de 2009, que mes­mo as­sim de­ve ser 10% me­nor que a de 2008. To­da­via ele aler­ta pa­ra as im­pli­ca­ções fu­tu­ras. Se­gun­do ele, o abas­te­ci­men­to de 2009 es­tá ga­ran­ti­do, mas se não fo­rem to­ma­das me­di­das sé­rias, a sa­fra de 2010 es­tá com­pro­me­ti­da. “Se não acu­dir­mos ago­ra, a pró­xi­ma sa­fra se­rá uma ca­tás­tro­fe pa­ra o Pa­ís.” Ele lem­bra que 70% da sa­fra é des­ti­na­da ao con­su­mo in­ter­no e que 30% vai para ex­por­ta­ção. “Não se sa­be qua­is se­rão os re­ais im­pac­tos da cri­se, em qual ní­vel cai­rão os pre­ços dos pro­du­tos agrí­co­las e a quan­to che­ga­rá o câm­bio.” Jo­sé Má­rio ob­ser­va que a cri­se afe­ta pri­mei­ro o agri­cul­tor, mas que de­pois to­do o Pa­ís so­fre com a ins­ta­bi­li­da­de no cam­po. “O pro­du­tor sen­te ago­ra, o Pa­ís vai sen­tir o ano que vem.”

Crise — Se­gun­do ele, o ano de 2008 foi mui­to bom, mas o de 2009 é de in­cer­te­zas. Jo­sé Má­rio lem­bra que a agro­pe­cu­á­ria, que co­me­çou o ano co­mo so­lu­ção pa­ra o se­tor ener­gé­ti­co, pas­sou a ser a vi­lã da pres­são in­fla­cio­ná­ria e fe­chou 2008 su­fo­ca­da pe­la cri­se fi­nan­cei­ra mun­di­al. Em 2008, fo­ram ba­ti­dos re­cor­des po­si­ti­vos e ne­ga­ti­vos pa­ra o se­tor, se­gun­do Jo­sé Má­rio. Os po­si­ti­vos fo­ram nas co­ta­ções fu­tu­ras, de pro­du­ção agrí­co­la e fa­tu­ra­men­to bru­to. Mas os pro­du­to­res re­gis­tra­ram tam­bém mar­cas ne­ga­ti­vas. Re­cor­de no en­di­vi­da­men­to ru­ral, que che­gou à ca­sa dos R$ 75 bi­lhões, nos pre­ços dos fer­ti­li­zan­tes em mais de 120%, nos cus­tos de pro­du­ção, nos pre­ços dos ali­men­tos, de­vi­do à al­ta de­man­da e aos es­to­ques em bai­xa.

Além dis­so, o pro­du­tor en­fren­tou mu­dan­ças no mer­ca­do de grãos, que so­freu re­du­ção de pre­ços, au­men­tos dos cus­tos, re­du­ção e res­tri­ção ao cré­di­to, au­men­to da ta­xa de ju­ros e que­da de pre­ços du­ran­te o plan­tio.

“O pro­du­tor plan­tou com um cus­to al­to e com pers­pec­ti­vas de pre­ços bai­xos pa­ra a pró­xi­ma sa­fra”, ob­ser­va Jo­sé Má­rio. Se­gun­do ele, os pre­ços mé­di­os re­ce­bi­dos pe­los pro­du­to­res fo­ram me­lho­res dos que os pra­ti­ca­dos em 2007, mas ele­va­ção dos cus­tos mé­di­os de pro­du­ção em mais de 40%, não com­pen­sou o au­men­to dos pre­ços. Pa­ra mai­o­ria dos pro­du­tos, os cus­tos de pro­du­ção fo­ram su­pe­ri­o­res aos pre­ços mé­di­os re­ce­bi­dos pe­los pro­du­to­res no ano de 2008.

Di­an­te da in­cer­te­za que ron­da 2009 e da fra­gi­li­da­de da po­lí­ti­ca agrí­co­la bra­si­lei­ra, o pre­si­den­te da Fa­eg aler­ta pa­ra a ne­ces­si­da­de de se cri­ar um no­vo mo­de­lo de fi­nan­cia­men­to ru­ral, de se dar an­da­men­to à dis­cus­são da re­for­ma tri­bu­tá­ria, que re­dis­cu­ta os ín­di­ces de pro­du­ti­vi­da­de e da ne­ces­si­da­de de mais re­cur­sos pa­ra su­pe­rar a cri­se.

O de­pu­ta­do fe­de­ral Le­o­nar­do Vi­le­la (PSDB), que é pre­si­den­te da Subco­mis­são de Acom­pa­nha­men­to de Fer­ti­li­zan­tes da Co­mis­são de Agri­cul­tu­ra da Câ­ma­ra dos De­pu­ta­dos, es­tá aler­ta em re­la­ção a si­tu­a­ção do cam­po, mas mais oti­mis­ta que Jo­sé Ma­rio Schrei­ner e Pau­lo Ro­ber­to Cu­nha. Na opi­ni­ão do de­pu­ta­do, o pro­ble­ma do cré­di­to ru­ral no Bra­sil es­tá no fa­to de o re­cur­so dis­po­ni­bi­li­za­do não ter acom­pa­nha­do a evo­lu­ção da sa­fra. Se­gun­do ele, o re­cur­so a ju­ros de 6,75% re­pre­sen­ta ho­je um quar­to do que era dis­po­ni­bi­li­za­do há dez anos, quan­do a sa­fra era um ter­ço do que é ho­je. Na­que­le pe­rí­o­do se co­lhia 50 mi­lhões de to­ne­la­das e, ho­je, se co­lhe 142 mi­lhões de to­ne­la­das de grãos. “A sa­fra tri­pli­cou e o cré­di­to foi re­du­zi­do a um quar­to.”

Além dis­so, as mul­ti­na­cio­nais, as fá­bri­cas de fer­ti­li­zan­tes e de­fen­si­vos agrí­co­las, pas­sa­ram a exer­cer o pa­pel das ins­ti­tu­i­ções fi­nan­cei­ras no fi­nan­cia­men­to da co­lhei­ta. Ven­dem os pro­du­tos pa­ra se­rem pa­gos de­pois da co­lhei­ta. “Pas­sa­mos por di­ver­sos pla­nos eco­nô­mi­cos nos úl­ti­mos anos, os agri­cul­to­res se su­jei­ta­ram a ju­ros ex­tor­si­vos pa­ra a ati­vi­da­de, os ban­cos cal­cu­la­vam ju­ros so­bre ju­ros e tu­do is­so tor­nou a dí­vi­da dos pro­du­to­res crô­ni­ca e, em mui­tos ca­sos, im­pa­gá­vel.” Se­gun­do o de­pu­ta­do, o go­ver­no con­ce­de os be­ne­fí­ci­os, mas o Ban­co do Bra­sil, prin­ci­pal agen­te da po­lí­ti­ca de cré­di­to ru­ral do Pa­ís, não apli­ca. “O go­ver­no dá com uma mão e to­ma com ou­tra.” Na opi­ni­ão de Le­o­nar­do Vi­le­la, o Bra­sil pre­ci­sa ca­mi­nhar pa­ra um no­vo mo­de­lo de cré­di­to ru­ral.

Mas pa­ra o de­pu­ta­do, o mai­or pro­ble­ma da agri­cul­tu­ra bra­si­lei­ra é a de­pen­dên­cia do pa­ís em re­la­ção aos in­su­mos. E ele não se re­fe­re ao cus­to dos in­su­mos, vis­to que a eco­no­mia é ca­pi­ta­lis­ta e glo­ba­li­za­da e o pre­ço es­ti­pu­la­do pe­lo mer­ca­do in­ter­na­ci­o­nal. O que pre­o­cu­pa Le­o­nar­do Vi­le­la é a de­pen­dên­cia do Bra­sil. “Pre­ci­sa­mos au­men­tar a nos­sa pro­du­ção de fer­ti­li­zan­tes pa­ra di­mi­nu­ir o cus­to e re­du­zir nos­sa de­pen­dên­cia.” Ele con­ta que 74% dos fer­ti­li­zan­tes uti­li­za­do nas co­lhei­tas bra­si­lei­ras são im­por­ta­dos de ape­nas seis paí­ses. No ca­so do po­tás­sio a si­tu­a­ção é ain­da mais gra­ve: 92% da sub­stân­cia é im­por­ta­da da Rús­sia e do Ca­na­dá.

Infra-estutura — Ou­tro pro­ble­ma apon­ta­do pe­lo de­pu­ta­do e que ele con­si­de­ra gra­vís­si­mo é a si­tu­a­ção da in­fra-es­tru­tu­ra, que afe­ta mais os Es­ta­dos do Cen­tro-Oes­te. Se­gun­do ele, os agri­cul­to­res do Ma­to Gros­so e de Go­i­ás re­ce­bem me­nos pe­la pro­du­ção por cau­sa do cus­to do fre­te. “Pe­la in­su­fi­ci­ên­cia de fer­ro­vi­as e a si­tu­a­ção das nos­sas ro­do­vi­as.” Le­o­nar­do, que já vi­si­tou mais de 40 paí­ses pro­du­to­res agrí­co­las, con­ta que o Bra­sil es­tá en­tre os três mais efi­ci­en­tes do mun­do em pro­du­ção agrí­co­la, to­da­via en­fren­ta pro­ble­mas de in­fra-es­tru­tu­ra que ti­ram a com­pe­ti­ti­vi­da­de o pro­du­to bra­si­lei­ro e a ren­da do pro­du­tor. “São ne­ces­sá­rios in­ves­ti­men­tos pe­sa­dos em in­fra-es­tru­tu­ra pa­ra sair­mos des­ta cri­se.”

Pa­ra 2009, Le­o­nar­do Vi­le­la pre­vê pro­ble­ma na co­mer­cia­li­za­ção da sa­fra por cau­sa da cri­se, que se­gun­do ele, não che­gou com tan­ta in­ten­si­da­de no Bra­sil, mas de­ve in­flu­ir na ques­tão do cré­di­to e da de­man­da. “Mui­to pro­du­tor não vai ter pa­ra quem ven­der a sa­fra.” A que­da do pre­ço das com­mo­di­ti­es de­ve, na opi­ni­ão do de­pu­ta­do, ser par­ci­al­men­te com­pen­sa­da pe­la al­ta do dó­lar. “O re­fle­xo mai­or se­rá em 2010”

To­da­via, o de­pu­ta­do afir­ma que a eco­no­mia go­i­a­na es­tá ma­du­ra pa­ra en­fren­tar a cri­se. Ele con­ta que em Mi­nei­ros, sua ter­ra na­tal, é im­pres­sio­nan­te a di­ver­si­da­de e so­li­dez da eco­no­mia. O agro­ne­gó­cio es­tá mui­to for­te, mas ou­tros se­to­res da eco­no­mia tam­bém es­tão se con­so­li­dan­do na ci­da­de. “Pon­tu­al­men­te o pro­du­tor vai en­fren­tar di­fi­cul­da­des, mas a eco­no­mia es­tá mui­to di­ver­si­fi­ca­da, con­so­li­da­da e ver­ti­ca­li­za­da e vai con­se­guir su­pe­rar a cri­se.” O de­pu­ta­do diz que não quer di­mi­nu­ir a im­por­tân­cia da cri­se, mas ob­ser­va que a eco­no­mia es­tá for­te su­fi­ci­en­te pa­ra so­bre­vi­ver a ela. “Nos­so cres­ci­men­to eco­nô­mi­co vai na con­tra­mão do que es­tá acon­te­cen­do no mun­do.”

Ele con­ta que a área plan­ta­da em Mi­nei­ros de so­ja, mi­lho e sor­go foi man­ti­da em 117 mil hec­ta­res. Que a ca­na-de-açú­car su­biu de 2,3 mil hec­ta­res pa­ra 40 mil hec­ta­res, que a área do al­go­dão re­du­ziu de 14 pa­ra 10 mil hec­ta­res por cau­sa da que­da no pre­ço do pro­du­to no mer­ca­do in­ter­na­ci­o­nal e que nun­ca se ven­deu tan­ta va­ci­na con­tra af­to­sa no mu­ni­cí­pio: 326 mil do­ses. “Au­men­ta­mos nos­sa pro­du­ção por meio do me­lho­ra­men­to ge­né­ti­co e das pas­ta­gens.” Se­gun­do ela, em Mi­nei­ros, a pro­du­ti­vi­da­de da car­ne, lei­te, fran­go, ca­na-de-açú­car e grãos au­men­tou e is­so tem re­fle­xos na ci­da­de, nos em­pre­en­di­men­tos imo­bi­liá­rios e no co­mér­cio. “Em Mi­nei­ros, não fal­tam em­pre­gos. Há cin­co anos is­so não acon­te­cia.”

Na ava­li­a­ção do de­pu­ta­do, o cam­po tem pro­ble­mas de in­fra-es­tru­tu­ra, no mo­de­lo de cré­di­to ru­ral e é vul­ne­rá­vel em re­la­ção aos in­su­mos. “E is­so é ina­cei­tá­vel por­que se tra­ta de uma ques­tão de se­gu­ran­ça ali­men­tar.” Mas se­gun­do ele, o Bra­sil po­de so­lu­ci­o­nar to­dos es­tes gar­ga­los. No ca­so dos fer­ti­li­zan­tes, que re­pre­sen­tam um ter­ço do cus­to da pro­du­ção, Le­o­nar­do Vi­le­la diz que há ja­zi­das no Pa­ís que não são ex­plo­ra­das porque es­tão nas mãos de es­pe­cu­la­do­res à es­pe­ra de va­lo­ri­za­ção. “Há uma ja­zi­da en­tre Es­pí­ri­to San­to e Ser­gi­pe que nun­ca foi ex­plo­ra­da”, con­ta. Se­gun­do o de­pu­ta­do, o ni­tro­ge­na­do, ou­tro fer­ti­li­zan­do im­por­ta­do pe­lo Pa­ís, é pro­du­zi­do a par­tir do gás na­tu­ral, que no Bra­sil é to­do des­ti­na­do à pro­du­ção de ener­gia. “Pre­ci­sa­mos re­ver es­tas pri­o­ri­da­des e pas­sar a pro­du­zir ni­tro­ge­na­do.”

Na opi­ni­ão de Le­o­nar­do Vi­le­la, se for mu­da­da a po­lí­ti­ca de in­su­mos e re­du­zi­da a ta­xa de ju­ros — que, se­gun­do ele, ho­je só fa­vo­re­ce as ins­ti­tu­i­ções fi­nan­cei­ras e re­pre­sen­ta uma trans­fe­rên­cia de ren­da do pro­du­tor ru­ral pa­ra os ban­quei­ros —, a cri­se no cam­po “não es­tá tão feia co­mo o di­a­bo pin­ta”. Se­gun­do ele, o Bra­sil tem tec­no­lo­gia, ter­ra e cli­ma de ex­ce­len­te qua­li­da­de e é lí­der mun­di­al no se­tor. “Po­de­mos en­fren­tar es­tes pro­ble­mas, bas­ta que­rer­mos.”

Jornal Opção - Goiânia
Autor: Andréia Bahia



Frigoríficos buscam novos mercados externos

05/01 - 08:01

Os dois maiores frigoríficos brasileiros consolidaram suas estratégias de atuação no mercado global em 2008 e mostraram os rumos que vão seguir para abocanhar maiores fatias no comércio mundial de carnes.

A JBS Friboi tornou-se um dos grandes do mundo no ramo de frigoríficos depois de anunciar a compra de duas empresas nos Estados Unidos no início de 2008 - National Beef e Smithfield Beef -, enquanto o Grupo Marfrig avançou rumo à Europa, depois de fechar a aquisição de unidades do Grupo OSI, em junho deste ano. Estabelecendo-se nesses continentes, as empresas conseguem driblar barreiras comerciais e fitossanitárias. O que os frigoríficos não esperavam foi a eclosão da crise financeira global, que está trazendo efeitos para o consumo justamente nos países onde eles se estabeleceram.

Na avaliação de Peter Ho, analista da Corretora Planner, o horizonte de recuperação desses investimentos em aquisições é de longo prazo. "Não há como essas companhias recuperarem esses investimentos em menos de dois anos, pela profundidade da crise. Considero que haverá um período de dois anos de estabilização, ou seja, até que pare de haver desemprego e desaceleração de consumo, por exemplo. O crescimento de mercado levará pelo menos cinco anos, acredito", avalia o analista da Planner.

O frigorífico JBS adotou a estratégia de manter a maior parte de sua base de operações nos EUA com o objetivo de atingir o mercado da Ásia. "A JBS quer se tornar um grande processador nos EUA, enfocando o mercado asiático. O perfil do consumidor americano e da Ásia são muito parecidos", avalia Ho. Vale lembrar que o Brasil ainda não tem acesso aos mercados da Coréia do Sul e do Japão. A empresa também adquiriu uma planta na Austrália, do Grupo Tasman, e pode fornecer carne aos asiáticos a partir dessa companhia. Para Ho, a JBS talvez paralise algumas plantas menos eficientes para ajustar sua produção ao consumo, que deve cair nos EUA. Fausto Gouveia, economista da Infra Asset Management, comenta que o frigorífico poderá passar por aperto de caixa em 2009. "Há que verificar o quanto a crise poderá afetar o endividamento da companhia. A JBS tem dívidas em dólar. Mas, por outro lado, também tem receitas em moeda estrangeira. Será preciso esperar para ver os reflexos da crise nos próximos meses", comentou Gouveia.

O grupo Marfrig, com as aquisições anunciadas este ano, fortaleceu sua presença na União Européia (UE), com foco de ampliar suas vendas na região. Foram adquiridas 15 unidades. Deste total, seis estão na Inglaterra, duas na Irlanda do Norte, quatro no Brasil, duas na França e uma na Holanda. "Com os passos dados em 2008, o Marfrig mostra foco na UE e na América Latina", comenta Ho, da Planner.

Gouveia, da Infra Asset, lembra que depois das aquisições a JBS chegou a um valor de mercado de US$ 7,2 bilhões e o Marfrig alcançou valor de US$ 2,138 bilhões. Comparando as atitudes no que diz respeito às estratégias para decidir aquisições e se posicionar no globo, para Gouveia, o Marfrig foi um pouco mais cauteloso, enquanto a JBS adotou uma postura mais agressiva. Segundo Ho, o Marfrig não alcançou o tamanho da JBS, mas hoje tem porte equivalente ao da Sadia e da Perdigão.

Carnes no mundo

Quando se avalia o comportamento dos investidores em apostar nos frigoríficos que tem ações em bolsa, verifica-se que ainda há uma certa timidez. Segundo analistas, se trata de um setor novo no que diz respeito ao mercado financeiro. Foi somente há dois anos que três companhias do ramo fizeram abertura de capital: JBS, Marfrig e o Frigorífico Minerva. Entre outros grandes do setor estão o Bertin e o Independência. O segundo esteve se preparando para abrir capital. Com a crise e o cenário setorial de escassez de matéria-prima, ficará claro para o mercado quais dessas companhias - ou se todas - têm seus alicerces bem firmados. "O cenário está ruim para as indústrias frigoríficas porque além do ciclo pecuário ainda surgiu um horizonte de demanda incerto", comentou Fabiano Tito Rosa, consultor da Scot Consultoria. "Vai ocorrer uma limpa no mercado. Sobreviverão as empresas bem administradas", avaliou Rosa.

No que diz respeito à demanda por carne bovina no mercado externo, para os próximos meses, os frigoríficos exportadores estão preocupados com a situação de falta de crédito na Rússia - principal mercado importador do produto brasileiro - e, por conta das incertezas em relação a esse país, as companhias modificaram sua expectativa de exportações para 2009. Estimativa dada em novembro pela Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec) apontava de que a receita com exportações poderia chegar a US$ 6,5 bilhões este ano sobre a previsão de 2008, de US$ 5,3 bilhões. "Conseguiremos em 2009 pelo menos manter o volume e o valor obtidos em 2008. Revisamos a estimativa anterior porque a crise está mais danosa do que prevíamos inicialmente", avaliou Roberto Gianetti da Fonseca, presidente da Abiec.

Para compensar perdas no mercado russo, principal comprador da carne brasileira, os frigoríficos já estão buscando ampliar participação no Oriente Médio e na Ásia. Além disso, os exportadores contam com a ampliação de compras da UE para até 200 mil toneladas em in natura, frente a 33,6 mil toneladas importadas do Brasil por eles este ano, até novembro. O Chile é outra aposta, pois deverá reabrir suas portas para a carne brasileira e importar até 100 mil toneladas. Entre janeiro e novembro, os russos responderam por 38% das exportações brasileiras de carne in natura - fatia que chegou a 50% em meados deste ano. Nos primeiros 15 dias de dezembro, as exportações registraram baixa. Em volume, a queda foi de 26% em relação à primeira quinzena de dezembro do ano passado, para 33,8 mil toneladas equivalente carcaça. Em valor, a receita da quinzena alcançou US$ 124,2 milhões - queda de 18%. O fator Rússia foi o motivo e o cenário deve se repetir no primeiro trimestre de 2009.

Os dois maiores frigoríficos brasileiros, JBS e Marfrig, consolidaram suas estratégias de atuação no mercado global em 2008 e miram novas rotas para se firmarem no exterior.

DCI - Diário do Comércio & Indústria


Governador de GO propõe plano para aumentar a produção de alimentos
05/01 - 11:57

Ao tomar conhecimento da preocupação do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, com relação ao aumento da produção dos alimentos mais consumidos pelo povo brasileiro, com destaque para o trigo, o arroz e o feijão, o governador Alcides Rodrigues determinou aos auxiliares que providenciassem um relatório sobre os projetos de agricultura irrigada atualmente em desenvolvimento no Estado de Goiás. Este trabalho, que foi encaminhado ao presidente, sob o título Proposta de Goiás: mais comida para o povo, é uma contribuição para a solução rápida e eficiente da problemática do abastecimento interno.

No documento, estão expostas medidas que poderão ser tomadas imediatamente para que o Estado de Goiás, através de utilização de suas várzeas nos vales do Rio Araguaia e do Rio Paranã, aumente em cinco vezes a sua atual produção de arroz, chegando ao patamar dos 10% de toda a safra nacional.

Celeiro do Brasil

Segundo o governador, Goiás poderá alcançar 2,2 milhões de toneladas de trigo, aproximadamente, se forem incorporados ao processo produtivo as terras altas goianas, além dos atuais 185 mil hectares hoje em exploração, mais 765 mil hectares de áreas férteis no Vale do Rio Paranaíba, irrigáveis na sua totalidade por meio de pivôs centrais. Isto corresponde a 20% do atual consumo brasileiro desse cereal. “Espero, com essa atitude, senhor presidente, poder colaborar efetivamente para o sucesso do seu Governo na necessidade premente de aumentar a oferta de alimentos a preços acessíveis ao nosso povo”, justifica o governador.

Todos os projetos de irrigação elencados e enviados ao presidente foram exaustivamente estudados pelos governos estadual e federal, via Pré-diagnóstico da Bacia do Araguaia-Tocantins (Prodiat) e Embrapa, e contam com apoio da Federação da Agricultura do Estado de Goiás (Faeg). Os Projetos de Irrigação dos Vales Araguaia e Paranã fazem parte das obras prioritárias do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Todo esse acréscimo de produção terá logística de exportação do Estado de Goiás através da Ferrovia Norte-Sul.

O Estado de Goiás tem vastos solos para a agricultura irrigada. Goiás tem desenvolvido projetos que já apresentam resultados excelentes e de alta produtividade, além de ter acumulado grande experiência tecnológica. A proposta do governador goiano enfoca um projeto agrícola amplo e abrangente, sustentado em três pilares, que vão incrementar os números das nossas safras. São eles os projetos de irrigação do Vale do Rio Araguaia, do Vale do Rio Paranã e das terras altas goianas. Estas últimas, fundamentalmente voltadas para a produção intensiva de trigo, arroz, e feijão.

Goiás Agora - Goiânia

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