Resumo de Notícias Agrícolas - 06/01/2009
Alimentos podem baratear - Este ano, safra de feijão terá um aumento de 13%
05/01
O consumidor brasileiro pode ser beneficiados com alimentos mais baratos em função da crise financeira internacional. Quem afirma é o superintendente de política e economia agrícola, João Ricardo Albanez. “Se o mercado externo retrair, a população pode ter produtos com maior quantidade e por um preço menor. O que estamos crendo é que o consumidor poderá ficar tranqüilo, porque será abastecido.”
“Na indústria, você concede férias coletivas, corta turnos de produção. No agronegócio, não. A área tem que ser utilizada”, completa o superintendente técnico da Faemg, Affonso Damasio, ao destacar que a oferta de produtos agrícolas no mercado será mantida, apesar da crise de confiança que se alastrou pelos mercados do mundo.
Apesar de todos os obstáculos enfrentados pelos produtores – como a queda nos preços, alto custo de insumos e problemas climáticos – o Produto Interno Bruto (PIB) do agronegócio mineiro deve crescer 14,79% neste ano, alcançando R$ 89,58 bilhões, segundo estimativa da Faemg.
A balança comercial do agronegócio estadual também é positiva – acumulava superávit de US$ 5,3 bilhões até novembro, um crescimento de 17%.
O Índice de Preços Recebidos (IPR-MG) pelo produtor rural mineiro, por sua vez, acumula queda de 9,73% entre janeiro e novembro deste ano. Os produtos com quedas mais expressivas de preços ao longo do ano são feijão (-59%), banana (-47,9%) e milho (-33,9%).
Os números
1,8%
Estimativa de queda da produção de grãos no Estado feita pela Conab
3,8%
Projeção para queda da produção de milho em 2009 em Minas
15% Previsão de alta do PIB do agronegócio mineiro para o ano de 2008
R$ 89 BI Estimativa anual de toda a riqueza produzida pelo agronegócio de MG
O Tempo.
Ferrugem asiática afeta soja plantada em MS
05/01
Último Segundo
O Brasil registra até agora 23 casos de ferrugem asiática da soja, sendo que mais da metade deles foram identificados em lavouras comerciais. Três dos casos afetam a agricultura sul-mato-grossense.
Segundo o Consórcio Antiferrugem da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), 13 focos foram localizados em lavouras comerciais, 6 em unidades de alerta da Embrapa e empresas conveniadas e apenas 3 em soja voluntária.
Os casos de ferrugem só não são mais numerosos por causa do clima. Nas principais regiões produtoras, a estiagem tem evitado uma expansão mais rápida da doença.
No mesmo período do ano passado, por exemplo, 36 casos de ferrugem haviam sido identificados neste período do ano.
Outro fator que indica que o clima está contribuindo para o controle da doença é a localização dos focos. Das 22 identificações, 7 foram registradas em Rondônia, no município de Vilhena, região onde o clima quente e úmido favorece o desenvolvimento do fungo da ferrugem.
No Paraná e em Mato Grosso do Sul, onde a estiagem já prejudica o desenvolvimento das lavouras, foram identificados apenas 3 casos em cada Estado.
O Estado de Goiás registra 4 focos, mesmo número já confirmado em Mato Grosso. Minas Gerais é o Estado com menos ocorrências até agora, apenas duas, ambas no município de Uberaba e em lavouras comerciais.
As condições climáticas se tornaram um pouco mais favoráveis à dispersão da doença em dezembro, associadas ao avanço da maturidade das plantas, principalmente no centro e Norte do País, explica o professor Emerson Del Ponte, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, entidade integrante do Consórcio Antiferrugem, em nota veiculada na site do Consórcio.
O maior acúmulo de precipitação (de 100 a 200 mm) no último período quinzenal (5 a 20 de dezembro) foi registrado nas regiões do centro do País, onde foram registrados 15 focos. No mesmo período do ano de 2007, havia maior acúmulo de precipitação na região Sul e conseqüentemente um maior número de focos, afirma Del Ponte.
ConesulNews..Safra 2010 está comprometida
05/01 - 10:17
O prefeito de Rio Verde, Paulo Roberto Cunha (PP), está preocupado com a crise no campo, que, segundo ele, não vem sendo devidamente divulgada pelas associações e pela imprensa. Mas segundo o prefeito, a instabilidade do setor rural não está vinculada apenas à crise econômica, mas a outros fatores estruturais, como “o abuso das multinacionais”. Em nota publicada na edição anterior do Jornal Opção, Paulo Roberto afirmou que, em novembro, a tonelada de adubo valia R$ 1,8 mil e, hoje, caiu para a faixa de R$ 800 a R$1 mil. O que demonstraria o nível de especulação praticado por estas empresas.
Ele conta que, na época da safra, os produtores pagaram o dobro do preço pelo adubo e, com a queda do preço dos produtos agrícolas provocada pela crise internacional, os agricultores vão receber bem menos pela safra. Paulo Roberto afirma ainda que os bancos se negam a revisar as contas, uma solicitação dos produtores, porque, refeitos os cálculos, vai se perceber que os produtores, em sua maioria, já pagaram as dívidas. Segundo o prefeito, os agentes financeiros extorquem os produtores e é preciso securitizar o verdadeiro débito.
A denúncia do prefeito de Rio Verde encontra eco na fala do presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg) e presidente da Comissão de Cereais, Fibras e Oleaginosas da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), José Mário Schreiner. Ele diz que o custo da produção aumentou de forma “absurda” este ano em relação a 2007 — “Mais de 50% por cento”. Os fertilizantes respondem por 30% desta alta. “E esta batata quente está na mão do produtor. As pessoas estão pagando feijão a 1,5 real, mas o agricultor pagou 4 reais para produzir.”
Segundo José Mário, esta bolha vai estourar na colheita da safra porque os preços estão caindo muito no mercado internacional e o custo da produção foi muito alto. “É preciso buscar um mecanismo para garantir um preço estável para esta safra. Uma política de comercialização que impeça a ação dos especuladores.” O presidente da Faeg teme que, na época da colheita, quando toda a safra é colhida de forma concentrada e o preço cai, o produtor, pressionado pela contas, entregue seu produto por um preço bem aquém do custo para os especuladores." Ele conta que o governo federal já disponibilizou R$ 3 bilhões para garantir preço, mas ele considera este montante insuficiente.
Mas existem outros problema estruturais que ameaçam o setor agrícola brasileiro, afirma José Mário Schreiner. O principal é o crédito. Ele defende uma revisão na política de crédito. “Hoje, o produtor pega dinheiro no banco, se colher bem, se não colher, perde tudo.” Segundo ele, o grande desafio de 2009 é buscar uma alternativa de crédito e seguro rural, além de mecanismo de proteção do mercado. “É preciso rever o conceito de crédito, o seguro rural nem existe — se perder a safra perde tudo — e proteger o mercado da especulação para garantir uma renda mínima ao produtor, que não pode ficar desamparado.”
Segundo o presidente da Faeg, esta instabilidade não terá efeitos profundos na safra de 2009, que mesmo assim deve ser 10% menor que a de 2008. Todavia ele alerta para as implicações futuras. Segundo ele, o abastecimento de 2009 está garantido, mas se não forem tomadas medidas sérias, a safra de 2010 está comprometida. “Se não acudirmos agora, a próxima safra será uma catástrofe para o País.” Ele lembra que 70% da safra é destinada ao consumo interno e que 30% vai para exportação. “Não se sabe quais serão os reais impactos da crise, em qual nível cairão os preços dos produtos agrícolas e a quanto chegará o câmbio.” José Mário observa que a crise afeta primeiro o agricultor, mas que depois todo o País sofre com a instabilidade no campo. “O produtor sente agora, o País vai sentir o ano que vem.”
Crise — Segundo ele, o ano de 2008 foi muito bom, mas o de 2009 é de incertezas. José Mário lembra que a agropecuária, que começou o ano como solução para o setor energético, passou a ser a vilã da pressão inflacionária e fechou 2008 sufocada pela crise financeira mundial. Em 2008, foram batidos recordes positivos e negativos para o setor, segundo José Mário. Os positivos foram nas cotações futuras, de produção agrícola e faturamento bruto. Mas os produtores registraram também marcas negativas. Recorde no endividamento rural, que chegou à casa dos R$ 75 bilhões, nos preços dos fertilizantes em mais de 120%, nos custos de produção, nos preços dos alimentos, devido à alta demanda e aos estoques em baixa.
Além disso, o produtor enfrentou mudanças no mercado de grãos, que sofreu redução de preços, aumentos dos custos, redução e restrição ao crédito, aumento da taxa de juros e queda de preços durante o plantio.
“O produtor plantou com um custo alto e com perspectivas de preços baixos para a próxima safra”, observa José Mário. Segundo ele, os preços médios recebidos pelos produtores foram melhores dos que os praticados em 2007, mas elevação dos custos médios de produção em mais de 40%, não compensou o aumento dos preços. Para maioria dos produtos, os custos de produção foram superiores aos preços médios recebidos pelos produtores no ano de 2008.
Diante da incerteza que ronda 2009 e da fragilidade da política agrícola brasileira, o presidente da Faeg alerta para a necessidade de se criar um novo modelo de financiamento rural, de se dar andamento à discussão da reforma tributária, que rediscuta os índices de produtividade e da necessidade de mais recursos para superar a crise.
O deputado federal Leonardo Vilela (PSDB), que é presidente da Subcomissão de Acompanhamento de Fertilizantes da Comissão de Agricultura da Câmara dos Deputados, está alerta em relação a situação do campo, mas mais otimista que José Mario Schreiner e Paulo Roberto Cunha. Na opinião do deputado, o problema do crédito rural no Brasil está no fato de o recurso disponibilizado não ter acompanhado a evolução da safra. Segundo ele, o recurso a juros de 6,75% representa hoje um quarto do que era disponibilizado há dez anos, quando a safra era um terço do que é hoje. Naquele período se colhia 50 milhões de toneladas e, hoje, se colhe 142 milhões de toneladas de grãos. “A safra triplicou e o crédito foi reduzido a um quarto.”
Além disso, as multinacionais, as fábricas de fertilizantes e defensivos agrícolas, passaram a exercer o papel das instituições financeiras no financiamento da colheita. Vendem os produtos para serem pagos depois da colheita. “Passamos por diversos planos econômicos nos últimos anos, os agricultores se sujeitaram a juros extorsivos para a atividade, os bancos calculavam juros sobre juros e tudo isso tornou a dívida dos produtores crônica e, em muitos casos, impagável.” Segundo o deputado, o governo concede os benefícios, mas o Banco do Brasil, principal agente da política de crédito rural do País, não aplica. “O governo dá com uma mão e toma com outra.” Na opinião de Leonardo Vilela, o Brasil precisa caminhar para um novo modelo de crédito rural.
Mas para o deputado, o maior problema da agricultura brasileira é a dependência do país em relação aos insumos. E ele não se refere ao custo dos insumos, visto que a economia é capitalista e globalizada e o preço estipulado pelo mercado internacional. O que preocupa Leonardo Vilela é a dependência do Brasil. “Precisamos aumentar a nossa produção de fertilizantes para diminuir o custo e reduzir nossa dependência.” Ele conta que 74% dos fertilizantes utilizado nas colheitas brasileiras são importados de apenas seis países. No caso do potássio a situação é ainda mais grave: 92% da substância é importada da Rússia e do Canadá.
Infra-estutura — Outro problema apontado pelo deputado e que ele considera gravíssimo é a situação da infra-estrutura, que afeta mais os Estados do Centro-Oeste. Segundo ele, os agricultores do Mato Grosso e de Goiás recebem menos pela produção por causa do custo do frete. “Pela insuficiência de ferrovias e a situação das nossas rodovias.” Leonardo, que já visitou mais de 40 países produtores agrícolas, conta que o Brasil está entre os três mais eficientes do mundo em produção agrícola, todavia enfrenta problemas de infra-estrutura que tiram a competitividade o produto brasileiro e a renda do produtor. “São necessários investimentos pesados em infra-estrutura para sairmos desta crise.”
Para 2009, Leonardo Vilela prevê problema na comercialização da safra por causa da crise, que segundo ele, não chegou com tanta intensidade no Brasil, mas deve influir na questão do crédito e da demanda. “Muito produtor não vai ter para quem vender a safra.” A queda do preço das commodities deve, na opinião do deputado, ser parcialmente compensada pela alta do dólar. “O reflexo maior será em 2010”
Todavia, o deputado afirma que a economia goiana está madura para enfrentar a crise. Ele conta que em Mineiros, sua terra natal, é impressionante a diversidade e solidez da economia. O agronegócio está muito forte, mas outros setores da economia também estão se consolidando na cidade. “Pontualmente o produtor vai enfrentar dificuldades, mas a economia está muito diversificada, consolidada e verticalizada e vai conseguir superar a crise.” O deputado diz que não quer diminuir a importância da crise, mas observa que a economia está forte suficiente para sobreviver a ela. “Nosso crescimento econômico vai na contramão do que está acontecendo no mundo.”
Ele conta que a área plantada em Mineiros de soja, milho e sorgo foi mantida em 117 mil hectares. Que a cana-de-açúcar subiu de 2,3 mil hectares para 40 mil hectares, que a área do algodão reduziu de 14 para 10 mil hectares por causa da queda no preço do produto no mercado internacional e que nunca se vendeu tanta vacina contra aftosa no município: 326 mil doses. “Aumentamos nossa produção por meio do melhoramento genético e das pastagens.” Segundo ela, em Mineiros, a produtividade da carne, leite, frango, cana-de-açúcar e grãos aumentou e isso tem reflexos na cidade, nos empreendimentos imobiliários e no comércio. “Em Mineiros, não faltam empregos. Há cinco anos isso não acontecia.”
Na avaliação do deputado, o campo tem problemas de infra-estrutura, no modelo de crédito rural e é vulnerável em relação aos insumos. “E isso é inaceitável porque se trata de uma questão de segurança alimentar.” Mas segundo ele, o Brasil pode solucionar todos estes gargalos. No caso dos fertilizantes, que representam um terço do custo da produção, Leonardo Vilela diz que há jazidas no País que não são exploradas porque estão nas mãos de especuladores à espera de valorização. “Há uma jazida entre Espírito Santo e Sergipe que nunca foi explorada”, conta. Segundo o deputado, o nitrogenado, outro fertilizando importado pelo País, é produzido a partir do gás natural, que no Brasil é todo destinado à produção de energia. “Precisamos rever estas prioridades e passar a produzir nitrogenado.”
Na opinião de Leonardo Vilela, se for mudada a política de insumos e reduzida a taxa de juros — que, segundo ele, hoje só favorece as instituições financeiras e representa uma transferência de renda do produtor rural para os banqueiros —, a crise no campo “não está tão feia como o diabo pinta”. Segundo ele, o Brasil tem tecnologia, terra e clima de excelente qualidade e é líder mundial no setor. “Podemos enfrentar estes problemas, basta querermos.”
Jornal Opção - Goiânia
Autor: Andréia Bahia
Frigoríficos buscam novos mercados externos
05/01 - 08:01
Os dois maiores frigoríficos brasileiros consolidaram suas estratégias de atuação no mercado global em 2008 e mostraram os rumos que vão seguir para abocanhar maiores fatias no comércio mundial de carnes.
A JBS Friboi tornou-se um dos grandes do mundo no ramo de frigoríficos depois de anunciar a compra de duas empresas nos Estados Unidos no início de 2008 - National Beef e Smithfield Beef -, enquanto o Grupo Marfrig avançou rumo à Europa, depois de fechar a aquisição de unidades do Grupo OSI, em junho deste ano. Estabelecendo-se nesses continentes, as empresas conseguem driblar barreiras comerciais e fitossanitárias. O que os frigoríficos não esperavam foi a eclosão da crise financeira global, que está trazendo efeitos para o consumo justamente nos países onde eles se estabeleceram.
Na avaliação de Peter Ho, analista da Corretora Planner, o horizonte de recuperação desses investimentos em aquisições é de longo prazo. "Não há como essas companhias recuperarem esses investimentos em menos de dois anos, pela profundidade da crise. Considero que haverá um período de dois anos de estabilização, ou seja, até que pare de haver desemprego e desaceleração de consumo, por exemplo. O crescimento de mercado levará pelo menos cinco anos, acredito", avalia o analista da Planner.
O frigorífico JBS adotou a estratégia de manter a maior parte de sua base de operações nos EUA com o objetivo de atingir o mercado da Ásia. "A JBS quer se tornar um grande processador nos EUA, enfocando o mercado asiático. O perfil do consumidor americano e da Ásia são muito parecidos", avalia Ho. Vale lembrar que o Brasil ainda não tem acesso aos mercados da Coréia do Sul e do Japão. A empresa também adquiriu uma planta na Austrália, do Grupo Tasman, e pode fornecer carne aos asiáticos a partir dessa companhia. Para Ho, a JBS talvez paralise algumas plantas menos eficientes para ajustar sua produção ao consumo, que deve cair nos EUA. Fausto Gouveia, economista da Infra Asset Management, comenta que o frigorífico poderá passar por aperto de caixa em 2009. "Há que verificar o quanto a crise poderá afetar o endividamento da companhia. A JBS tem dívidas em dólar. Mas, por outro lado, também tem receitas em moeda estrangeira. Será preciso esperar para ver os reflexos da crise nos próximos meses", comentou Gouveia.
O grupo Marfrig, com as aquisições anunciadas este ano, fortaleceu sua presença na União Européia (UE), com foco de ampliar suas vendas na região. Foram adquiridas 15 unidades. Deste total, seis estão na Inglaterra, duas na Irlanda do Norte, quatro no Brasil, duas na França e uma na Holanda. "Com os passos dados em 2008, o Marfrig mostra foco na UE e na América Latina", comenta Ho, da Planner.
Gouveia, da Infra Asset, lembra que depois das aquisições a JBS chegou a um valor de mercado de US$ 7,2 bilhões e o Marfrig alcançou valor de US$ 2,138 bilhões. Comparando as atitudes no que diz respeito às estratégias para decidir aquisições e se posicionar no globo, para Gouveia, o Marfrig foi um pouco mais cauteloso, enquanto a JBS adotou uma postura mais agressiva. Segundo Ho, o Marfrig não alcançou o tamanho da JBS, mas hoje tem porte equivalente ao da Sadia e da Perdigão.
Carnes no mundo
Quando se avalia o comportamento dos investidores em apostar nos frigoríficos que tem ações em bolsa, verifica-se que ainda há uma certa timidez. Segundo analistas, se trata de um setor novo no que diz respeito ao mercado financeiro. Foi somente há dois anos que três companhias do ramo fizeram abertura de capital: JBS, Marfrig e o Frigorífico Minerva. Entre outros grandes do setor estão o Bertin e o Independência. O segundo esteve se preparando para abrir capital. Com a crise e o cenário setorial de escassez de matéria-prima, ficará claro para o mercado quais dessas companhias - ou se todas - têm seus alicerces bem firmados. "O cenário está ruim para as indústrias frigoríficas porque além do ciclo pecuário ainda surgiu um horizonte de demanda incerto", comentou Fabiano Tito Rosa, consultor da Scot Consultoria. "Vai ocorrer uma limpa no mercado. Sobreviverão as empresas bem administradas", avaliou Rosa.
No que diz respeito à demanda por carne bovina no mercado externo, para os próximos meses, os frigoríficos exportadores estão preocupados com a situação de falta de crédito na Rússia - principal mercado importador do produto brasileiro - e, por conta das incertezas em relação a esse país, as companhias modificaram sua expectativa de exportações para 2009. Estimativa dada em novembro pela Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec) apontava de que a receita com exportações poderia chegar a US$ 6,5 bilhões este ano sobre a previsão de 2008, de US$ 5,3 bilhões. "Conseguiremos em 2009 pelo menos manter o volume e o valor obtidos em 2008. Revisamos a estimativa anterior porque a crise está mais danosa do que prevíamos inicialmente", avaliou Roberto Gianetti da Fonseca, presidente da Abiec.
Para compensar perdas no mercado russo, principal comprador da carne brasileira, os frigoríficos já estão buscando ampliar participação no Oriente Médio e na Ásia. Além disso, os exportadores contam com a ampliação de compras da UE para até 200 mil toneladas em in natura, frente a 33,6 mil toneladas importadas do Brasil por eles este ano, até novembro. O Chile é outra aposta, pois deverá reabrir suas portas para a carne brasileira e importar até 100 mil toneladas. Entre janeiro e novembro, os russos responderam por 38% das exportações brasileiras de carne in natura - fatia que chegou a 50% em meados deste ano. Nos primeiros 15 dias de dezembro, as exportações registraram baixa. Em volume, a queda foi de 26% em relação à primeira quinzena de dezembro do ano passado, para 33,8 mil toneladas equivalente carcaça. Em valor, a receita da quinzena alcançou US$ 124,2 milhões - queda de 18%. O fator Rússia foi o motivo e o cenário deve se repetir no primeiro trimestre de 2009.
Os dois maiores frigoríficos brasileiros, JBS e Marfrig, consolidaram suas estratégias de atuação no mercado global em 2008 e miram novas rotas para se firmarem no exterior.
DCI - Diário do Comércio & Indústria
Governador de GO propõe plano para aumentar a produção de alimentos
05/01 - 11:57
Ao tomar conhecimento da preocupação do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, com relação ao aumento da produção dos alimentos mais consumidos pelo povo brasileiro, com destaque para o trigo, o arroz e o feijão, o governador Alcides Rodrigues determinou aos auxiliares que providenciassem um relatório sobre os projetos de agricultura irrigada atualmente em desenvolvimento no Estado de Goiás. Este trabalho, que foi encaminhado ao presidente, sob o título Proposta de Goiás: mais comida para o povo, é uma contribuição para a solução rápida e eficiente da problemática do abastecimento interno.
No documento, estão expostas medidas que poderão ser tomadas imediatamente para que o Estado de Goiás, através de utilização de suas várzeas nos vales do Rio Araguaia e do Rio Paranã, aumente em cinco vezes a sua atual produção de arroz, chegando ao patamar dos 10% de toda a safra nacional.
Celeiro do Brasil
Segundo o governador, Goiás poderá alcançar 2,2 milhões de toneladas de trigo, aproximadamente, se forem incorporados ao processo produtivo as terras altas goianas, além dos atuais 185 mil hectares hoje em exploração, mais 765 mil hectares de áreas férteis no Vale do Rio Paranaíba, irrigáveis na sua totalidade por meio de pivôs centrais. Isto corresponde a 20% do atual consumo brasileiro desse cereal. “Espero, com essa atitude, senhor presidente, poder colaborar efetivamente para o sucesso do seu Governo na necessidade premente de aumentar a oferta de alimentos a preços acessíveis ao nosso povo”, justifica o governador.
Todos os projetos de irrigação elencados e enviados ao presidente foram exaustivamente estudados pelos governos estadual e federal, via Pré-diagnóstico da Bacia do Araguaia-Tocantins (Prodiat) e Embrapa, e contam com apoio da Federação da Agricultura do Estado de Goiás (Faeg). Os Projetos de Irrigação dos Vales Araguaia e Paranã fazem parte das obras prioritárias do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Todo esse acréscimo de produção terá logística de exportação do Estado de Goiás através da Ferrovia Norte-Sul.
O Estado de Goiás tem vastos solos para a agricultura irrigada. Goiás tem desenvolvido projetos que já apresentam resultados excelentes e de alta produtividade, além de ter acumulado grande experiência tecnológica. A proposta do governador goiano enfoca um projeto agrícola amplo e abrangente, sustentado em três pilares, que vão incrementar os números das nossas safras. São eles os projetos de irrigação do Vale do Rio Araguaia, do Vale do Rio Paranã e das terras altas goianas. Estas últimas, fundamentalmente voltadas para a produção intensiva de trigo, arroz, e feijão.
Goiás Agora - Goiânia

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