As dez mais de 5 de fevereiro
Quinta-feira, 05 de Fevereiro de 2009
Publicado por Kassu
AGUA BOA NEWS
Boa tarde,
Este é um roteiro do que há de mais relevante nos principais jornais do país hoje.
Boa leitura.
1. O PAC maquiado
O governo federal anunciou que o Programa de Aceleração do Crescimento vai ganhar um investimento adicional de R$ 142,1 bilhões até 2010 – o montante passa de R$ 503,9 bilhões para R$ 646 bilhões. Só que a turbinada do PAC tem técnicas de maquiagem, como informa a manchete do jornal O Globo. Algumas “obras novas” são, na realidade, projetos já em andamento, como a expansão dos metrôs de São Paulo e Rio. Outras obras já estavam incluídas sem verba definida, e agora ressurgem orçadas, caso do trem-bala Rio-São Paulo, com custo estimado em R$ 25,3 bilhões. Como até hoje o PAC não deslanchou, fica difícil acreditar que essa montanha de dinheiro adicional saia mesmo do papel. Para a colunista Miriam Leitão, “a maior importância do PAC é propaganda política e eleitoral”.
2. Cadê o dinheiro da Petrobras?
Outro grande plano de investimento anunciado recentemente foi o da Petrobras. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva diz que a estatal vai aplicar US$ 92 bilhões até 2013. O problema, informa o Blog do Fucs, no site de ÉPOCA, é que a empresa tem garantidos apenas US$ 18 bilhões, que serão investidos neste ano. O resto do dinheiro ainda precisa ser captado, mas a dificuldade de obter crédito está preocupando muito a diretoria da estatal, conta o blog. Eles sabem que, “se o mercado externo não melhorar, ficará difícil manter os planos anunciados por Lula (e pela própria empresa)”.
3. SP concentra 44% dos demitidos pela crise
Está na manchete do Estadão: o Estado de São Paulo cortou 285.532 empregos formais em dezembro de 2008, o que representa 44% do total de vagas perdidas em todo o País no período. Trata-se de um número preocupante e ligeiramente acima do que o Estado representa para o emprego no Brasil – 40%. Para Hélio Zylberstajn, coordenador do Observatório do Emprego (sistema ligado ao governo estadual), a perda de vagas foi “muito além do padrão”. A indústria foi a grande responsável pelo cenário ruim, respondendo por 44,4% das demissões no Estado.
4. Crise deve acabar com ganhos reais em negociações trabalhistas
A informação é da Folha (para assinantes): especialistas do mercado de trabalho acreditam que a crise econômica vá encerrar o ciclo de ganhos reais (superiores à inflação) obtidos em acordos trabalhistas desde 2004. Sindicatos que negociaram reajustes após novembro, em plena crise, receberam propostas de aumento de 1%, muito abaixo da inflação medida pelo INPC em 2008, que ficou em 6,48%. Agora, o conselho aos líderes sindicais é mudar a pauta da defesa de reajustes maiores para a manutenção do emprego. Em tempos de aperto, mais vale garantir o que se tem.
5. Lula acusa de “protecionista” pacote de Obama
Em entrevista exclusiva à BBC Brasil, o presidente Lula chamou de protecionista o pacote econômico proposto pelo presidente americano Barack Obama. “Quando o presidente Obama anuncia um pacote de investimentos e diz que vai financiar as obras que forem construídas com produtos comprados na siderurgia americana, ele está praticando um protecionismo que a OMC teoricamente não aceita’, diz Lula. Ele se refere a uma cláusula do pacote apelidada de “Buy American” (“Compre produtos americanos”, numa tradução livre). Mas o Senado americano já aliviou um pouco o teor protecionista diante da insatisfação internacional. A medida não será rejeitada, mas deverá ser aplicada de uma forma que contemple as obrigações americanas com acordos internacionais de comércio.
6. Suspeita de fraude na merenda paulistana
O Ministério Público de São Paulo está investigando um suposto cartel envolvendo pelo menos dez fornecedores de merenda escolar para a rede pública de São Paulo (capital) e outros 13 municípios paulistas. O esquema, segundo o Estadão, teria cooptado servidores de vários setores da Prefeitura paulistana para obter direcionamentos de licitações. E a recompensa viria por meio de propina ou cargos nas empresas beneficiadas. Um dos supostos integrantes do esquema é o atual secretário municipal de Saúde e ex-secretário de Gestão Januário Montone.
7. Serra propõe pedágios em vias entre cidades e rodízio até em rodovias
Um projeto enviado pelo governador José Serra (PSDB) à Assembleia Legislativa de São Paulo abre caminho para a adoção do pedágio urbano em ruas e nas vias de ligação entre cidades das regiões metropolitanas de São Paulo, Campinas e Baixada Santista. A proposta prevê, ainda, a criação de um sistema de rodízio de veículos que atingiria até rodovias. Todas essas medidas, informa a Folha (para assinantes), fazem parte da Política Estadual de Mudanças Climáticas (PEMC), que engloba uma série de ações para reduzir a emissão de poluentes no Estado. A ideia do pedágio urbano não é muito bem vista politicamente por sua impopularidade, mas o governo parece disposto a comprar a briga para tentar desestimular o transporte individual. Resta saber se o projeto não sofrerá grandes alterações na Assembleia.
8. O castelo do corregedor da Câmara
Quem bate o olho na foto do castelo publicada na capa do jornal O Globo pode pensar que se trata de algum hotel de luxo na Europa, mas a construção em questão é bem brasileira: fica em São João Nepomuceno, no sul de Minas Gerais, e pertence ao deputado federal Edmar Moreira (DEM-MG), atual corregedor da Câmara – aliás, ontem a Folha já tinha dado uma pequena nota sobre o tal castelo. Com 36 suítes, o imóvel é avaliado em pelo menos R$ 20 milhões e está à venda, mas Edmar Moreira declarou à Justiça Eleitoral ter um imóvel na região no valor de apenas R$ 17,5 mil – seu filho, Leonardo, que divide com o pai a propriedade, declarou um de R$ 3,2 milhões. Ao assumir como corregedor, Edmar disse que não queria investigar seus colegas por conta do “vício da amizade”...
9. Obama fecha cerco a executivos
O governo americano determinou que altos executivos de empresas que tenham recebido “assistência extraordinária” do setor público por conta da crise econômica podem receber salários de até US$ 500 mil anuais. Além disso, será exigida transparência total dos gastos desses “tops” com o uso de jatos corporativos, reformas de escritório e até festas, informa o The Wall Street Journal. Para o presidente Barack Obama, as quantias pagas aos executivos em tempos de crise eram “vergonhosas”. “Nós acreditamos que o sucesso merece ser compensado. Mas o que deixa as pessoas indignadas, e com razão, são executivos recompensados por seu fracasso, especialmente quando a recompensa é subsidiada pelos contribuintes”, afirmou Obama.
10. Vaticano exige de bispo retratação sobre opiniões antissemitas
Pressionado por várias instituições judaicas e até pela premiê alemã Angela Merkel, o Vaticano decidiu enquadrar o bispo ultraconservador inglês Richard Williamson. A Santa Sé informou que, se Williamson não se retratar publicamente de suas declarações negando a existência do Holocausto, ele não será mais aceito pela Igreja Católica – a polêmica, vale lembrar, começou quando o papa Bento XVI suspendeu a excomunhão de Williamson e de outros três bispos, ordenados à revelia do Vaticano por Marcel Lefebvre em 1988. Segundo o jornal The Guardian, o Vaticano alega que Bento XVI não sabia das opiniões antissemitas de Williamson quando suspendeu sua excomunhão.

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