As dez mais de 6 de fevereiro
06/02/2009 às 11h25m
Sexta-feira, 06 de Fevereiro de 2009
Por Kassu
AGUA BOA NEWS
Bom dia,
Este é um roteiro do que há de mais relevante nos principais jornais do país hoje.
Boa leitura.
1. Governo vai usar reservas para socorrer empresas
Quando o momento econômico era bom, o governo brasileiro aproveitou para fazer um bom "colchão de dólares", e por isso as reservas internacionais do país giram hoje em torno de US$ 200 bilhões. Agora, com a crise, o Banco Central está disposto a usar até US$ 36 bilhões dessa "gordura" para fazer empréstimos a empresas brasileiras com dívidas no exterior, como informa a manchete do Estadão. O valor equivale ao que as companhias estão devendo lá fora, com vencimento de parcelas entre outubro de 2008 e dezembro de 2009. O presidente do BC, Henrique Meirelles, não concorda com críticas sobre o uso das reservas para socorrer grupos empresariais prejudicados na crise. "Elas são feitas para serem usadas”.
2. Receita deve liberar 100 mil declarações da malha fina
A crise anda preocupando tanto o governo que a Receita Federal em São Paulo deve liberar, nos próximos meses, cerca de 100 mil declarações de Imposto de Renda da chamada malha fina - um dos objetivos é justamente colocar mais dinheiro na mão dos contribuintes por meio das restituições do IR, diz a Folha (para assinantes). Claro que não é uma fortuna, mas alguns valores retidos chegam a R$ 3 mil, o que não é nada de se jogar fora num período de aperto financeiro. A "bondade" da Receita tem a ver também com a falta de funcionários da instituição, que pretende focar sua fiscalização em contribuintes de alto poder aquisitivo, com restituições acima de R$ 50 mil - ou seja, haverá um relaxamento aos que contribuem pouco. Espera-se que, com isso, não venham a aumentar os índices de sonegação.
3. Brasil segue sendo prejudicado por pacotão de Obama
Depois das críticas da comunidade internacional (inclusive do presidente Luiz Inácio Lula da Silva), o Senado americano atenuou o teor de uma cláusula do pacotão de estímulo econômico que determinava o seguinte: "ferro, aço e produtos manufaturados" a serem usados em obras previstas no pacotão deveriam ser produzidos apenas nos Estados Unidos. Os senadores mudaram o texto, mas o prejuízo aos artigos brasileiros continua. O Estadão informa que os EUA terão de abrir o pacote a signatários do Acordo de Compras Governamentais, como o Canadá e a União Europeia, além do México - por ser parte do Nafta. Mas nada para o Brasil. Por enquanto, as queixas de Lula estão mais do que corretas.
Meio ambiente
4. Governo permite aumento da área plantada na Amazônia
Está na manchete do jornal O Globo: uma comissão com representantes de 13 ministérios mudou a regra sobre reflorestamento obrigatório no entorno da BR-163 (Cuiabá-Santarém), reduzindo a área de reserva legal. Quem desmatar em torno da BR e de outras rodovias próximas não será mais obrigado a reflorestar 80% da área, mas apenas 50%. Isso significa que 700 mil hectares poderão ser usados para a agricultura (quase cinco vezes o tamanho do município de São Paulo). E até o Ministério do Meio Ambiente concordou com a medida, alegando que ela vai permitir um melhor combate ao desmatamento.
Justiça
5. Caso Battisti: Parlamento Europeu aprova moção contra o Brasil
O Parlamento Europeu aprovou ontem uma resolução em que pede ao Brasil para "levar em consideração a sentença italiana" que condenou à prisão perpétua o ex-terrorista Cesare Battisti, que obteve asilo político do governo brasileiro. O texto foi aprovado com 46 votos a favor e 8 contra - uma sessão muito esvaziada, pois o parlamento tem 785 deputados. A decisão de repudiar o governo brasileiro não contou com o apoio da representante da Comissão Europeia. Ela alertou que a moção não muda a posição de não-intervenção do bloco na disputa bilateral, informa o Estadão. É possível ainda que o Supremo determine a extradição de Battisti, ignorando o refúgio concedido pelo ministro da Justiça, Tarso Genro.
Política
6. Governo federal faz propaganda em revista americana
A atual edição da revista americana Foreign Affairs (janeiro/fevereiro) traz um encarte publicitário de dez páginas sobre as ações do governo brasileiro. Nele, a ministra Dilma Rousseff é um dos destaques (embora não haja fotos dela), e aparece a certa altura de um texto sobre política energética como "provável candidata" a presidente da República em 2010. Com o título "Brasil, um gigante acorda", o encarte diz que o governo pode superar o desafio da crise econômica, "permanecendo como uma das mais influentes potências econômicas emergentes". Há imagens do presidente Lula e do chefe do Banco Central, Henrique Meirelles. O blog de Cláudia Trevisan lembra que "o princípio constitucional que veta a aparição de autoridades em publicidade oficial foi totalmente esquecido".
7. Pode cair o castelo para o corregedor da Câmara
Até bem pouco tempo uma discreta figura política de Minas Gerais, o deputado federal Edmar Moreira (DEM) foi alçado ao cenário nacional por conta de seu castelo na região de Juiz de Fora e pode se complicar. O valor do imóvel é estimado em até R$ 25 milhões, mas ele declarou à Justiça Eleitoral ter uma casa de apenas R$ 17,5 mil na região. Atual corregedor da Câmara, Moreira acumula dívidas trabalhistas com seu grupo de empresas, e o castelo, entre outros bens, pode ser bloqueado pela Justiça, diz O Globo. O DEM já divulgou nota exigindo a renúncia de Moreira da Corregedoria. O castelo do deputado, pelo jeito, está para cair...
Saúde
8. Maioria dos farmacêuticos vende antibiótico sem receita
Um estudo do Conselho Regional de Farmácia de São Paulo, divulgado pela Folha (para assinantes), mostra que 68% dos 2.769 farmacêuticos paulistas consultados vendem antibióticos e anti-inflamatórios sem receita médica. O recebimento de comissões dos laboratórios e a exigência de cumprir metas de vendas de remédios foram citados por 15% dos entrevistados. Na prática chamada de "empurroterapia", o profissional indica medicamentos similares no lugar dos de marca ou dos genéricos em troca de comissões dos laboratórios.
Mundo
9. Aumenta pressão por acordo humanitário com as Farc
O ex-deputado colombiano Sigifredo López, libertado ontem pelas Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), reforçou os pedidos de ex-reféns para que o governo de Álvaro Uribe aceite um acordo humanitário com os guerrilheiros, informa a BBC Brasil. "Há seres humanos morrendo na selva, todos temos que pedir ao presidente Uribe para que faça (o acordo)", disse o ex-parlamentar. Ele critica a posição de Uribe de tentar resgatar os sequestrados sem negociação com as Farc, o que aumenta o risco das operações. López disse que 11 ex-deputados que haviam sido sequestrados junto com ele foram executados pelos guerrilheiros em 2007, pois os rebeldes acreditavam que o Exército tentaria resgatá-los.
10. Mais um da equipe de Obama enrolado com impostos
Quanto mais se mexe nas contas dos escolhidos pelo presidente americano Barack Obama para sua equipe, mais problemas aparecem. A comissão do Senado responsável pela avaliação dos indicados de Obama adiou a aprovação de Hilda Solís para o Departamento do trabalho porque seu marido, Sam Sayyad, só pagou anteontem uma dívida de US$ 6.400 em impostos de sua oficina mecânica, pendente há 16 anos, diz o jornal The New York Times. É o quinto caso de membros da equipe impedidos de assumir por problemas tributários, o que deve ter aumentado o arrependimento de Obama por não ter esmiuçado melhor a vida deles.

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