quarta-feira, 11 de março de 2009

As dez mais de 11 de março

Quarta-feira, 11 de Março de 2009

Boa tarde,
Este é um roteiro do que há de mais relevante nos principais jornais do país hoje. Todas os dias de segunda a sexta-feira, o boletim eletrônico estará disponivel no AGUA BOA NEWS.
Boa leitura.



1. Recessão a caminho?
A queda de 3,6% do PIB entre outubro e dezembro, divulgada ontem pelo IBGE, levou todos os grandes jornais do País a estampar nas manchetes o risco evidente de recessão em 2009. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que em outubro fez a célebre comparação da turbulência financeira com uma "marolinha" (que me desculpem os leitores cansados das referências a tal expressão, mas aqui se faz necessário), ainda tenta ficar no barco ameaçado de virar. "Mesmo com o PIB perto de zero, não teremos recessão. O susto já passou”. O Globo informa que Lula já pediu à área econômica uma redução mais acelerada dos juros básicos para tentar melhorar um pouco o cenário negativo. Há quem acredite em corte de até 2 pontos porcentuais na reunião do Copom, hoje. A Selic está em 12,75% ao ano.


2. Lula por "um mundo menos falso"
Depois de escrever ao Financial Times que a nova ordem econômica e social que virá depois da crise deve se focar no ser humano, o presidente Lula voltou a usar um tom um tanto utópico em uma entrevista ao The Wall Street Journal sobre a turbulência financeira. "O mundo será menos falso. A economia que vai contar será aquela que produzir milho, arroz, um parafuso, um carro, um terno, um relógio", disse o presidente. Sobre outros temas, Lula foi menos "poético", digamos. Ele defendeu o fim do embargo americano a Cuba, criticou o protecionismo e disse que as políticas de Barack Obama para o Brasil serão "infinitamente melhores" que as de George W. Bush, as quais ele chamou de "dignas".


3. Governo amplia limite do crédito consignado de aposentados
O governo federal tem atuado em várias frentes para aumentar os níveis de consumo em tempos de crise. A última medida, que entra em vigor nos próximos dias, foi ampliar de 20% para 30% a parcela dos benefícios que os aposentados do INSS podem comprometer com o crédito consignado. O curioso, lembra a Folha (para assinantes), é que o maior comprometimento da aposentadoria no crédito consignado foi pedido por entidades de aposentados no meio do ano passado, e na época o governo vetou a ideia justamente com medo de superaquecer a economia. Mas a maior liberdade para um aposentado tomar empréstimos é traiçoeira: alguns acabam perdendo o controle sobre seus gastos.


Justiça
4. EUA liberam US$ 450 milhões de Daniel Dantas
O ex-banqueiro Daniel Dantas, acusado de lavagem de dinheiro e outros crimes financeiros na Operação Satiagraha, conseguiu mais uma vitória jurídica. O juiz John Bates, do Tribunal Distrital de Colômbia (EUA), desbloqueou ontem US$ 450 milhões do Opportunity Fund, que haviam sido congelados em janeiro a pedido do Ministério da Justiça brasileiro. Segundo o Estadão, o motivo dado por Bates para tomar essa decisão foi simples: sem condenação definitiva por aqui, a Justiça americana não teria competência para manter a ordem de bloqueio.


Política
5. Deputados podem ter novo aumento salarial
Os deputados federais estão estudando o fim da chamada verba indenizatória, usada para gastos decorrentes de atividades parlamentares. Até aí, nada a reclamar. O problema é que a Câmara quer aproveitar a economia decorrente dessa eventual extinção para reajustar seu próprio salário, informa O Globo. A proposta a ser apresentada pelo primeiro-secretário da Casa, Rafael Guerra (PSDB-MG), ao presidente Michel Temer (PMDB-SP) é de equiparar o salário dos deputados, hoje de R$ 16,5 mil, aos de ministros do Supremo, que ganham R$ 24,5 mil. Pelos cálculos de Guerra, ainda haveria uma economia de R$ 18 milhões - se todas as casas legislativas fizessem o mesmo, seriam economizados R$ 100,6 milhões. Só mais um número: se não houver o reajuste, o fim da verba indenizatória em todo o país nos faria deixar de gastar R$ 354 milhões. Que tal?


6. Senado não cobra punição por hora extra indevida
A Folha (para assinantes) informa que o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), considerou um "absurdo" o pagamento de hora extra em janeiro para servidores da Casa e mandou os funcionários de seu gabinete devolverem o valor recebido. Outros senadores exigiram o mesmo de sua equipe. Foram pagos R$ 6,2 milhões a 3.883 servidores num mês em que não houve atividade no Senado. Só que ninguém se dispôs, até agora, a cobrar punições sobre o tal "absurdo". Sarney "empurrou" o caso para o primeiro-secretário, Heráclito Fortes (DEM-PI), e este disse que vai pedir um parecer da Advocacia-Geral do Senado, mas transferiu a responsabilidade maior para os chefes de gabinete. Ou seja, é difícil crer que alguém vá ser punido.


7. Governo devolve verba do BID para saneamento
O Estadão relata hoje um episódio que traduz com perfeição como a burocracia na máquina pública brasileira inviabiliza a aplicação de investimentos, mesmo quando o dinheiro está na mão. A União decidiu devolver ao Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) US$ 57 milhões (R$ 134 milhões) que deveriam ser usados num convênio para obras de saneamento público em 129 municípios. Em quatro anos, o governo só conseguiu usar a verba em uma cidade, no Ceará, e realizar licitação em outras duas. Depois de tantos entraves e discussões inócuas sobre o programa, o governo limitou o convênio a apenas seis cidades e, agora, achou que não compensava mais manter o empréstimo para investir num número tão inexpressivo de localidades. Detalhe: tudo isso num país onde 47,5 milhões de pessoas vivem sem coleta de esgoto, e 19 milhões, sem água tratada.


Mundo
8. EUA relaxam sanções contra Cuba
O Senado dos Estados Unidos aprovou uma emenda que relaxa algumas restrições contra Cuba, impostas pelo ex-presidente George W. Bush em 2004. Quando Barack Obama sancionar a lei, o que pode ocorrer ainda hoje, os cubano-americanos poderão viajar com mais frequência para visitar parentes na ilha e enviar um volume maior de dinheiro para Cuba. A emenda entrou no meio de um complemento do Orçamento de 2009, só que essa estratégia pode dar errado. O Miami Herald informa que, para garantir a aprovação orçamentária, o secretário do Tesouro, Timothy Geithner, prometeu a senadores contrários ao fim das restrições contra Cuba que a Casa Branca vai interpretar a emenda de forma tão severa que ela será praticamente sem efeito. A ver...


9. Madoff deve assumir culpa por golpe bilionário
O americano Bernard Madoff, que ficou mundialmente conhecido por ter sido o suposto coordenador de um esquema que provocou perdas bilionárias a investidores de vários países, deve assumir sua responsabilidade em 11 acusações contra ele na Justiça de Nova York, durante o julgamento marcado para amanhã. Segundo o Financial Times, Madoff, de 70 anos, pode pegar até 150 anos de prisão caso seja condenado por todas as acusações. A estratégia de se declarar culpado pode, sim, reduzir bastante sua pena, mas juristas ouvidos pelo FT acham difícil que ele não passe o resto da vida na cadeia, mesmo que a sentença demore meses para sair.


10. Ronaldo vai voltar à seleção?
Principal assunto esportivo da semana, o desempenho animador do atacante Ronaldo no último domingo reacendeu a discussão sobre se o jogador teria condições de voltar a atuar pela seleção, como mostra o Estadão. Depois de dizer no programa Bem, Amigos, do canal Sportv, que havia uma "resistência" conta ele na CBF, o presidente da entidade, Ricardo Teixeira, afirmou que o atacante pode ter espaço novamente, "desde que seja aquele Ronaldo da Copa de 2002". Segundo Teixeira, só "um completo idiota" o vetaria da seleção. Como sempre, a pressão vai cair sobre o técnico Dunga. Se Ronaldo voltar a brilhar, será uma boa pressão.

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