As dez mais de 13 de março
Sexta-feira, 13 de Março de 2009
Boa tarde,
Este é um roteiro do que há de mais relevante nos principais jornais do país hoje. Todos os dias, de segunda a sexta-feira, o boletim eletrônico estará disponivel em AGUA BOANEWS.
Boa leitura.
1. Madoff sabia que ia para a cadeia. E foi
É emblemática a frase do americano Bernard Madoff ao se declarar culpado por um esquema fraudulento de investimentos, com perdas estimadas em até US$ 65 bilhões: “Com o passar dos anos, eu percebia que minha prisão e este dia inevitavelmente chegariam.” E, num país onde dificilmente um criminoso fica sem punição, esse dia chegou. Ontem, Madoff foi condenado por 11 acusações de fraude, lavagem de dinheiro, roubo e falso testemunho. A promotoria não aceitou um acordo em troca da confissão, e Madoff saiu do tribunal direto para o Centro de Correções de Manhattan, onde vai aguardar preso até a definição de sua pena, numa audiência em 16 de junho. Segundo o The Wall Street Journal, é provável que ele pegue cerca de 20 anos de prisão – para quem tem 70, é o mesmo que passar o resto da vida na cadeia. Justo.
Crise
2. A indústria paulista naufraga
Manchete no Estadão, a notícia de que 236 mil vagas foram fechadas na indústria de São Paulo desde outubro de 2008 é mais uma radiografia dos efeitos da crise no país. No mês passado, o corte foi de 43 mil postos de trabalho, o pior desempenho para um mês de fevereiro desde 1994. Segundo a Fiesp, há indícios de que março pode representar o fim dessa onda de demissões. Mas uma consulta da Confederação Nacional da Indústria com 431 empresas mostra que um terço delas deverá fazer novos cortes.
3. Governo pode suspender aumento de servidores
Sabe quando você promete alguma coisa, não tem como cumprir e, então, tenta arrumar uma desculpa? É a situação do governo diante de mais de 1,6 milhão de servidores públicos, para os quais estava previsto um programa de reajuste salarial escalonado até 2012. Segundo O Globo (íntegra para assinantes), a crise econômica pode levar o governo a suspender por tempo indeterminado o aumento, cujo impacto orçamentário estimado este ano é de R$ 29 bilhões. O Ministério do Planejamento tenta encontrar uma artifício jurídico para negar o reajuste, talvez valendo-se da ressalva, prevista no acordo, de que os pagamentos são condicionados à “existência de disponibilidade orçamentária e financeira para a realização da despesa”. O governo sabe do peso político de uma decisão como essa, e tenta evitá-la. As entidades de servidores já ameaçam com greve.
Política
4. O caçador de marajás voltou
Nada como um governo após o outro. Ressuscitado por uma administração petista, o ex-presidente Fernando Collor está à vontade em Brasília. Agora como senador pelo PTB de Alagoas, ele voltou ao velho estilo “caçador de marajás” na presidência da Comissão de Infraestrutura da Casa. Na primeira sessão, ontem, “Collor vestiu o figurino de fiscal das obras do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC) e se declarou ‘parceiro dos interesses nacionais’, informa o Estadão. Ele aprovou um ato para tornar supostamente mais rígida as nomeações para a direção de agências reguladoras, cuja fiscalização cabe a sua comissão. Agora, além da sabatina dos parlamentares, o indicado terá de comprovar que não tem dívidas fiscais com a União, o Estado e os municípios.
5. Tarso: “Se eu fosse cubano, teria pedido refúgio”
Nunca duvide do efeito-surpresa quando a declaração é de Taro Genro, ministro da Justiça. A última dele ocorreu no Senado, ao ser ouvido sobre o caso do italiano Cesare Battisti – a quem ele concedeu um controverso asilo político. Tarso disse que, se fosse um dos boxeadores cubanos mandados de volta para seu país após abandonarem a delegação nos Jogos Pan-Americanos de 2007, pediria refúgio no Brasil. “(Eles) querem fazer dinheiro e carreira, e não são adeptos do regime (cubano).” Aliás, como informa O Globo, Tarso também surpreendeu ao considerar que Cuba não tem “um regime democrático”. Qual será a próxima do ministro que nos vai pegar de surpresa?
Sociedade
6. A incrível história do avião roubado em Goiás
Parecia filme de ação sem final feliz. Kléber Barbosa da Silva, de 24 anos, primeiro agrediu sua mulher dentro do carro e a abandonou na beira de uma estrada. Depois, seguiu para um aeroclube em Luziânia (GO), onde conseguiu roubar um monomotor, levantar voo junto com a filha e partir rumo a Goiânia. Mesmo seguido por caças da FAB, Kléber derrubou a aeronave propositalmente num estacionamento de um shopping, informa o Correio Braziliense. Só ele e a filha morreram na queda. Tudo nessa tragédia familiar é espantoso, mas talvez o mais preocupante seja a facilidade com que uma pessoa entra em um aeroclube e consegue tomar posse de um avião para fins criminosos.
7. ONU reafirma política repressiva às drogas
A Comissão de Narcóticos das Nações Unidas aprovou ontem, em Viena, um documento que manteve a política repressiva da organização no combate global às drogas, algo que claramente não obteve muito êxito nos últimos 10 anos. O texto estabelece como meta “minimizar ou eliminar a disponibilidade e o uso de drogas” até 2019, mas simplesmente ignorou a proposta da Comissão Europeia de considerar medidas de redução de danos na tentativa de ao menos conter o aumento da disseminação do vírus HIV entre usuários. A inflexibilidade da ONU, informa a Reuters, também foi observada em relação às propostas de descriminalização das drogas ou de políticas de reabilitação dos usuários, em vez de mandá-los para a cadeia.
Religião
8. A mãe da menina de 9 anos que abortou foi excomungada ou não?
A Folha (para assinantes) informa que a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) pôs em dúvida a excomunhão da mãe da menina de 9 anos que abortou. Para o secretário-geral da entidade, dom Dimas Lara Barbosa, a mãe da menina agiu sob pressão dos médicos, que disseram que sua filha morreria caso a gravidez não fosse interrompida – ou seja, ela não teria tido a intenção manifesta de provocar o aborto da menina. Para os demais envolvidos no caso, segue a lógica apresentada pelo arcebispo de Olinda e Recife, dom José Cardoso, em entrevista a ÉPOCA: a excomunhão é automática em caso de aborto. “Não fui eu que excomunguei ninguém, eu só lembrei desta lei da Igreja (de punição automática), que está em vigor desde o primeiro século da nossa Santa Igreja.”
Tecnologia
9. BlackBerry pode ser fabricado no Brasil
Esta interessa aos aficionados por aparelhos tecnológicos. A empresa canadense Research in Motion, fabricante do celular BlackBerry, quer reduzir o custo de seus equipamentos vendidos no Brasil. Para isso, informa o Valor Econômico (íntegra para assinantes), uma das possibilidades é fabricar o celular aqui mesmo, por meio de um parceiro local que assumiria a produção de forma terceirizada. “Sabemos que há um impacto muito forte de impostos sobre nossos produtos no Brasil e temos analisado diversas alternativas para resolver isso”, diz Rick Costanzo, diretor da RIM para a América Latina.
Mundo
10. Projeto que envolve BNDES na Bolívia suspeito de superfaturamento
A Controladoria-Geral da Bolívia está investigando um projeto de construção de uma estrada, orçado em US$ 415 milhões, por suspeita de superfaturamento e favorecimento. O caso envolve diretamente o Brasil, como mostra a Folha (para assinantes). A obra foi concedida à empreiteira OAS, única empresa a participar da licitação, e o financiamento será do BNDES. O banco estatal diz que o projeto ainda não foi aprovado, e a OAS preferiu não se pronunciar.

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