terça-feira, 3 de março de 2009

As dez mais de 3 de março

Terça-feira, 03 de Março de 2009

Bom dia,
Este é um roteiro do que há de mais relevante nos principais jornais do país hoje. Todas os dias, de segunda a sexta-feira, o boletim eletrônico estará disponivel em AGUA BOA NEWS.
São apenas relise das matérias, por isso lincamos os jornais para que você possa ler as reportagens completas.

Atenção: alguns jornais são só para assinantes. Outros são em inglês e espanhol.
Boa leitura.


1. Afinal, como o governo vai tratar o MST?
Uma evidente falta de sintonia foi percebida nas reações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do ministro da Justiça, Tarso Genro, a uma ação do MST que acabou na morte de quatro seguranças de uma fazenda em Pernambuco. Lula disse ontem que é "inaceitável" o argumento usado pelos sem-terra de legítima defesa para justificar o episódio. Tarso preferiu afirmar que a ação de movimentos sociais ocorre, "em determinadas circunstâncias, de uma maneira mais arrojada". Um editorial do jornal O Globo (para cadastrados) diz que discursos como o de Tarso "indicam a dimensão do risco de o Planalto continuar avalizando atos arbitrários", especialmente do MST. Afinal, o governo vai tratar esses episódios como crimes comuns, tal qual sugere a declaração de Lula, ou seguirá tolerando atos radicais?


Economia
2. O temor das bolsas com o tombo da AIG

Já faz algum tempo que a seguradora americana AIG, a maior do país, agoniza. Fulminada pela crise econômica, a empresa já recebera um aporte de US$ 150 bilhões do governo, mas pouco adiantou. Ontem, o anúncio de um prejuízo recorde de US$ 61,7 bilhões no quarto trimestre do ano passado levou a uma queda generalizada das bolsas em todo o mundo (a de Nova York fechou abaixo de 7 mil pontos pela primeira vez em quase 12 anos) . A Casa Branca divulgou que vai dar uma ajuda adicional de US$ 30 bilhões à AIG e pode injetar mais dinheiro, se for necessário. No diário Financial Times, um diretor da seguradora diz que esse novo pacote do governo é a melhor chance de a empresa se levantar. Até o próximo pacote, provavelmente...


3. Petrobras não cogita reduzir preço dos combustíveis

O presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, afirmou ontem ao Valor Econômico que a Petrobras não planeja reduzir o preço da gasolina e de outros derivados no curto prazo, apesar da queda nas cotações internacionais do petróleo, que chegaram ao patamar de US$ 40 o barril. Segundo Gabrielli, há ainda uma grande incerteza em relação às cotações do petróleo nos próximos três meses, e a flutuação constante do câmbio também tem sido um fator impeditivo para a empresa rever o preço do litro da gasolina distribuído às refinarias, hoje na faixa de R$ 1. O último reajuste feito pela estatal ocorreu em maio de 2008.


4. Governo cogita reduzir impostos sobre compra de imóveis

O chamado PAC da habitação, que está sendo articulado pelo governo federal e deve ser anunciado no dia 18, pode contar com uma redução de impostos sobre a compra de imóveis. O Globo informa que o governo discute com prefeitos e governadores uma diminuição da alíquota do Imposto sobre Transmissão de Bens Imóveis (ITBI), que responde, em média, por 2% do valor da compra. A União também pede aos municípios uma redução do Imposto sobre Serviços (ISS) para projetos de casa popular e, aos Estados, que reduzam o ICMS para materiais de construção. Tudo isso, diz O Globo, para o governo tentar alcançar a meta de um milhão de casas construídas no biênio 2009/2010.


Política
5. Mais uma vez, diretor do Senado sob suspeita

Considerado mais poderoso que alguns senadores, o diretor-geral do Senado, Agaciel Maia, está mais uma vez na berlinda. Depois de sua sala ter sido revistada por policiais federais em 2006, durante uma operação que investigava suspostas fraudes em terceirizações na Casa, Agaciel agora é acusado de ter omitido da Receita uma casa luxuosa no Lago Sul, em Brasília, avaliada entre R$ 3 milhões e R$ 5 milhões. O Correio Braziliense (para cadastrados) de hoje traz também a denúncia de que o diretor-geral transferiu para a Polícia Legislativa, responsável pela segurança dos parlamentares, um funcionário da gráfica da Casa, obviamente sem nenhuma qualificação para a função. Mesmo com tantos indícios de irregularidades, Agaciel tem ar de intocável no Senado. Está há 14 anos no cargo e diz que só pretende sair em 2011, no fim da gestão de José Sarney (PMDB-AP) na Presidência.


6. Eleições de 2006 tiveram 18 mil doadores ilegais

A informação é de uma reportagem da Folha (para assinantes). Uma investigação do Tribunal Superior Eleitoral descobriu que 18,3 mil empresas e pessoas físicas fizeram doações de campanha ilegais durante as eleições de 2006. Esse número de doadores corresponde a 13,3% do total e repassou R$ 328 milhões aos candidatos. Segundo a apuração da Receita, a pedido do TSE, algumas empresas doaram grandes quantias, mesmo já desativadas ou com declaração de lucro zero no ano anterior. Entre as pessoas físicas, muitos se declararam isentos do Imposto de Renda. O estudo vai resultar em milhares de ações de cobrança judicial desses valores movimentados de forma irregular.


7. Os políticos investigados pelo Supremo

Uma reportagem do jornal espanhol El País tem como tema a investigação, por parte do Supremo Tribunal Federal, de 378 políticos - 275 já investigados oficialmente e 103 ainda sob a condição de acusados. O número de investigados, referente a 2008, é quase o dobro do que foi registrado em 2007. A maioria é investigada por suspeita de desvio de dinheiro público, fraudes em licitações e crimes contra o Fisco. Segundo o jornal, "talvez o Brasil não seja o país mais corrupto do mundo, (...) mas aqui a corrupção tem duas características especiais: está incrustada nos três poderes do Estado e na polícia e é o país onde há a maior impunidade diante desse tipo de crime".


Justiça
8. Procuradoria de SP denuncia 7 por morte na ditadura

Também na Folha (para assinantes), uma reportagem diz que o Ministério Público Federal em São Paulo entrou com ação civil pública para que a Justiça declare a responsabilidade de funcionários da União e do governo do Estado pelo assassinato, sob tortura, do operário Manoel Fiel Filho, em 17 de janeiro de 1976, numa cela do DOI-Codi. O crime, um marco da violência durante o regime militar, foi acobertado como "suicídio por estrangulamento". Dois interrogadores, dois PMs, um médico-legista, um perito criminal e um delegado que estiveram envolvidos no episódio foram citados pelo MPF. Se a Justiça der aval ao pedido, eles terão de ressarcir a União pelos R$ 430 mil de indenização devida à família de Fiel Filho. Os procuradores dizem que ações civis públicas não se enquadram na Lei de Anistia.


Mundo
9. Raúl Castro afasta ministros ligados a Fidel

O presidente de Cuba, Raúl Castro, anunciou ontem a maior reestruturação de gabinete dos últimos anos no país, como relata o Estadão. Mais de dez funcionários de alto escalão foram substituídos; dois deles eram figuras centrais do regime e homens de confiança do ex-líder Fidel Castro: o secretário-executivo do Conselho de Ministros, Carlos Lage, e o chanceler Felipe Pérez Roque. Ambos chegaram a aparecer no rol de possíveis presidentes, após a saída de Fidel, em 2006. "As reformas indicam que havia uma divisão no governo Raúl, mas ainda é prematuro entender qual a razão dela", disse ao Estadão o cientista político cubano Eusebio Mujal-Leon, da Universidade de Georgetown, nos EUA. Uma coisa é certa: Raúl Castro sempre mostrou divergências sobre algumas diretrizes do regime, especialmente na economia. A reforma ministerial talvez venha como um sinal de que ele quer dar uma feição própria a seu governo.


10. Em carta secreta, Obama oferece acordo para a Rússia

Numa carta que deveria ser secreta, mas à qual o The New York Times teve acesso, o presidente americano, Barack Obama, sinalizou para o governo da Rússia que pode desistir do plano de construir um sistema de escudo antimíssil no Leste Europeu se Moscou se dispuser a ajudar na tarefa de convencer o Irã a não desenvolver armas nucleares de longo alcance. A carta foi entregue em mãos, há três semanas, ao presidente russo, Dmitri Medvedev, como resposta à correspondência enviada por Medvedev a Obama. Segundo uma secretária de imprensa do Kremlin, Medvedev "apreciou o espírito positivo da mensagem", mas o documento não teria "nenhuma proposta específica ou iniciativas de cooperação mútua". Nunca foi fácil para os EUA convencer a Rússia a ajudar em assuntos sensíveis geopoliticamente. O desafio de Obama é grande.

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