quarta-feira, 11 de março de 2009

Terra indígena em MT perde 29 Ibirapueras com desmatamento

Editado por Kassu - 11/03/2009 às 11h52
AGUA BOA NEWS



Mapa interativo do Globo Amazônia mostra focos de desmatamento na
Terra Indígena Maraiwatsede. (Foto: Reprodução)


O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) detectou 103,11 km² de desmatamento e degradação florestal em áreas de conservação nos meses de novembro, dezembro e janeiro últimos. Os dados do sistema Deter (Detecção de Desmatamento em Tempo Real) foram divulgados esta semana (leia mais).

Quase metade dos focos de devastação detectados (47,27 km² - o equivalente a 29 vezes o Parque do Ibirapuera, em São Paulo) encontra-se na Terra Indígena Maraiwatsede, situada entre São Félix do Araguaia (MT) e Alto Boa vista (MT),

O chefe da unidade da Funai (Fundação Nacional do Índio) responsável pela reserva, Denivaldo Rocha, confirmou ao Globo Amazônia que a situação na terra indígena é grave. “Por mais que fiscalizemos, o desmatamento continua”, diz. “Dos 1650 km² da terra, restam apenas uns 10% de floresta”, avalia o funcionário da Funai.

A Terra Maraiwatsede tem uma história problemática. Nos anos 60, os índios xavantes que ali habitavam foram transferidos para outras regiões pelo governo militar, para darem espaço a um projeto agrícola. Na época da Eco 92, a empresa proprietária da fazenda criada no local decidiu devolver a área aos xavantes. No entanto, a população dos arredores ocupou a terra antes que a volta dos indígenas ocorresse.

Em 1998, veio a demarcação da terra e o reconhecimento do direito dos xavantes à reserva. No entanto, como explica Denivaldo Rocha, até hoje há uma disputa judicial em que os fazendeiros, que seguem na terra indígena, questionam a ordem de saída da região.

Rocha explica que há mais não-índios que xavantes na reserva e que a paisagem é predominantemente de pastos e plantações de grãos, como soja e arroz. O clima entre os fazendeiros e os índios é tenso, revela: “É uma situação que a qualquer momento pode estourar”.

Segundo o chefe do posto da Funai, por ano são feitas de três a quatro fiscalizações na Terra Maraiwatsede em conjunto com o Ibama, “dependendo dos recursos disponíveis”.

Veja abaixo a tabela com as dez unidades de conservação com mais áreas desmatadas ou degradadas entre novembro de 2008 e janeiro de 2009, segundo o Inpe:


Unidade de conservação Área de desmatamento detectada pelo Inpe entre nov/08 e jan/09 (km²)

Terra Indígena Maraiwatsede (MT) 47,269

Área de Proteção Ambiental Triunfo do Xingu (PA) 15,838

Terra Indígena Cachoeira Seca (PA) 8,890

Terra Indígena Cana Brava/Guajajara (MA) 6,651

Área de Proteção Ambiental Ilha do Bananal/Cantão (TO) 5,194

Terra Indígena Apyterewa (PA) 3,749

R.V.S. Rio das Mortes (MT) 3,097

Parque Nacional da Serra do Pardo (PA) 1,589

Floresta Nacional do Bom Futuro (RO) 1,289

Floresta Estadual do Paru (PA) 1,280

Fonte: Glôbo Amazônia

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