quinta-feira, 5 de março de 2009

Procurador de Justiça teria matado porque sobrinho deu surra no avô, relata delegado

Por Kassu - 05/03/2009 às 09h25
AGUA BOA NEWS


Foto: Alessandra Carvalho
Delegado diz que quebra-cabeça está montado

Catorze pessoas reconheceram o homem de meia idade que usava tênis, bermuda cinza e camiseta escura como autor do disparo que matou ontem de manhã o jovem Cláudio Alexander Joaquim Zeolla, de 24 anos, na Rua Bahia esquina com a Pernambuco, na Vila Rosa. O procurador da Justiça, Carlos Zeolla não fugiu e foi preso horas depois em flagrante. Por conta da prerrogativa de homem público está na Acadepol (Academia da Polícia Civil de Mato Grosso do Sul), no Parque dos Poderes.

Segundo informações da polícia, só declaradas hoje, o motivo do crime seria uma represália contra suposta surra que o sobrinho teria dado em seu avô, pai do procurador, no dia anterior.

O jovem vivia com os avós, mas estava de mudança para casa da namorada por conta dos freqüentes desentendimentos em casa. A tragédia desmoronou a família que esteve ontem pela manhã na Santa Casa, onde o rapaz morreu pouco depois de ter sido alvejado na nuca. Lá, o problema familiar veio à tona e logo no decorrer do dia a confirmação policial de que o suspeito era o procurador.

Após o crime, ainda pela manhã com base no depoimento das testemunhas, o procurador foi levado para o 1º DP (Distrito Policial). Quem o acompanhou foi o diretor geral da Polícia Civil, Jorge Razanauskas, segundo o delegado responsável pelo inquérito, Fabiano Ruiz Gastaldi. O caso está sendo apurado como homicídio doloso qualificado e entrega de veículos para pessoas não habilitadas.

Foi o depoimento do condutor do veículo, adolescente de 17 anos, que trabalhava para o procurador como secretário particular, a prova que faltava para a polícia avançar nas investigações que apontam Zeolla como autor do disparo. O jovem não foi apreendido pelo fato da polícia constatar que ele nada sabia o que o chefe pretendia quando pediu para que dirigisse o veículo Fiesta.

As manchas de sangue encontradas à tarde na casa dele pelos agentes da Polícia Civil na poltrona traseira do veículo, e na lataria, além da roupa usada pelo procurador cujas cores coincidiram com as testemunhas do crime, também foram cruciais para que a autoridade tivesse voz de prisão às 19 horas dentro da delegacia, onde ficou durante todo o dia. “Há todo tempo o procurador negou que tivesse cometido o crime e disse que estava caminhando no Horto Florestal”, diz o delegado.

Trajeto

De acordo com o delegado, o procurador teria acordado cedo, por volta das 6 horas, tomado café com o secretário particular adolescente e os dois sobrinhos, rapazes jovens que moravam com ele. Aparência dele era de calma.

Pediu ao funcionário para que dirigisse e o levasse até o Horto Florestal para a caminhada matinal. Após meia hora, o jovem que esperava no carro viu o procurador se aproximar. Ele entrou no veículo e pediu para que o motorista o levasse até a Rua Bahia, em frente à academia, onde a vítima iria malhar.

O adolescente que foi ouvido pelas delegadas Regina Maria e Roseman de Paulo teria dito que fez o que o patrão pediu e não havia notado que ele estava armado. Foi o sobrinho aparecer, em uma bicicleta, que então o procurador desceu rápido do carro, estacionado perto. Zeolla chegou e atirou. Correu e entrou no veículo pela porta traseira, onde foram encontradas as marcas de sangue.

Ele foi para a casa dele. Não fugiu. O jovem teria dito às delegadas que ficou muito assustado com tudo que aconteceu.

Em sua residência, o procurador colocou a roupa usada de molho no balde com Q-Boa. Pouco depois recebeu o delegado Razanauskas e foi para o 1º DP. A polícia agiu rápido, o suspeito deixou vestígios e agora prepara a defesa .

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