terça-feira, 3 de março de 2009

Servidor do Incra é acusado de envolvimento em comércio ilegal de terras

O comércio de lotes da reforma agrária é crime e se transformou em escândalo nacional.

Publicado por Kassu
Reportagem exibida no Fantástico em 28/02/2009
AGUA BOA NEWS




Um servidor do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) é acusado de envolvimento no comércio ilegal de terras do assentamento Barra Norte, em Novo Mundo (791 km de Cuiabá). Na área destinada à reforma agrária, comerciantes, fazendeiros e até ex-políticos são apontados como os principais compradores.


O empresário Fernando Campos Lima, que é dono de uma rede de lojas do interior de Mato Grosso, admitiu ter comprado por R$ 600 mil quatro lotes dos assentados. Com o contrato em mãos ele afirma que teve autorização de um técnico do Instituto para o negócio. "O senhor Edmundo, que trabalha no Incra de Guarantã no Norte, que autorizou". O empresário afirmou ainda que o funcionário faria o documento de transferência de donos.

As placas que anunciam as vendas de terras se multiplicam nas estradas de acesso ao assentamento. As casas abandonadas e quase cobertas pelo mato revelam que os lotes dados pelo governo aos sem-terra estão desocupados. Uma das casas da área, segundo denúncias, pertence ao filho do ex-prefeito de Novo Mundo. A residência, que está abandonada, teria sido construída com recursos do Incra.

Em uma das maiores fazendas da região, o dono Renan Baungratz confirmou ser o proprietário do lote localizado no assentamento em Barra Norte. "Nós compramos um lote. Na época foi pago um valor de R$ 70 mil. Está no meu nome, mas o lote é do meu pai", disse. O ex-prefeito de Novo Mundo, Nelson Baumgratz, negou o que o filho disse e afirmou ter o título definitivo da terra. "Aqui sempre tem as vendas de lotes. Isso ocorre sempre. Ele (o filho) se interessou, comprou o lote e documentou no nome dele", completou.

O comércio de lotes da reforma agrária é crime e se transformou em escândalo nacional com a revelação de um dos prorpietários mora na Inglaterra. Ernesto Costa foi localizado em Londres, onde trabalha como jardineiro. Ele anunciou na internet a venda de três lotes que possui no assentamento Barra Norte. "Tenho certeza que vou vender, porque tem muita gente como eu que quer melhorar de vida", contou Ernesto. Após a veiculação da reportagem sobre o assunto ele retirou o anúncio da internet. Os vizinhos dele no assentamento tinham conhecimento da irregularidade. "Ele ocupa uma terra onde deveria ter mais três assentados beneficiados. Mesmo estando numa boa fora do país", afirmou o agricultor Oceano Oliveira de França.

Edmundo Alves Sobrinho, que foi citado pelo empresário Fernando Lima, é técnico do Incra em Guarantã do Norte (721 km da capital do Estado). Ele negou ter autorizado a compra de lotes no assentamento e reiterou que a venda é ilegal. Edmundo disse ainda disse que os compradores só procuram o instituto depois de fechar negócio. Fonte: TVCA

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