Confira as dez principais notícias do dia 6 de abril
Publicado por Kassu com Juliano Machado- 06/04/2009 às 17h28
AGUA BOA NEWS
1. O foguete da Coreia da Norte falhou. Será?
Especialistas localizados na Coreia do Sul e no Japão afirmam que o foguete lançado ontem pela Coreia do Norte não conseguiu cumprir sua missão de colocar em órbita um satélite de comunicação civil – o que seria o primeiro passo para os norte-coreanos utilizarem mísseis de longo alcance. O teste pode até não ter dado certo do ponto de vista estritamente técnico, mas certamente teve êxito no campo político, como observa o The New York Times. Na Coreia do Norte, a dominada mídia local noticiava o lançamento como uma vitória do regime ditatorial de Kim Jong-Il. Some-se a isso a reação do Conselho de Segurança da ONU: EUA, Japão, França e Reino Unido bem que tentaram aprovar uma resolução denunciando os norte-coreanos pelo suposto descumprimento de uma sanção de 2006, que exigia a suspensão de qualquer atividade relacionada ao lançamento de mísseis balísticos. Mas a China vetou a ideia, e outros países defendem cautela neste momento. Há um risco grande de a ousada ação norte-coreana ficar por isso mesmo. O que é um estímulo e tanto para outros testes que podem, aí sim, representar perigo real a outros países.
Economia
2. Brasil pode reagir no segundo trimestre
Esta é a expectativa de boa parte do governo e de grandes empresários, segundo reportagem do jornal O Globo (íntegra para assinantes) desta segunda-feira. Os setores mais otimistas são o automotivo, de varejo, os supermercados e a indústria elétrica e eletrônica. Para o ministro do Desenvolvimento, Miguel Jorge, “o pior já passou”. Uma outra corrente empresarial acredita numa recuperação apenas no segundo semestre, mas ambos os lados concordam que o país pode alcançar um crescimento de 2% do PIB no final do ano – o que não seria nada mau.
Política
3. As regalias da Assembleia Legislativa de São Paulo
O Estadão de hoje traz mais uma prova de como é difícil, para a maior parte dos parlamentares brasileiros, lidar com noções de economia de dinheiro público. Em tempos de crise econômica, a Assembleia Legislativa de São Paulo mantém antigas regalias a seus deputados, como gabinetes especiais para ex-presidente, ex-primeiro-secretário e ex-segundo-secretário, com direito a carro oficial e cargos de confiança. O benefício vale por até dois anos após o parlamentar deixar o cargo, e não exige que se abra mão do gabinete de deputado “comum”. Ou seja, por esse período, ele pode acumular estruturas. Outra mostra de desperdício, segundo o jornal, foi a criação, em fevereiro, de mais dois gabinetes para vice-presidentes – já havia dois. Para o presidente da Casa, Barros Munhoz (PSDB), não há motivo para preocupação. “Claro que temos defeitos, mas eles são tão pequenos perto das aberrações que vemos na imprensa sobre o Congresso.”
4. O presentão aos usineiros
São fartas as evidências de irregularidades numa operação em que o governo federal teria destinado R$ 178 milhões a um grupo de 53 usinas, que cobravam subsídios atrasados pela produção de álcool referentes aos anos de 2002 e 2003. O pagamento, feito no fim do ano passado, ocorreu num prazo muito rápido em comparação com a fila dos precatórios, na qual estão os cidadãos “comuns”. O caso, revelado pela edição de ÉPOCA deste fim de semana, envolve figuras importantes do círculo político de Brasília: o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo; o diretor-geral da Agência Nacional do Petróleo, Haroldo Lima; e o deputado José Mentor (PT-SP), suspeito de ter feito lobby para os usineiros. O mais grave é que boa parte desse dinheiro pode nem ter chegado às mãos dos usineiros – ou seja, teria sido desviado no meio do caminho. Esperam-se esclarecimentos do governo.
Justiça
5. Em Roraima, nem índio está satisfeito
Este é o título de uma reportagem do Valor Econômico (íntegra para assinantes) sobre os desdobramentos da decisão do Supremo de fazer a demarcação contínua da reserva indígena Raposa Serra do Sol, obrigando os produtores rurais a deixar a área. O prazo para a retirada dos arrozeiros termina no dia 30. Mesmo que a saída seja pacífica, há um temor na região de que a conseqüente desmobilização de forças federais desencadeie um conflito entre dois grupos indígenas rivais da reserva, ambos da etnia macuxi. A inimizade entre esses grupos já levou algumas famílias a deixarem a Raposa Serra do Sol e partirem para a periferia de Boa Vista. Os índios mais radicais a favor da desocupação não ficaram contentes com a garantia dada ao STF de livre entrada da Polícia Federal e do Exército na reserva. Como se vê, só uma parte do problema foi resolvida. Outra etapa complicada do processo está começando.
Sociedade
6. Menor se prostitui por R$ 1,99 nas ruas do Rio
Uma reportagem do Globo mostra como o tráfico de drogas tem usado a exploração sexual de menores como fonte de renda. E os exemplos dessa sórdida atividade vêm à tona, como o caso de uma adolescente de 12 anos que fazia programas por R$ 1,99 na zona norte carioca, segundo o Núcleo de Direitos Humanos da Secretaria Municipal de Assistência Social. A jovem trabalharia para manter o vício do crack. Fragilizados pelo consumo da droga, esses menores são alvo fácil de traficantes. Em outro relato, menores seriam obrigados a pagar propina de R$ 10 (sim, R$ 10) por noite a policiais para poderem se prostituir nas ruas.
7. Brasileiro morto em massacre nos EUA
O pernambucano Almir Olímpio Alves, de 42 anos, foi uma das 13 vítimas do vietnamita Jiverly Wong, que invadiu a tiros um centro de apoio a imigrantes em Binghamton, a 225 km de Nova York. Ele assistia a uma aula de inglês na hora da invasão. O massacre ocorreu na sexta-feira, mas a confirmação do brasileiro entre os mortos só foi notificada ontem ao Itamaraty, pelo Departamento de Estado americano. Embora o episódio tenha sido considerado um ato isolado, diz a Folha (para assinantes), os estrangeiros que residem em Binghamton estão apreensivos, como o estudante brasileiro Thiago Simões. “Aqui é muito pequeno. Fora da universidade, a integração com os americanos já era um pouco difícil. Com certeza vou ficar mais esperto agora.”
Educação
8. MEC pode antecipar fim do vestibular para este ano
O Globo (íntegra para assinantes) informa que o ministro da Educação, Fernando Haddad, deve anunciar nesta segunda-feira aos reitores de universidades federais que o novo Enem pode ser aplicado ainda este ano, em substituição ao vestibular aplicado por essas instituições. O MEC já teria garantido o apoio de 35 das 55 federais para se adequarem ao novo sistema de seleção de candidatos, mas os reitores ainda divergem sobre o ritmo de transição para o teste único. A UFRJ, por exemplo, quer ver o sistema em vigor já mesmo em 2009, ao passo que a Federal de Uberlândia defende uma transição de três anos.
9. Trecho sul do Rodoanel deve sair em novembro
O trecho sul do Rodoanel de São Paulo, que vai se estender até a cidade de Mauá, passando pelas rodovias dos Imigrantes e Anchieta, deve ficar pronto em novembro, 15 meses antes do previsto. A informação é do Valor Econômico (íntegra para assinantes). A conclusão desse trecho do anel viário vai, realmente, desafogar bastante o trânsito nas Marginais paulistanas. O ganho maior, porém, pode não ser dos motoristas, mas sim do governador José Serra (PSDB). O Palácio dos Bandeirantes vê no Rodoanel Sul uma das obras mais importantes do “PAC do Serra”, rumo à disputa pelo Palácio do Planalto em 2010. A reportagem não se estende sobre o porquê de tamanha antecipação da entrega da obra. Pressão por questões eleitorais? Talvez. O governador só não deve ter gostado, hoje, de ler a capa do caderno Metrópole do Estadão: “Obras do Rodoanel avançam pela mata atlântica. 105 animais mortos” O pior foi a posição da empresa Dersa sobre as mortes dos bichos em decorrência das obras. “Os animais receberam o tratamento adequado. A natureza é a responsável pelas mortes, jamais o empreendimento (o Rodoanel)”, disse o gerente de gestão ambiental da Dersa, Marcelo Barbosa. Então tá…
Mundo
10. Terremoto na Itália pode ter matado mais de cem
Um terremoto na madrugada deste domingo (horário local) na região central da Itália deixou mais de 90 mortos, e o número pode aumentar por conta de centenas de feridos. A cidade mais afetada pelo tremor de cerca de 6 graus na escala Richter foi Áquila, de 60 mil habitantes e construída na Idade Média. É difícil evitar vítimas diante de uma ocorrência como esta, mas o dano poderia ter sido muito menor se as autoridades italianas não tivessem desdenhado das previsões de Giampaolo Giuliani, técnico do Laboratório Nacional de Física e Astrofísica Gran Sasso. Segundo a BBC Brasil, no fim de março ele alertou que uma série de pequenos abalos na região poderia ser o prenúncio de um tremor mais intenso, mas chegou a ser denunciado à polícia pela prefeitura de Áquila por “alarmar a população” e “brincar com assuntos sérios”. E o primeiro-ministro italiano, Silvio Berlusconi, disse hoje que “não há base científica para prever terremotos”. Pois é…

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