Continuam buscas por sobreviventes do sismo em Itália
Por Kassu - 07/04/2009 às 07h48
AGUA BOA NEWS
Em mais de duas dezenas de localidades da região de Abruzzo, multiplicam-se as operações de busca de sobreviventes entre os escombros dos edifícios derrubados pelo violento sismo da madrugada de segunda-feira.
A chuva que caía ao início da noite dificultava o trabalho dos serviços de socorro. Durante as últimas 24 horas, registaram-se também várias réplicas do sismo.
Os bombeiros italianos disseram ter resgatado já mais de cem pessoas com vida que estavam bloqueadas nas ruínas.
Uma residente de L’Aquila lembra “um barulho muito forte” no momento do abalo. Diz que “foi horrível. A população saiu à rua e algumas pessoas gritavam”.
A capital da província, epicentro do sismo, é um cenário de destruição. O hospital da cidade ficou parcialmente danificado, obrigando à evacuação e à assistência das vítimas na rua.
A tragédia que se abateu na região central de Itália não fica isenta de polémica.
Uma residente explica que sentiram “vários abalos desde Dezembro”, mas sempre ouviram dizer “que não havia problema. Ninguém lançou o alerta, antes pelo contrário”, sempre disseram à população “que deveria manter-se em casa”.
Um cientista italiano previu há várias semanas um grande sismo na região, mas foi acusado pelas autoridades de lançar o pânico. No fim de Março, a Protecção Civil dizia à população que a actividade sísmica registada era “perfeitamente normal”. (Euronews)
As equipas de socorro trabalharam toda a noite de ontem e prosseguiam já hoje, lançando mão de escavadoras mecânicas e abrindo caminho com as próprias mãos, para encontrar sobreviventes do mais violento sismo que a Itália teve em três décadas. Mais de 24 horas depois do abalo – que atingiu a região de Abruzzo, no centro do país – as autoridades elevavam o balanço de vítimas mortais para 179 pessoas, os feridos a ascenderem aos 1500.
Mais de 100 pessoas foram retiradas vivas dos escombros – duas delas já ao início da madrugada de hoje – mas com muitas ainda desaparecidos, pelo menos 34, os serviços de protecção civil admitem que as esperanças de encontrar mais alguém com vida são já muito escassas. Deixados sem casa estarão umas 17 mil pessoas, informavam também hoje as autoridades, um número bem mais baixo do que a estimativa, na véspera, de 50 mil.
O sismo – de um grau entre os 5,8 e os 6,3 na escala de Richter – abalou Abruzzo pouco depois das 3h30 locais (2h30 em Portugal), deitando abaixo casas, igrejas antigas e muitos outros edifícios em 26 cidades e vilas da região, a uns 100 quilómetros de distância de Roma. Em L’Aquila apenas, a cidade mais fortemente atingida, as autoridades estimam que dois terços dos edifícios ruíram totalmente.
A polícia manteve igualmente uma noite de trabalho intenso, numa vigilância apertada das casas deixadas de entranhas de fora pelo sismo. Várias pessoas foram detidas por pilhagem. Milhares de tendas foram montadas em parques e campos de futebol para acolher os desalojados pela catástrofe; muitos optaram por dormir nos seus carros. (Público)

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