Pacientes morrem em acidente com Kombi em Alto Garças
Publicado por Kassu - 04/04/2009 às 19h24
AGUA BOA NEWS
A segunda da esquerda para direita Jéssica Teixeira, camiseta branca, 18 anos, uma das vítimas fatais do acidente com a Kombi em Alto GarçasA população da cidade de Alto Garças (365 km ao Sul de Cuiabá) está de luto com a morte de duas pessoas em acidente na tarde de ontem (sexta-feira) quando uma Kombi que transportava pacientes para Rondonópolis, tombou na BR 364. A revolta dos moradores é pelo fato de que, por questões políticas, o prefeito da cidade, Roland Trentini (DEM), cancelou o contrato com um micro-ônibus e passou a oferecer o veículo envolvido no acidente como condição de transporte.
Segundo informações chovia muita na tarde de ontem. A Kombi, com nove passageiros capotou, quando duas pessoas morreram na hora. O motorista, de nome Gilberto Fraga Nogueira (Gilbertinho), foi transferido para Rondonópolis. Morreram Valcilene Mariana de Souza e Jéssica Teixeira.
Relato de moradores dão conta de que o transporte dos pacientes de Alto Garças para Rondonópolis mudou radicalmente desde quando Roland Trentini assumiu a prefeitura, em janeiro passado. Ele cancelou o contrato com uma empresa de micro-ônibus pelo fato de que o dono do veículo era ligado a administração passada. Ignorando os investimentos e custos do empresário, bem como o conforto e a segurança da população, Trentini optou por colocar na estrada a Kombi que servia a secretaria de Assistência Social. Os passageiros não tinham cinto de segurança, motivo das mortes.
Outra medida do prefeito Trentini vem sendo dispor de passagens para pacientes se deslocarem até Rondonópolis no horário noturno. Quando chegam ao destino, são obrigados a permanecerem na rua até as primeiras horas para atendimento no Hospital Regional de Rondonópolis. O retorno é feito também de forma precária. Na gestão passada o micro-ônibus transportava os pacientes até a porta do hospital, onde permanecia até a liberação dos mesmos.
IRONIA: Seria comico se não fosse trágico o fato de que a crise na saúde da população de Alto Garças foi gerada justamente por Trentini. Prefeito da cidade por dois mandatos (1996 a 2004) ele decidiu fechar um antigo hospital beneficente que funcionava por 40 anos e lançar a construção de uma nova obra. O fechamento foi em 16 de agosto de 2004. Trentini deixou o cargo de prefeito em 31 de dezembro. O novo hospital foi considerado pelo governo Blairo Maggi como uma obra cara, de alto custo operacional e com uma estrutura muito superior ao que a cidade necessitaria.
Para enfrentar o quadro caótico a gestão sucessora de Trentini investiu em atendimento básico, ampliou os PSF's e o posto central de saúde. A obra teve seguimento, contudo não foi concluida dado ao seu tamanho. No final do ano, o então prefeito Júnior Pitucha conseguiu recursos da ordem de R$ 600 mil para concluir o hospital - mas até o momento, Trentini não deu início aos trabalhos.
Desde o fechamento do hospital os nascimentos de crianças ocorrem ou em Rondonópolis (165 km), ou em Alto Araguaia (56 km) ou ainda em Mineiros - Goiás, a cerca de 160 km. Portanto, há quatro anos que os registros são feitos fora do município.
DEMISSÃO: O quadro crítico na Saúde em Alto Garças levou a secretária Mirian Scott Kramer a pedir exoneração do cargo no dia 31 de março. (Plantão News)

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