segunda-feira, 4 de maio de 2009

Confira as dez principais notícias do dia 4 de maio

Por Juliano Machado às 12h17 para
AGUA BOA NEWS

1. MEC sugere fim de disciplinas tradicionais no ensino médio
Depois da proposta de abolir o vestibular nas universidades federais em prol do Enem, o Ministério da Educação apresenta agora um projeto de ampla reforma no ensino médio, como relata a manchete da Folha (para assinantes) de hoje: o sistema tradicional, com 12 disciplinas, seria substituído por quatro áreas temáticas (línguas; matemática; humanas; exatas e biológicas). O Conselho Nacional de Educação avalia a ideia entre hoje e amanhã, e deve aprová-la em junho. Como a União não pode impor o sistema, o MEC prevê incentivos financeiros e técnicos aos Estados, responsáveis pelo ensino médio. De acordo com a reportagem, “as escolas terão liberdade para organizar seus currículos, desde que sigam as diretrizes federais e uma base comum”. “Poderão decidir a forma de distribuição dos conteúdos das disciplinas nos grupos e também o foco do programa (trabalho, ciência, tecnologia ou cultura).”

Gripe
2. OMS pede a países para não baixar a guarda

Numa estratégia para não prejudicar ainda mais as vendas de carne de porco no mundo, a gripe suína passou a ser chamada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) de gripe A. Seja o nome que for, a entidade mantém seu estado de alerta em relação ao alastramento da doença e mostrou preocupação em relação às declarações do governo do México de que a gripe já teria chegado a seu pico e agora estaria em fase de declínio. A OMS, informa a BBC Brasil, até acredita que o vírus H1N1 pode ter alcançado seu auge, mas isso não implica dizer que os países podem baixar a guarda. “Existe uma grande possibilidade de este vírus voltar, especialmente em épocas mais frias”, disse o representante da OMS Gregory Hartl. Depois de afastada a suspeita de um caso no Peru, a Colômbia confirmou a presença do vírus num paciente que veio do México, recolocando a América do Sul na rota da epidemia. No mundo todo, até o início da manhã, eram 985 os casos confirmados.

Política externa
3. Os protestos contra a constrangedora visita de Ahmadinejad

O fim de semana foi marcado por diversas manifestações contra a visita do presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, que na próxima quarta-feira se reúne com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. No Rio, São Paulo e Brasília, além de outras capitais, entidades de direitos humanos repudiaram as declarações racistas de Ahmadinejad, voltadas principalmente aos judeus. O constrangimento não ocorre só nas ruas. Em entrevista ao Estadão, o congressista democrata Eliot Engel, presidente do subcomitê de Hemisfério Ocidental no Congresso dos EUA e copresidente de um grupo de parlamentares interessados na relação bilateral com o Brasil, afirmou que a recepção a Ahmadinejad é “vergonhosa” e “manda a mensagem errada para a região”. “Além disso, Ahmadinejad está em plena campanha eleitoral e o Brasil está emprestando credibilidade a ele”, disse Engel, para quem a candidatura do Brasil no Conselho de Segurança da ONU pode ser prejudicada por conta da desastrada ação diplomática do governo Lula. É bem provável que nosso presidente já esteja arrependido de receber Ahmadinejad. O jeito, agora, é tentar fazer da visita algo menos danoso possível.

4. Paraguai rejeita proposta brasileira para Itaipu
A semana promete ser complicada para Lula no meio diplomático. Um dia depois de receber Ahmadinejad, ele já se prepara para outra dor de cabeça: o presidente do Paraguai, Fernando Lugo, vem a Brasília para afirmar que seu país vai rejeitar a proposta brasileira de um acordo sobre o preço da energia da hidrelétrica de Itaipu. O engenheiro paraguaio Ricardo Canese, principal negociador de Lugo para o assunto, disse ao Valor Econômico (íntegra para assinantes) que não aceita um reajuste “tão pequeno” proposto pela Eletrobrás para a energia não-utilizada pelo Paraguai e vendida ao Brasil – de US$ 45 para US$ 47 por megawatt-hora, o que aumentaria a receita paraguaia em US$ 115 milhões anuais. A dívida do país vizinho em relação à construção da usina, orçada em US$ 4,19 bilhões, também é contestada pelo governo Lugo, que não descarta recorrer a uma arbitragem internacional caso não haja um acordo com o Brasil.

Contas públicas
5. União triplica despesas desde a vigência de lei fiscal

Há nove anos em vigor, completados nesta segunda-feira, a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), que estabelece limites de endividamento público, apertou as contas de Estados e municípios – muitos contestam na Justiça os padrões de gastos fixados pela lei. Mas a LRF não impediu, porém, que as despesas do governo federal disparassem nesse período. De 2000 até hoje, a União elevou seus gastos correntes de R$ 171,3 bilhões para R$ 564,4 bilhões, o equivalente a 12,7% do PIB. Com gastos de pessoal, a conta subiu de R$ 58,2 bilhões para R$ 168,7 bilhões. A LRF determina que as despesas com pessoal da União não podem ultrapassar 50% da Receita Corrente Líquida. No entanto, como a arrecadação federal só aumentou nesse período, esse limite revelou-se folgado para o governo, informa O Globo (íntegra para assinantes), e deu margem para a gastança.

Economia
6. Crise ajuda processo de fusão entre Itaú e Unibanco

O Valor Econômico (íntegra para assinantes) traz hoje mais um exemplo de que a crise econômica nem sempre é prejudicial. No caso da fusão Itaú-Unibanco, o desaquecimento do mercado financeiro deu uma certa folga para os dois bancos organizarem a nova estrutura sem ter de correr atrás do crescimento dos concorrentes. “Não conseguiríamos fazer a integração dos dois bancos e manter o ritmo de crescimento. A crise facilitou, porque tornou o custo de oportunidade da integração muito menor”, afirmou o presidente do Itaú, Roberto Setubal.

7. Países asiáticos criam fundo de US$ 120 bi contra a crise
China, Japão, Coreia do Sul e outros dez países aisáticos acertaram ontem a criação de um fundo de US$ 120 bilhões para conter os efeitos da crise econômica na região. O objetivo do fundo é cobrir o balanço de pagamentos comerciais de algum país que sofra uma eventual grande fuga inesperada de capital, como ocorreu na crise asiática de 1997 e 1998. Segundo o The Wall Street Journal, chineses, japoneses e sul-coreanos vão arcar com 80% das despesas do fundo.

8. Fiat confirma interesse na Opel
O presidente mundial da Fiat, Sergio Marchionne, apresenta hoje à cúpula do governo alemão um plano ambicioso: a montadora italiana pretende adquirir a Opel, braço da General Motors na Alemanha, e mais outras duas operações da GM na Europa (a sueca Saab e a britânica Vauxhall) para se tornar uma gigante do setor. A Fiat Auto se uniria a essas empresas e também à americana Chrysler (com quem os italianos já firmaram uma parceria) para criar uma empresa com receita anual de US$ 106 bilhões e venda de 6 milhões a 7 milhões de unidades/ano. Isso a colocaria, segundo o Financial Times, numa disputa direta com a Volkswagen pelo posto de segunda maior montadora do mundo, atrás apenas da Toyota. Marchionne vai dizer aos alemães que não pretende fechar as unidades da Opel no país, como uma forma de facilitar o negócio.

Sociedade
9. Venda de carros blindados em SP segue em alta, diz NYT

Os paulistanos diminuíram diversos gastos com a crise econômica, mas a blindagem de carros é uma despesa da qual a parcela mais rica não está desistindo facilmente, segundo uma reportagem do The New York Times. Citando a Associação Brasileira de Blindagem, o jornal diz, sem detalhar números, que a venda de carros à prova de bala cresceu no primeiro trimestre de 2009. “Oficialmente, a criminalidade está em queda. Mas, como o momento da economia é ruim e os empregos diminuem, há um temor palpável de que piore o crime nas ruas, dizem os economistas.” O texto tem um tom um tanto alarmista, é bom dizer, mas não deixa de retratar uma preocupação de certos setores em relação a um possível recrudescimento do crime.

Mundo
10. Berlusconi exige desculpas da mulher após ela pedir divórcio

O assunto do fim de semana na Itália foi o pedido de divórcio de Veronica Lario de seu marido, o primeiro-ministro Silvio Berlusconi. Depois de quase 30 anos de casamento e dois filhos, Veronica disse que estava “farta” do “comportamento machista” do marido, conhecido por fazer elogios públicos a belas (e jovens) mulheres. A gota d’água teria ocorrido depois de Berlusconi ir a uma festa de aniversário de 18 anos de uma loira exuberante de Nápoles, filha de um aliado político. Além disso, a mulher do premiê não gostou nada da decisão de Berlusconi de incluir modelos e atrizes na lista de seu partido para a eleição do Parlamento Europeu. Mantendo sua imagem de machão, Berlusconi disse ao Corriere della Sera que é Veronica quem deve lhe pedir “desculpas públicas”. “E ainda não sei se isso será suficiente. É a terceira vez, em período de campanha eleitoral, que ela faz esse tipo de brincadeira comigo.”

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