terça-feira, 1 de setembro de 2009

Estação espacial será chave para ir a Marte, diz cientista

Irene Klotz
Reuters em Cabo Canaveral


O envio de humanos a Marte exigirá a realização de pesquisas médicas na Estação Espacial Internacional pelo menos até 2020, um prazo cinco anos além do que prevê o atual orçamento da Nasa, segundo a principal cientista da agência espacial norte-americana para esse programa. A estação é um projeto de 100 bilhões de dólares e 16 países, que está sendo concluído no ano que vem após mais de dez anos de obras. A prorrogação das suas atividades foi uma surpreendente conclusão da comissão da Presidência norte-americana que avalia o programa espacial tripulado dos EUA.

O relatório deve ser entregue nesta semana à Casa Branca, mas só será divulgado publicamente a partir de meados de setembro. A comissão concluiu também que o orçamento anual da Nasa, de 18 bilhões de dólares --aproximadamente metade para projetos tripulados--, está cerca de 3 bilhões de dólares aquém do que seria necessário para realizar a iniciativa Constellation depois da aposentadoria dos ônibus espaciais e da estação. O objetivo do Constellation é levar o homem de volta à Lua, e de lá para Marte.

"A Nasa precisa da EEI (Estação Espacial Internacional)," disse a cientista Julie Robinson. "Uma permanência de seis meses na estação espacial será a melhor analogia que poderemos fazer para um trânsito de seis meses na microgravidade até Marte no futuro."

De acordo com ela, as pesquisas sobre exposição a radiação, perda óssea e outros efeitos das longas viagens espaciais exigem que a estação funcione pelo menos até 2020. Só assim, de acordo com a cientista, será possível concluir que "o próximo passo além da órbita baixa da Terra (será) um passo seguro para a humanidade."

A Nasa pretende gastar cerca de 2,5 bilhões de dólares por ano nas operações da estação espacial até 2015.

Em audiências públicas recentes, membros da Comissão de Planos para os Voos Espaciais Humanos disseram que o encerramento do projeto apenas cinco anos depois do fim da sua construção criaria atritos com os sócios Rússia, Europa, Japão e Canadá, que investiram muito no programa e esperam recompensas.

A ex-astronauta Sally Ride, presidente dessa subcomissão, disse que o grupo notou um amplo apoio à continuidade e até ampliação do programa da estação espacial em 2016 e além.

"Não começamos com essa perspectiva," disse Ride. "Não achamos que tirar a EEI em 2016 faça sentido."

Enquanto a Nasa e a Casa Branca começam a avaliar as recomendações da comissão, os 13 tripulantes da Estação e do ônibus Discovery começam em breve a descarregar mais de sete toneladas de novos equipamentos de laboratórios, mantimentos e peças de reposição para o complexo orbital.

Seja o primeiro a comentar

Copyright©| Desde 2008 | AGUA BOA NEWS COMUNICAÇÃO LTDA | Template customized by Michel Franck

Início