CONHEÇA MELHOR O BRASIL: DIAMANTINO BERÇO DA HISTÓRIA MATO-GROSSENSE
Por Clube Geo Estudos de Georafia / UFMT com autorização para Água Boa News
Edição e publicação de Kassu em 23/05 /2010 às 20h40

ÍNDIA - Arte Plástica Regional - Pinacoteca de um dos hotéis da cidade de Diamantino-Mt - Foto: Padilha/Clube Geo
"As pesquisas encontram indício de chegada do primeiro povo indígena a Diamantino a cousa de 5.000 anos antes do dia 18 de setembro de 1728
A história de Diamantino consta de duas estruturas distintas: a etno-história, sem precisão de data de chegada dos povos indígenas, e a história datada.
Na etno-história, os povos indígenas, ágrafos, formavam e transmitiam oralmente realidades primevas, mitos. Os pósteros reinterpretavam os mitos frente às novidades vitais.
No tempo estritamente histórico, o historiador se encontra diante de fatos documentados normalmente com datas precisas.
Nos 279 anos, 18 de setembro de 1728 a 18 de setembro de 2007, importantes situações mercaram o processo histórico de Diamentino, "veios históricos".
Dessa maneira, a história de Diamantino apresenta novelos de ciclos interpenetrantes, que poucos municípios podem apresentar.
DIAMANTINO abre novo ciclo de natureza histórico, o de cultura, ao sediar estudos superiores, tornando-se centro de natureza universitária, preservando, por entre modificações de passado evolutivo, a memória de uma história singular no universo da história Mato-grossense." Pe. José de Mouira e Silva,SJ - Livro: Diamantino 279 anos; Entrelinhas,Cuiabá-Mt,2007;

O município de Diamantino pertence à mesorregião médio-norte de Mato Grosso, e à microrregião dos Parecis. A sede municipal apresenta as seguintes coordenadas geográficas: 56º 26' 53" de W GR e 14º 24' 43" S.
Acadêmicos de Geografia/UFMT com o Prefeito Lincoln e o Prof. Henrique Pitt (Geografia Urbana). Foto: Padilha/Clube Geo
Obra de Arte da Pinacoteca de um dos hotéis da cidade. Foto: Padilha/Clube Geo
Urbanização é um processo de afastamento das características rurais de uma localidade ou região para características urbanas. Usualmente, esse fenômeno está associado ao desenvolvimento da civilização e da tecnologia.

O Prefeito Municipal Juviano Lincoln emocionou-se ao contar sobre sua origem humilde e a felicidade de estar administrando a sua cidade do Coração. Foto: Padilha/Clube Geo
A urbanização é estudada por ciências diversas, como a sociologia, a geografia e a antropologia, cada uma delas propondo abordagens diferentes sobre o problema do crescimento das cidades.
De todos os setores da economia, o agropecuário está experimentando e vivenciando um processo de modernização, jamais visto, a ponto de se tornar uma atividade extremamente competitiva do ponto de vista de mercado e atraente economicamente, tornando o setor propício para a aplicação de altos valores em investimentos. É o campo se modernizando em suas atividades produtivas, contribuindo significativamente para a estrutura econômica vigente e a formação de um quadro polivalente de trabalho, além de novos arranjos espaciais.
Arte Popular - Muro pintado no centro da cidade - Foto: Padilha/Clube Geo
Ribeirão do Ouro tem a sua parte reservada na história de Diamantino - Foto: Pitt/Clube GeoA história da cidade pode ser considerada a história da humanidade.
Infelizmente, o Ribeirão do Ouro encontra-se poluido pelo aumento de dejetos que são lançados no seu leito pela população que cresceu nos últimos anos. Foto: Pitt/Clube Geo
Plantação de Soja. Foto: João Almeida/Clube Geo
Plantação de Milho - Foto: Helton/Clube Geo
Museu Memorial dos Visitantes e Igreja Imaculada Conceição - Foto: Padilha/Clube GeoComo a cidade de Diamantino se situa nos contrafortes da margem sul dessa chapada, dentro dos limites urbanos nota-se as diferentes direções que os córregos que cortam a cidade tomam: aqueles próximos ao bairro Novo Diamantino dirigem-se para o norte, ao encontro do Amazonas; enquanto que aqueles que passam próximo ao centro da cidade buscam o rio Paraguai, correndo em direção ao sul.
Por falar em rio Paraguai, à cerca de 30 km da cidade se localizam as suas nascentes, na região conhecida como Sete Lagoas; daí corre para o sul, juntando às suas as águas de inúmeros córregos e rios, tornando-se vigoroso, majestoso e tomando para si a responsabilidade pela formação e existência de uma das maravilhas naturais do planeta: o Pantanal Mato-Grossense. Mato Grosso e Seus Municípios, Autor: João Carlos vicente Ferreira - Cuiabá: Buriti, 2004. Anuário Estatístico de Mato Grosso 2005, Associação Mato-Grossense dos Municípios-AMM

Expedição Rondon transportanto Indios para cidade de Diamantino - Fonte: Acervo do Museu memorial dos Visitantes - Foto: Padilha/Clube Geo
Eu vejo o futuro repetir o passado
Eu vejo um museu de grandes novidades!
Cazuza (1986)
Os museus representam as maneiras das sociedades humanas exporem o seu passado e o seu presente, as formas de dispor a sua cultura material, os processos de preservação e concepção do patrimônio público, e ainda representam escolhas e lacunas dentre infinitas possibilidades. Enfim são espaços que dão a ver, por meio dos objetos, acervos diversos e coleções, as relações sociais que os homens estabelecem entre si e com a natureza,com diferentes culturas e ao longo do tempo.
O Museu funciona como repositório dinâmico, um Banco de Dados, resultado do inventário e avaliação de um patrimônio histórico-cultural do município.
A casa dos viajantes é uma casa aberta permanentemente que divulga de forma verossímil toda a história de Diamantino.
Indio Nhanbiquara - Fonte: Acervo do Museu memorial dos Visitantes - Foto: Padilha/Clube GeoO mais importante num museu não é o que vemos, mas o modo de olhar que construímos, entretecido de razão e sensibilidade, o que decorre, não do que se faz no museu, mas do que se faz com o museu.
Trata-se de ‘educar com museu’, não no sentido de ‘por seu intermédio’, o que colocaria todo o peso dessa ação no pólo instrumental, mas no sentido de parceria, isto é, de algo que se faz junto.
O centro de gravidade desta concepção é a interação, mas ela, sozinha, não explica nem sustenta o quão educativo pode ser um museu, se não estiver filiada a uma perspectiva epistemológica construtivista, cujo filamento teórico principal é geração de conhecimento baseada na troca que produz transformações em ambas as partes envolvidas.
As conseqüências teóricas e práticas desta posição são radicais e nelas encontra-se a possibilidade de efetivar-se a função educativa do museu. Mas, para ser educativo, diz Kramer, citando Santos (id.), o museu precisa ser espaço de cultura e não um museu educativo. É na sua precípua ação cultural que se encontra a possibilidade de ser educativo, para ali se aprender ‘com’ ele. KRAMER, S. (1998).

Todos os segmentos da sociedade podem ter acesso a essas informações científicas e beneficiar-se com o aprimoramento e a aventura do conhecimento.
O Museu cumpre um papel de elo entre profissionais, com suas atividades acadêmicas e de pesquisa, e a coletividade, mostrando o espírito e a mentalidade científica, incentivando a inclinação para a ciência, mostrando seu progresso e incutindo o desejo de entender, apreciar, participar e conservar o rico patrimônio histórico-cultural e a natureza.
Aldeia de indios visitada pela expedição Rondon - Fonte: Museu memorial dos Visitantes - Foto: Padilha/Clube Geo
O museu oferece a possibilidade de elaborar propostas específicas que, materialmente, não podem ser implantadas nem na aula nem por meio de uma revista. Tem potencialidades que o distinguem de outros recursos da divulgação científica. São estes os principais marcos que definem e legitimam a importância dos museus no processo pedagógico.
Os museus trazem uma bagagem mais abrangente que a mente humana, que vem emergindo gradativamente do sombrio abismo no qual foi lançada na tendência pedagógica liberal que foi imposta pela ditadura, consegue conceber nos dias de hoje, entretanto, o professor pesquisador vem se destacando nesta árdua tarefa de resgatar o desejo de aprender de seus discentes. Muitos desses professores vêem os museus como ferramenta indispensável na formação de seus alunos, pois, seu acervo traz de forma documental o avanço tecnológico da humanidade. Mercedes Mayol Lavalle (1991)
Um museu é por excelência a instituição que tem como função a conservação do patrimônio cultural de um determinado povo, a manutenção e a valorização de sua identidade. (...) Guardar é preservar uma coisa não é trancá-la, mas, sim, zelar por ela para poder observá-la e admirá-la(...)
A segunda região de maior população urbana no país é a Centro-Oeste, onde 86,7% dos habitantes vivem em cidades.
O município de Diamantino, ao longo dos últimos trinta anos passou por modificações que se vinculam ao processo de desenvolvimento da economia agrícola moderna, ou seja, a cidade foi reestruturada em função de novas demandas recebendo equipamentos técnicos, econômicos e sociais que possibilitam uma dinâmica de fluidez de informações, mercadorias serviços e capital que a economia agrícola moderna necessita.
Urbanização é o aumento proporcional da população urbana em relação à população rural. Segundo esse conceito, só ocorre urbanização quando o crescimento da população urbana é superior ao crescimento da população rural.
Casarão de Adobos - Dimantino-Mt - Foto: Padilha/Clube Geo
Acadêmicos Geografia/UFMT visitando o Centro Histórico da Capital do Diamante Mato-grossense - Foto: Pitt/Clube Geo
Padilha e Carlos Victor entrevistando um dos mais velhos moradores da cidade de Diamantino-Mt - Foto: Pitt/Clube Geo
Detalhes da Platibanda dos casarões do Centro Histórico de Diamantino-Mt - Foto: Padilha/Clube Geo
As primeiras influências arquitetônicas representativas em Diamantino datam do século XVIII.
Casas de Garimpeiros feita com barro socado e adobos - Acervo fotográfaico do Memorial dos Visitantes - reprodução de Padilha/Clube Geo
Casarão à beira do Ribeirão do Ouro, uma verdadeira relíquia da cidade - Foto: Padilha/Clube Geo
Moderna Arquitetura - Distrito de Nova Diamantino - Diamantino-Mt - Foto: Lord Ost/Clube Geo
Arquitetura Arrojada - Distrito de Nova Diamantino - Diamantino-Mt - Foto: Lord Ost/Clube GeoA Bacia Hidrográfica do município de Diamantino é formada pelas grandes Bacias do Prata e Amazonas. O clima é do tipo tropical sub-úmido com 05 meses de seca, de maio a setembro. Precipitação anual de 1750 mm, com intensidade máxima em janeiro, fevereiro e março. A temperatura média anual de 24º C, com maior de 38º C, e menor 0º C. (FERREIRA, 2001).

O processo de ocupação das terras mato-grossenses sempre esteve associado à exploração de um produto que tivesse aceitação no mercado externo (ouro, diamante, açúcar, poaia, erva-mate, borracha, algodão e soja).
Acadêmicos de Geografia/UFMT com populares durante entrevista no Distrito de Nova Diamantino - Diamantino-Mt - Foto: Lord Ost/Clube Geo
Entrevistas com populares buscando informações para trabalho científico na área da Geografia Humana - Foto: Bruno Chico/Clube Geo
Prédio de Arquitetura Moderna - Distrito de Nova Diamantino - Diamantino-Mt - Foto: Lord Ost/Clube Geo
Uma nova concepção de moradia - Distrito de Nova Diamantino - Diamantino-Mt - Foto: Lord Ost/Clube GeoÀ área correspondente ao médio norte Mato-Grossense atraiu grandes fluxos migratórios, oriundos principalmente da região sul e de São Paulo. Esses migrantes, guiados em grande parte pelas colonizadoras e pelo Estado, fixaram-se e desenvolveram novas atividades produtivas em vários pontos do território, selecionados estrategicamente segundo os interesses sociais, econômicos e políticos desses agentes.
Acadêmicos de Geografia/UFMT na feira de pequenos produtores de Diamantino-Mt - Foto: Bruno Chico/Clube GeoEstivemos conversando com o Prefeito LINCON e ele garantiu-nos que busca atingir esses objetivos que auxiliam toda comunidade.
Após o término da aula de campo, a dupla André & Leonardo (5º Se. Geografia/UFMT) fizeram um Show na Praça Principal da Cidade - Foto: Padilha/Clube Geo
Arte Popular - Pintura de Muro no centro de Diamantino-Mt - Foto: Padilha/Clube Geo
Produtos naturais: Temperos, remédios caseiros, guloseimas são encontrados com facilidade na feira dos pequenos produtores rurais de Diamantino-Mt - Foto: Helton/Clube Geo
Os Acadêmicos de Geografia/UFMT aproveitaram para adquir alguns produtos - Foto: Helton/Clube GeoO hábito de comprar produtos em feiras, não se extinguiu com o passar dos séculos, mas sim se adaptou as novas exigências de um consumidor que pretende unir o “útil ao agradável”, buscando qualidade e preços menores na Feira do Produtor Rural.
Estudantes de Geografia/UFMT e o Prof.Ms. Pitt na praça da feira saboreando uma GARAPA (CALDO DE CANA) às 07.00hs de uma manhã ensolarada. Foto: Helton/Clube GeoEm nome do progresso, o patrimônio arquitetônico foi destruído, sobraram poucas casas antigas, muitas, das quais, reformadas, descaracterizando-se. Um exemplo é a Igreja Imaculada Conceição foi construída em 1811 no século XIX, e passou por um processo de restauração onde houve algumas modificações, da estrutura colonial foi reformada com estilo gótico. (Luciana Rosa de Campos)
Igreja de N.Sª. Imaculada Conceição, cartão de visita e relíquia monumental de Diamantino-Mt - Foto: Pitt/Clube GeoEm 1929, o Papa Pio XI, pela Bula " Cura Universe Eclesiae", de 29 de março, criou a Prelasia de Diamantino entregue aos padres jesuítas. Monsenhor João Batista du Dréneuj tomou posse em Diamantino a 21 de dezembro de 1930, posse dada por Dom Francisco de Aquino Corrêa.
Diamantino fora elevado a categoria de vila, comarca, câmara município várias vezes, só em 1958 conseguiu a sua estabilidade pela Lei nº 370, que demarcou definitivamente a sua área.

Arte plástica regional - Pinacoteca de um dos hotéis da cidade de Diamantino-Mt - Foto: Padilha/Clube GeoSegundo Barrozo (2002 p. 07):
O município de Diamantino, que até os anos de 50, tinha mais de 100.000 km, perdeu grande parte do seu território com a formação de novos municípios. Sua estrutura fundiária também sofreu profundas transformações. Os pequenos estabelecimentos rurais, com menos de 100 hectares, diminuíram em número. (Luciana Rosa de Campos)
Indio Beiço-de-Pau - Arte plástica regional - Pinacoteca de um dos hotéis da cidade de Diamantino-Mt - Foto: Padilha/Clube Geo A partir do ano de 1951 iniciou-se o processo de desterritorialização do antigo município de Diamantino que num curto prazo de 29 anos deu origem a 04 novas unidades municipais: Alto Paraguai, Nortelândia, Porto dos Gaúchos e São José do Rio Claro. A partir de 1981, essa dinâmica territorial se intensifica transformando o território não só em sua divisão municipal, como também em sua extensão, no curto espaço de 09 anos, um território que continha 05 unidades municipais se desterritorializa dando origem a mais 07 novos municípios: Brasnorte, Campo Novo dos Parecis, Juara, Lucas do Rio Verde, Nova Mutum, Novo Horizonte do Norte, Tapurah, totalizando nada menos que 12 municípios. No período de 1991-2005 foram criados os municípios de Nova Marilândia, Nova Maringá, Santo Afonso e Tabaporã.












Fortaleza, abril de 2012
Caro amigo,
Sou professor da Universidade Estadual do Ceará e, no momento, estou produzindo uma obra intitulada Quantos Brasis, de certo modo inédita no País, por tratar-se de uma abordagem interdisciplinar entre Literatura, Geografia e História do Brasil, que deverá ultrapassar as 2.000 páginas.
Por tratar-se de uma obra volumosa e realizada com recursos de um professor universitário e algumas poucas doações, venho solicitar a V. Sa. o email do autor de uma foto baixada da URL http://aguaboanews.blogspot.com.br/2010/05/conheca-melhor-o-brasil-diamantino.html, de Padilha/Clube Geo, a fim de que possamos pedir autorização para publicá-la em nosso trabalho.
Estamos dando, como é justo além de legal, o devido crédito ao autor de cada fotografia (obra de arte), momento em que aproveitamos para agradecer seu gesto de compreensão e colaboração com esta iniciativa cultural.
Gratíssimo,
Prof. Francisco Coêlho Sampaio
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