por Mércio Gomes
Nesta quarta-feira à tarde o Presidente Lula se reuniu com membros da CNPI para falar sobre a construção da Usina Belo Monte. Falou e disse que o governo vai construir de qualquer jeito.
O líder kayapó Akyaboro saiu preocupado e deu entrevistas no sentido de que os Kayapó vão resistir a essa construção.
O atual presidente da Funai retrucou que nem sempre o governo faz o que os índios querem. É verdade!
Quanto aos 400 índios do Acampamento Indígena Revolucionário, foram tratados com desprezo. Foi apresentada uma moção no sentido de que a CNPI não apoia o AIR. Como esperado, entretanto, diversos índios da CNPI estão envergonhados com o que está acontecendo. Mas um deles, Anastácio Peralta, que vive em Dourados, disse em matéria do jornal G1, que os índios do AIR não são apoiados.
Péssima notícia. O Governo Lula coloca todas as suas fichas na atual direção da Funai e despreza o Acampamento Indígena Revolucionário. Isto não vai dar certo.
Índios ameaçam "guerra" contra construção da usina Belo Monte FÁBIO AMATO
DE BRASÍLIA
Índios que vivem na região do rio Xingu disseram nesta quarta-feira ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva que pode haver uma "guerra" contra o governo federal caso ele dê prosseguimento ao projeto da usina hidrelétrica de Belo Monte sem antes acatar as exigências feitas pelas tribos locais.
"Queremos sentar para conversar com o presidente antes que aconteça uma guerra e problemas e o nome do governo saia sujo", disse o índio Akiaboro, líder Caiapó, uma das etnias que vivem na região do Xingu. Ele fez parte de um grupo de 22 representantes indígenas que se reuniram com o presidente Lula, em Brasília.
"Estamos brigando até agora [contra o projeto de Belo Monte] porque o governo não ouviu os índios sobre a construção", completou Akiaboro. De acordo com ele, as principais preocupações são que a obra afete a oferta de peixes e frutas que servem de alimento aos indígenas na região e gere impactos na floresta.
Akiaboro disse que pediu ao presidente que se reúna com os índios para ouvir suas reivindicações. De acordo com ele, o presidente afirmou que fará o encontro.
O presidente da Funai (Fundação Nacional do Índio), Márcio Meira, disse que a reunião serviu para explicar aos índios detalhes do projeto e que o governo federal vai continuar a ouvi-los. Mas negou que possa acontecer qualquer recuo no projeto de Belo Monte.
"O presidente deixou claro que nem tudo o que os indígenas solicitam ou colocam como reivindicação o governo necessariamente tem que concordar. O diálogo entre as organizações indígenas e o governo é um diálogo franco, em que há muita concordância mas também há divergências."
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