domingo, 23 de janeiro de 2011

Riqueza dos kuikuros: O Globo Rural vai ao Parque do Xingu mostrar a importância do pequi entre os índios kuikuros

 

O pequizeiro é uma árvore importante para várias tribos indígenas do Brasil. No Parque Indígena do Xingu, são diversas as etnias que festejam a colheita do seu fruto. A reportagem mostra o que o pequi representa na cultura dos índios kuikuros.
O parque indígena do Xingu tem 2,6 milhões de hectares, tamanho equivalente ao estado do Sergipe. Fica na região nordeste de Mato Grosso, zona de transição entre o cerrado e Amazônia. É a maior floresta contínua do Estado.
Dentro do parque, cortado pelo rio Xingu e seus afluentes, moram cinco mil índios de 14 etnias. Entramos no parque indígena do Xingu pelo extremo sul da reserva, que faz divisa com o município de Canarana. Descemos o rio Coluene e viajamos cerca de 200 quilômetros para chegar a aldeia Kuikuro.
Alguns jovens ajudaram no transporte da nossa tralha. Acomodamos tudo no caminhão da associação dos índios Kuikuros e rumamos para a aldeia, que fica a uns seis quilômetros da beira do rio. Além dos equipamentos e da comida, levamos três tambores de óleo diesel para o gerador da tribo. A egião não rede elétrica.
Os kuikuros falam uma língua da família caribe, herança da época que viviam nas fronteiras do Brasil com a Venezuela e a Guiana. São mais de 700 índios, É a maior e uma das mais antigas tribos do Xingu. Acredita-se que a migração deles para a região se deu há mais de mil anos.
Na época, eles eram nômades e viviam só do extrativismo. Quando se fixaram no Xingu, os Kuikuros passaram a praticar a agricultura.
As ocas chamam a atenção de quem visita as aldeias do alto Xingu. São construções gigantescas. As maiores chegam a ter 25 metros de cumprimento, dez metros de altura e mais de oito metros de altura.
O cacique Afucacá disse que a cobertura é de sapé. “Em época de chuva, não chove. Fica bem fresquinho dentro”, lembrou.
Dentro é escuro, adverte ele, porque não tem janelas. As únicas aberturas são duas portas: uma à frente e outra nos fundos. Cada oca é habitada pela linhagem completa da família: os avós, filhos e netos.
Quando eles se casam, quem sai de casa é o homem. A divisão do espaço é muito simples. Nas laterais são armadas as redes de dormir e no centro fica a cozinha.
Afucaca disse que a função dele como cacique é lutar para não deixar morrer a cultura milenar dos kuikuros. “Dentro da aldeia, nossa tradição está viva. O colar de caramujo, que estou usando, faz parte da tradição”, explicou.
Aos poucos, os kuikuros vão abrindo as portas da aldeia para a cultura dos brancos. No lugar já tem até equipe de TV. Eles foram treinados pelos técnicos da organização não-governamental Vídeo nas Aldeias que, em parceria com o Museu Nacional do Rio de Janeiro, ensinou os índios a operar câmeras de filmagens para registrar a cultura deles.
O pequizeiro é uma árvore importante para várias tribos indígenas do Brasil. No Parque Indígena do Xingu, são diversas as etnias que festejam a colheita do seu fruto. Está reportagem mostra o que o pequi representa na cultura dos índios kuikuros.

Festança na aldeia: Índios kuikuros festejam a colheita do pequi

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