domingo, 13 de março de 2011

Barão de Mauá e Eike Batista – Homens à frente de seu tempo


Em 1830, começava a história de um homem que redefiniu a estética da economia brasileira através de pura iniciativa. Irineu Evangelista de Souza ainda não era o Barão de Mauá quando aos pouco mais de 11 anos empregou-se na firma de importação do inglês Ricardo Carruther.

Cento e quarenta anos depois, a história de um outro homem também se iniciava rumo a dar uma nova moldura ao cenário business brasileiro. Este outro homem chamado Eike Fuhrken Batista também não era ainda o dono da gigantesca holding EBX quando foi morar em Frankfurt, com sua família. O destino destes homens pregou a peça de serem iguais.
Irineu Evangelista aprendeu com a sabedoria dos ingleses a vender. Não demorou muito até que tornou-se gerente e depois sócio da Companhia de Carruther. Com a mesma idade, Eike Batista se lançou no mercado de compra e venda de ouro se aventurando no Mato Grosso após chegar da Alemanha, onde tinha aprendido a comercializar de baixo, vendendo seguros de porta em porta.



Bancos, ferrovias, estaleiros, tudo era investimento da industrialização do Brasil

Em uma viagem à Inglaterra, Irineu Evangelista teve o insight de investir na industrialização do Brasil. Para isso, precisava de dinheiro, e conseguiu. Rumou feroz ao progresso e construiu em pouco tempo os estaleiros da Companhia Ponta de Areia e, em 1846 colocou de pé a indústria naval brasileira, situada em Niterói, no estado do Rio de Janeiro. Um ano após, já tinha a maior indústria do país.

Visão – Eike é um homem à frente de seu tempo
Curiosamente, no mesmo momento da vida, Eike Batista fez uma aposta parecida, que foi a de modernizar a produção do ouro mato-grossense. E fez isso da seguinte forma: Pegou meio milhão de reais emprestados de joalheiros do Rio de Janeiro e de São Paulo e comprou uma mina de um dos garimpeiros mais conhecidos de Alta Floresta. E – também como Irineu – um ano depois, obteve com ela uma soma de seis milhões de reais.
A partir de então, Irineu Evangelista encheu o Brasil de novos empreendimentos. Criou bancos, uma companhia de gás, a primeira estrada ferroviária do país, ajustou o assentamento do cabo submarino que ligava o Brasil à Europa, entre tantas outras coisas revolucionárias para a época. Eike Batista, do Mato Grosso para cá, construiu uma holding que carrega consigo sempre o sinal da multiplicação.
A EBX concentra empresas de mineração, logística, petróleo e gás, energia, serviços em petróleo e é responsável por iniciativas em pé de igualdade com as de Mauá. Exemplo disso é o Superporto do Açu, com funcionamento previsto para 2012, que trata-se de um terminal portuário privativo de uso misto elaborado num dos conceitos mais modernos na área de construção de portos, que é o  de Porto-Indústria.

Estaleiro da Ponta da Areia – Atual Estaleiro Mauá
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Uma outra semelhança entre os dois é a proximidade no tocante aos investimentos nos negócios do mar. Irineu Evangelista é patrono da Marinha Mercante, e isso, claro, não é gratuito. Atualmente, o grande responsável pela retomada desta Marinha, desde a quebra do Lloyd Brasileiro, foi o petróleo. Área em que Eike Batista investe pesado neste exato momento. Daqui a 200 anos, provavelmente o busto do Barão que se encontra no Centro de Instrução Almirante Graça Aranha, instituição pública de ensino mercante, terá a seu lado o de Eike Batista.Em 44 anos de vida ativa como empreendedor, Irineu Evangelista de Souza tornou-se o Visconde de Mauá. Em 41, Eike Batista se tornou Eike Batista – o homem mais rico do Brasil e o oitavo homem mais rico do mundo. A explicação para isto está na nossa época, que já não confere mais os Títulos de Nobreza, mas confere os sub-títulos, nas manchetes dos jornais afora, seguidos aos principais nomes da história.


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