Onça pintada do Zoo de Goiânia morre após cirurgia
Galtiery Rodrigues / www.ohoje.com.br
No domingo de carnaval, por volta das 12 horas, o Zoológico de Goiânia perdeu mais um dos mamíferos do plantel. Uma onça pintada macho, chamada Ricardo, faleceu durante o período pós-operatório depois de passar por procedimento cirúrgico para tratar uma torção gástrica, detectada na noite de sexta-feira (4). Ela foi encaminhada de imediato para a clínica Pegasus, localizada na Vila Regina, região oeste de Goiânia, onde foi operada. Já no Zoo, após o tratamento, recebendo antibióticos e terapia, o macho não resistiu.
A onça possuía idade avançada – pouco mais de 15 anos – e fazia companhia para a fêmea Susana, que também tem idade elevada e, agora, é o único exemplar da espécie no Zoo. A veterinária Luciana Silva de Carvalho, que foi quem socorreu o animal, na sexta-feira à noite, explica que o problema apresentado é grave, exige tratamento emergencial, mas quando a vítima se trata de animal de grande porte a chance de morrer ultrapassa os 70%.
O diretor do Zoológico, Raphael Cupertino, pretende levar novos animais para o local assim que reabri-lo para visitação. Entre eles, entraria uma onça pintada para acompanhar a fêmea, que ficou sozinha. Em julho, completam dois anos que o Zoo foi fechado por decisão da Justiça e ainda não tem data prevista de reabertura, tampouco de conclusão das obras de adequação às normas previstas pelo Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), assinado em setembro de 2009.
Cupertino salienta, no entanto, que priorizará para conseguir animais de outros Zoos, ou seja, que já estejam habituados a viver em santuários e jardins de visitação, além de possuírem melhores condições de saúde. “Bichos de Centros de Triagem de Animais Silvestres (Cetas) ou capturados pelo Ibama, geralmente, apresentam muitos problemas por causa da debilidade em que são encontrados.”
Ele acredita que será fácil encontrar uma nova onça para ocupar a vaga deixada pelo macho Ricardo. Segundo ele, existem zoológicos no Brasil, apesar de a espécie constar na lista dos animais em extinção, que possuem excesso de exemplares e, dessa forma, teriam intenção de doar a fim de diminuir a população do plantel. Raphael se diz chateado pelo ocorrido, porque é natural se apegar mais aos mamíferos e a onça era um animal importante do Zôo.
A carcaça permanece nas dependências do local, em um dos freezers do departamento de Veterinária. A intenção da direção é levá-la primeiramente até o museu do professor José Idásio, que funciona no setor Campinas. No local, ela passaria por processo de taxidermização, ou seja, empalhamento e retornaria depois para compor o acervo do Museu de Zoologia, que fica dentro do Zoológico. Para isso ocorrer, porém, o departamento de fauna do Ibama precisa ser comunicado.
Indenização
De 2008 para cá quase 300 animais morreram no Zôo, fato que motivou a interdição do local. Dentre os óbitos, três não eram de propriedade do município, como as girafas Kim e Tico e a zebra Safira. Os três eram do Le Cirque e estavam em Goiânia graças a medida judicial.
Porém, no final do mês passado, o circo ganhou na Justiça (segunda instância) o direito de reaver os animais. Como os três morreram sob os cuidados do Zôo de Goiânia, os proprietários do Le Cirque prometeram que vão entrar com ação de indenização contra o município. Raphael não quis alongar sobre o assunto, pois segundo ele, ainda não foi notificado da decisão. Mas reafirmou que não houve negligência no trato com os animais. “A própria investigação da Polícia Civil provou que nós não fizemos nada de errado.” O plantel do Zoológico hoje conta com 522 animais.
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