quinta-feira, 17 de março de 2011

SERINGUEIRAS CONSORCIADAS COM CULTURAS ANUAIS

Engº. Agronº. Luiz Omar Pichetti

Em 2007 a Prefeitura Municipal de Água Boa, com a participação da então SEDER, hoje SEDRAF - Secretaria de Desenvolvimento Rural e Agricultura Familiar – implantou o “Projeto de Desenvolvimento da Cultura da Seringueira na Agricultura Familiar.” Na ocasião foram disponibilizadas as mudas e os insumos para os interessados.

Nos anos subseqüentes, a Prefeitura Municipal, através de sua Secretaria de Desenvolvimento, manteve o projeto, produzindo e disponibilizando as mudas clonadas, de modo que atualmente os participantes do projeto possuem em média 3.000 mudas plantadas, com 1,2 e anos 3 anos de idade.

Apesar dos indiscutíveis ganhos econômicos sociais e ambientais proporcionados pelo cultivo da seringueira, duas perguntas básicas são formuladas pelos iniciantes antes de aderirem ao projeto:

Como vou esperar 7 anos para o inicio da Produção?

Como vou deixar minha terra 7 anos sem produzir?

Para a primeira pergunta a resposta está nas tendências (em alta) do preço do látex no mercado, no momento em torno de R$ 4,00 kg e na produção média regional de 800 gramas de látex por arvore/mês, depois de estabilizada a produção, coeficientes que proporcionam uma renda bruta mensal de R$ 1.600,00 /há/mês, ou R$ 16.000,00 /há/ano, considerando-se que a sangria das árvores é realizada durante 10 meses ao longo de um ano...

Portanto compensa sim aguardar o retorno econômico do investimento.

Quanto ao segundo questionamento, as possibilidades de consorciação da seringueira com culturas anuais (pode ocorrer também com culturas perenes) apresenta um ampla variação de possibilidades.

Exemplo típico de um agricultor familiar participante do Programa de Desenvolvimento da Seringueira promovido pelo Poder Público de Água Boa, é o Sr. Gilney Previatti. Proprietário de 3.500 plantas (7,0 hectares), com um a três anos de idade, Gilney é um inovador!

Iniciou cultivando arroz nas entrelinhas das seringueiras no primeiro ano e na seqüência (2º e 3º ano) passou para soja e milho. Cultiva ainda abóbora, mandioca, melão, melancia e amendoim.

O produtor mostra-se entusiasmando, explicando que o consórcio além de estimular o desenvolvimento das árvores, permite o aproveitamento máximo da terra, que evidentemente foi bem corrigida para a implantação das mudas.

Na safra atual além de colher mandioca, abóbora, melancia e amendoim para auto consumo, Gilney espera colher 55 sacas de soja e 70 sacas de milho por hectare.
Esta aí um exemplo bem sucedido!

Com planejamento, determinação e criatividade é perfeitamente possível tornar a agricultura familiar rentável e sustentável.

É este modelo que a Prefeitura Municipal de Água Boa vem difundindo no meio rural.

Engº. Agronº. Luiz Omar Pichetti
Secretário de Desenvolvimento







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