quarta-feira, 4 de maio de 2011

Construção atrasou sete meses, teve aumento de custos e enfrenta problemas contratuais

Maricelle Lima - Cuiabá /www.copa2014.org.br

O mês de maio marca um ano do início das obras da Arena Pantanal, o palco da Copa de 2014 em Cuiabá. Mas apesar da comemoração na semana passada, quando o governo do Mato Grosso realizou evento para “inaugurar” a fixação dos primeiros pilares da arena, inúmeros empecilhos ameaçam estragar a festa cuiabana.

A obra atrasou, teve aumento de custo e o contrato com o escritório de arquitetura está na mira do Tribunal de Contas do Estado (TCE).
Na última quinta-feira (28/4), o presidente da Agência estadual da Copa (Agecopa), Éder Morais, revelou que a construção da Arena Pantanal estourou em sete meses o cronograma inicial. Para acelerar a obra em cerca de seis meses, o governo admitiu que pode modificar o modelo da cobertura e que pensa em implantar três turnos de trabalho.

Além do atraso, o aniversário da obra também ficou marcado pelo aumento dos custos. Neste ano, o governo de Mato Grosso liberou dois aditivos que somam R$ 13,3 milhões. A justificativa é que “fatores imprevisíveis” elevaram o orçamento original, que era de R$ 342 milhões.

TCE
O contrato com o escritório GCP Arquitetos, responsável pelos projetos da arena, também está sob suspeita. Semana passada, o Tribunal de Contas do Estado (TCE) suspendeu pagamento de R$ 1,1 milhão à empresa.
O contrato foi celebrado com a Secretaria estadual de Turismo. Segundo o tribunal, há indícios de que o órgão pagou à empresa por serviços não prestados.

Isso porque, além da elaboração dos projetos básico e executivo, o contrato estabelecia que a GCP fizesse a “Supervisão Arquitetônica” durante as obras. O conselheiro do TCE Alencar Soares alegou que seria “impossível” prestar o serviço, já que o contrato perderia vigência antes do término da obra.

“Se o referido contrato tem data de fim em 30/04/2010, seria impossível, contratualmente, prestar serviço de Supervisão Arquitetônica durante a construção do Novo Verdão, pois, nessa data, a referida obra ainda não havia iniciado e o prazo para finalização de sua construção, até então, era até 2012/2013”, afirma Soares.

O valor do contrato com a GCP é de R$ 14,2 milhões. Segundo o relator, os R$ 13,1 milhões pagos ao escritório também podem ser considerados irregulares.
Para completar o quadro de problemas que envolvem o estádio cuiabano, em novembro passado o TCE suspendeu os repasses do governo ao consórcio Santa Bárbara/Mendes Júnior, responsável pelas obras. 

De acordo com o órgão, o contrato entre o governo e as construtoras estabelecia o pagamento de parcelas fixas até o final da obra. O TCE considerou o modelo irregular, já que a lei de licitações prevê que os repasses sejam feitos por etapa da obra cumprida. A assessoria do TCE afirma que o impasse foi resolvido.

Obras prosseguem
A Arena Pantanal vem sendo construída no lugar do antigo estádio Governador José Fragelli, o Verdão, demolido em junho passado.
Enquanto permanecem as indefinições, as obras continuam. A instalação dos pilares estruturais marca o início da formação da superestrutura da arena. Em seguida, será possível ver as arquibancadas do estádio subindo.

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