quinta-feira, 23 de junho de 2011

Aumenta o número de animais mortos nas rodovias de MT; há maldade




Thais Tomie
Redação 24 Horas News com Pantanal Noticias

Internet
Morte de animais nas rodovias de Mato Grosso: em discussão

Situação se torna ainda mais grave no período chuvoso. As áreas marginais ficam alagadas, e os animais utilizam as rodovias como refúgio

As rodovias representam um cenário de acidentes graves e mortes causadas por imprudência ao volante. Mas, os seres humanos não são as únicas vítimas dessa tragédia. Há uma grande quantidade de animais silvestres atropelados nas estradas municipais e federais que cortam os municípios de Mato Grosso. Só em um final de semana foram encontrados 18 animais silvestres mortos por atropelamento, em um trecho de 57 quilômetros da rodovia federal 174, que liga Mato Grosso a Rondônia, no percurso entre Cáceres e o trevo do Cacho (acesso a Mirassol D´Oeste). Animais como a capivara e tatu são encontrados mortos com freqüência nas rodovias do estado.

O agravante seria na rodovia BR-174 que corta trechos pantanosos, pois os animais ao tentarem atravessar a pista acabam morrendo atropelados. O problema se torna ainda mais grave no período chuvoso. As áreas marginais ficam alagadas, e os animais utilizam as rodovias como refúgio. Segundo ambientalistas, desmatamentos e queimadas também colaboram no aumento do índice de atropelamentos e mortes de animais da fauna pantaneira.

Há trechos mais críticos, especificamente entre os quilômetros 16 e 21, na região do Pé de Anta e ainda nos 31 km de Cáceres ao Distrito de Caramujo. As espécies que mais morrem nesse trecho são o lobete, a capivara e o tatu, mas também já foi encontrado um jabuti. Já na extensão de 80 km da BR-070, que liga Cáceres a San Mathias, na Bolívia, a ocorrência maior é o atropelamento de jacarés. Além da ameaça à preservação de várias espécies, existe o perigo de acidentes com vítimas. A Polícia Rodoviária Federal (PRF) já registrou acidentes com mortes devido a animais na pista.

Com um volume de tráfego diário de 5.500 veículos nas rodovias BR-070 e 174, sendo 50%  deles de carretas, a maioria dos bichos é atropelada por veículos pesados. Há também o perigo de acidentes envolvendo equinos e bovinos. O trecho  das duas rodovias é ladeado por fazendas, por isso cercas danificadas  permitem que os animais escapem, sejam atropelados e causem acidentes sérios.

Segundo o  inspetor-chefe da PRF em Cáceres, Nei Pedroso de Barros em muitos casos, é a maldade dos motoristas que causa a morte do animal, pois ele sabe que não vai danificar seu carro ao passar por cima de um jacaré, então nem ao menos tenta desviar. No último final de semana, a PRF registrou um acidente que envolveu três motoqueiros que praticavam um “racha” na BR-070. Eles atropelaram uma vaca e houve feridos graves, com fraturas expostas.

Segundo a PRF, no final de abril deste ano, uma ocorrência mais rara foi registrada na BR-070. Um filhote de onça pintada foi atropelado, a um quilômetro do perímetro urbano da cidade. O atropelamento ocorreu à noite e o felino foi encontrado de manhã por moradores

O patrulheiro da Polícia Rodoviária Federal do posto de Cáceres, Wilson Souza Santos, que é formado em Biologia, chegou a fazer um estudo sobre este tipo de ocorrência. Segundo ele, a Secretaria de Estado de Meio Ambiente (SEMA), chegou a manter contato, mostrando interesse pelo estudo, mas foi apenas um único contato.

O estudo realizado por Wilson foi desenvolvido ao longo de 7 meses de pesquisa, no ano de 2001. Neste período, foram contados 456 animais mortos, sendo que mais da metade 52,41%, eram mamíferos. O patrulheiro esclarece que dados mais atualizados carecem de pesquisa, “mas certamente não houve diminuição destes números, pois a frota automobilística somente aumentou de 2001 para cá”- explicou.

Para a redução dos atropelamentos, a solução, segundo Wilson, seria criar passagens subterrâneas e cercar as laterais das pistas onde a ocorrência de atropelamentos é maior. Ainda segundo o patrulheiro, aumentar a sinalização, e realizar um trabalho de educação ambiental pode reduzir o índice de mortes e atropelamento dos animais.

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