sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Alborghetti, o avô do Capitão Nascimento

Por André Forastieri
Publicado por Kassu em 11/12/2009 às 07h03


Quem me apresentou Alborghetti foi meu velho compadre Ronnie.

Roniquita andava em fase de vagabundear bastante no ap da Joaquim Eugênio de Lima e falou “meu, você já viu esse cara que bate com um porrete na mesa, grita que nem louco e baba no microfone?”

Quando vi não acreditei. Era melhor que a melhor televisão. Era hipnotizante.

Não dava pra eu ver sempre porque passava tipo seis da tarde. Mas depois começou a reprisar na madruga.

Era de morrer de rir e de chorar, tanta desgraça e tanta papagaiada junta. Depois vieram Ratinho e tantas variações, mais pra cá, mais pra lá. Mas Alborghetti foi o primeiríssimo.

Porque antes caras como Gil Gomes e Afanásio tinham levado a narração policial radiofônica para a televisão. Mas eles eram sombrios, assustadores.

Alborghetti era histriônico, um comediante nato. Fazia a gente rir dos crimes mais horrorosos do mundo.

Fora os epítetos que dedicada aos criminosos, de “sua capivara vagabunda” pra baixo.

Fora as encaradas na câmera: “Eu vou meter a mão na sua cara, seu xarope cheira-cola! Eu vou quebrar a sua bunda, vou mandar entrar com a metranca e passar fogo!”

De jornalista não tinha nada.

E é claro que não dá para assinar embaixo das nazistices de Alborghetti, “bandido bom é bandido morto” etc.

Mas não dá pra não rir do cara chamando os câmeras de debilóides e ensinando a matar bandido…





Quando eu assisti Tropa de Elite, ficou uma memória lá me cutucando, e eu não sabia do quê.

Às vezes tem isso – queremos lembrar de uma coisa e parece que a memória está trancada numa gaveta.

Se você não encontra a chave, não consegue lembrar do que está ali no subconsciente, te provocando como uma coceirinha.

Hoje conectei: a pegada de Tropa de Elite – mezzo brucutu, mezzo parlapatão – é puro Alborghetti. Eu tinha esquecido que o cara existia.

O cara precisou morrer para eu descobrir que ele estava na atividade! E na web, mais louco varrido que nunca.

Ronnie, olha essa, cara, é recente e imperdível:




Graças às maravilhas da internet, Alborgas – o fanfarrão original – viverá para sempre.

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