Quebra de protocolo? Centenário da Imigração Japonesa

Tratado como se fosse um deus. Assim dizia-se que deveria ser o ‘manual de etiqueta’ para receber o príncipe-herdeiro japonês Naruhito, que chegou ontem ao Brasil para participar das comemorações do centenário da imigração japonesa. Lista: é proibido olhar diretamente nos olhos dele, não pode dar beijo e nem aperto de mão (apenas curvar-se), não ultrapassar o príncipe, não tocá-lo.

Realmente no Japão não se beija ninguém no rosto na hora de cumprimentar, mas um aperto de mão não faz mal a ninguém. É isso que explicam a Embaixada do Japão no Brasil e o Consulado Geral do Japão em São Paulo.

Segundo eles, Naruhito vai seguir o protocolo daqui e não foi exigido que as autoridades e comitivas se curvassem diante dele, por exemplo. A Embaixada diz que o recado “oficial” foi apenas para jornalistas que estariam na residência oficial, mas ainda assim os profissionais podem, sim, olhar nos olhos do príncipe.

Chefe do cerimonial do governo do estado de São Paulo, Claudia Matarazzo diz que vai pelo bom senso para treinar a equipe que vai receber Naruhito. “Se ele apertar a mão, apertou, mas é nosso dever fazer o que ele espera. Só tentamos seguir a tradição dos japoneses para ele se sentir respeitado”, diz.

Se não há exigência oficial em relação ao protocolo a sorte é do Lula, que pode ficar tranqüilo pois não cometeu gafe alguma ao esbarrar em Naruhito ao tentar pegar um ponto eletrônico no chão.

Foto Reuters

Por Marianne Nishihata/Postagem AGUABOANEWS