sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

MARCELÂNDIA - Esquema de compra de CNHs

Oito mandados de prisão e apreensão foram expedidos para Cuiabá, Marcelândia e Rondonópolis. Cinco presos

KEITY ROMA
Da Reportagem/Diário de Cuiabá

Dois servidores do Detran de Cuiabá, o chefe do Ciretran de Marcelândia e dois diretores de auto-escolas do município foram presos ontem, durante a operação Frenagem, realizada para desarticular um esquema de venda ilegal de carteiras de habilitação no interior. Outros dois funcionários do órgão e um instrutor de trânsito estão sendo procurados pela Polícia Civil.

No total, oito mandados de prisão e apreensão foram expedidos para Cuiabá, Marcelândia e Rondonópolis. O grupo é acusado de corrupção passiva e ativa, falsidade ideológica e formação de quadrilha. O delegado de Marcelândia, Luiz Henrique de Oliveira, afirmou que as investigações tiveram início com denúncias de que candidatos estariam pagando propina para obter a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) sem realizar o teste prático.

Durante uma filmagem realizada com autorização judicial em Marcelândia, a 712 quilômetros de Cuiabá, o delegado comprovou que de 84 pessoas aprovadas nos testes práticos para carros, apenas 71 de fato foram ao local fazer a prova. Já as provas para ônibus e caminhões (categoria D) e carretas (E) foram realizadas por 18 pessoas, e 21 tiveram os nomes publicados na lista de aprovação do Detran.

Foram presos em Marcelândia Adílson de Oliveira Silva, que exercia temporariamente a direção do Ciretran, Marco Aurélio Ribeiro e Jonas, proprietários das auto-escolas Regional e 2000. Um instrutor da auto-escola 2000, Ademir Jocelim dos Santos, estava foragido até o fechamento desta edição.

Em Cuiabá, a Delegacia Fazendária ficou responsável pelas prisões de quatro servidores que em 5 de dezembro compuseram a banca examinadora das provas práticas em Marcelândia. Porém, apenas Valdete Alves Viana e Sátilo Constancio da Silva foram encontrados na Capital. Estão sendo procurados Deuzalina Pereira Soares, que mora em Rondonópolis, e Raymundo Francisco de Salles.

Com exceção do diretor do Ciretran, todos os quatro servidores do Detran são funcionários de carreira. Eles compunham a banca volante, que viaja pelo interior do Estado realizando as provas. As equipes são formadas por meio de sorteios aleatórios, segundo a Corregedoria da instituição.

“Começamos os trabalhos de apuração em parceria com a polícia há cerca de um mês. Abriremos sindicância imediatamente e analisaremos se haverá necessidade de afastamento total dos servidores das atividades durante as investigações. Mesmo que eles continuem trabalhando, realizarão funções administrativas. Da banca de exames serão afastados até o fim do processo”, afirmou o corregedor do Detran, Cláudio César da Silva.

O corregedor não descartou a possibilidade de ter mais servidores e proprietários de auto-escolas envolvidos no esquema, o que continuará sendo investigado.

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