sábado, 28 de março de 2009

Camargo ajudou mais de 100 candidatos

Publicado por Kassu - 28/03/2009 às 12h52
AGUA BOA NEWS


*Por Paulo Moreira Leite

O TSE informa que, em 2006, a Camargo Correa submeteu Geraldo Alckmin a uma dieta de faquir. Entregou-lhe quase um décimo dos recursos que enviou a Lula, como mostrei em nota anterior.

A comparação entre governadores, senadores e deputados leva a resultados
desiguais. Longe da disputa presidencial, a empreiteira foi tucana. Ajudou 35
candidatos do PSDB e 27 do PT. Mas, na soma do dinheiro entregue a cada uma das legendas, o PT fica na em frente — em função dos R$ 3 milhões que deu a Lula.

A Camargo também ajudou candidatos de outros partidos, somando 107.

Na lista dos grandes beneficiários, na faixa de R$ 300 000, a mais alta, entram dois
oposicionistas: Aécio Neves, candidato ao governo de Minas, e Guilherme Afif
Domingos, que disputou o senado de São Paulo na chapa liderada por José Serra.

Na faixa dos 250 000, ficam dois parlamentares da base do governo: Aldo Rebelo, do
PC do B, que foi ministro; e Janete Pietá, deputada federal que tem um marido
estratégico, Eloi Pietá, prefeito de Guarulhos.

Na faixa dos R$ 200.000, encontra-se Aloizio Mercadante, candidato ao governo pelo
PT, e Orestes Quercia, candidato ao senado pelo PMDB.

Na faixa dos R$ 150 000, encontra-se o senador Garibaldi Alves (PMDB-RN) e Dimas
Ramalho (PPS-SP).

Na faixa dos R$ 120 000, Arlindo Chinaglia.

Os demais receberam doações entre R$ 100.000 e R$ 30.000.

Camargo deu R$ 3 mi a Lula e R$ 400 000 a Alckmin


A idéia de que os recursos da Camargo Correa tem preferência pelos partidos de oposição não corresponde aos números. Conforme os registros do TSE, os dados da campanha presidencial de 2006 mostram o seguinte: a empreiteira fez quatro remessas para o Comitê de Lula. Duas de R$ 1 milhão; duas de R$ 500 000,00; e uma remessa de R$ 4.000,00 Total: R$ 3.004.000,00. Geraldo Alkcmin recebeu duas remessas de R$ 200.000,00. Total: R$ 400.000,00.

Cada um pode concluir o que quiser desses números. Eu acho que, como acontece nas boas e más familias, a empreiteira queria ficar de bem com o provável vencedor. As contribuições de campanha, como se sabe, cumprem duas finalidades universais. Garantir o candidato hoje — e evitar retaliações amanhã.

*
Paulo Moreira Leite - É Diretor da Sucursal de Brasília da revista ÉPOCA. Jornalista desde os 17 anos, foi correspondente em Paris e em Washington, diretor de redação da ÉPOCA, redator-chefe da Veja e diretor de redação do Diário de São Paulo. Entre fevereiro de 2007 e janeiro de 2008, foi vice-presidente da Imprensa Oficial do Estado de S. Paulo. Iniciou a carreira no Jornal da Tarde e foi repórter especial do Estado de S. Paulo. No início de 2008, cobriu o início das primárias americanas como enviado especial do IG aos Estados Unidos.


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