quinta-feira, 5 de março de 2009

Ex-deputado pode ser preso por tráfico de influência

Publicado por Kassu - 05/03/2009 às 18h40
AGUA BOA NEWS




Ex-deputado estadual Walter Rabello (PP) é réu em processo por envolvimento com organização criminosa

O ex-deputado estadual Walter Rabello (PP), derrotado à Prefeitura de Cuiabá no ano passado, pode ser preso a qualquer momento por suposto envolvimento em uma organização criminosa do ramo de hortifrutigranjeiros. O juiz da Vara Especializada do Crime Organizado e da Ordem Tributária, José Arimatéia, avalia o pedido de prisão preventiva solicitado por promotores do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco). Como não é mais parlamentar, Rabello perdeu a prerrogativa do foro privilegiado. Ele está tão preocupado com o risco de ir para a cadeia que já se encontra "incomunicável". Nesta quinta (5), ele não apresentou o Programa Walter Rabello, na TV Rondon (Rede TV!). Em seu lugar, apareceu a diretora de Jornalismo da emissora, Shoelly Rezende, que justificou no ar a ausência do apresentador. "Ele (Rabello) está muito abalado com as informações que saíram na imprensa", disse a diretora aos telespectadores.

Segundo informações do Gaeco, Rabello seria o intermediário entre a organização criminosa e servidores de secretarias estaduais, na liberação de carretas apreendidas por fiscais da pasta da Fazenda. O ex-deputado foi denunciado por tráfico de influência. Conforme o promotor Joelson de Campos Maciel, em conversas com membros da organização, Rabello se intitulava uma pessoa com livre trânsito no alto escalão do governo do Estado. "Isso é o que ele dizia. Estamos investigando se, de fato, pessoas do alto escalão da administração estadual tinham envolvimento no esquema", pondera o promotor.

Denominada Gafanhoto, numa alusão ao inseto que ataca plantações, a operação foi deflagrada para combater uma organização criminosa do ramo de hortifrutigranjeiros que supostamente aplicava golpes em produtores rurais e fornecedores de outros Estados e do exterior, a partir de empresas de fachada e "fantasmas". Segundo informações do Ministério Público Estadual, os denunciados compravam produtos em grande quantidade e parcelavam os pagamentos. Inicialmente, os débitos eram quitados, "mas depois os cheques emitidos eram sustados causando enorme prejuízo aos fornecedores". Quando caminhões com carregamentos da organização eram apreendidos nos postos fiscais da Sefaz, Rabello supostamente "entrava em cena" para fazer contatos com pessoas do alto escalão da administração pública estadual para que os veículos fossem liberados.

Vinte e três pessoas foram denunciadas por suposto envolvimento no esquema - leia mais aqui. Os envolvidos são acusados de tráfico de influência, estelionato, extorsão, formação de quadrilha, entre outros crimes. Segundo o MPE, já foram presos o empresário Júlio Uemura, denunciado por comandar o esquema; dois policiais civis que fariam a segurança do grupo, dentre eles o investigador Francisco Dias de Lourenço, o Chicão, investigado recentemente pelo crime de extorsão; os contadores Ronaldo Luiz Mateus e Lupércio Augusto de Campos, e René Santos Oliveira, apontado pelos promotores como o principal articulador da quadrilha. Os dois policiais foram levados à Corregedoria da Polícia, enquanto o empresário foi conduzido para a Delegacia de Polícia do Interior (Polinter). Eles aguardam por deliberações judiciais. (Andréa Haddad)

(15h15) - Em nota, Gaeco nega pedido de prisão a Rabello

A assessoria de Imprensa do MPE, do qual faz parte o Gaeco, assegura que ainda não há pedido de prisão proposto junto ao juiz José Arimatéia, da 15ª Vara Criminal de Cuiabá, sobre o ex-deputado Walter Rabello. Apesar do MP não confirmar o pedido de prisão, a nota afirma que "poderá pedir prisão de qualquer um dos denunciados, desde que se enquadrem no artigo 312 do Código Penal". A lei prevê que a preventiva poderá ser decretada como garantia da ordem pública, da ordem econômica, por conveniência da instrução criminal, ou para assegurar a aplicação da lei penal, quando houver prova da existência do crime e indício suficiente de autoria.

Nesta quarta (4) foram expedidos oito mandados de prisão. Alguns foram cumpridos e outros estão sob análise. O processo ainda está em fase de autuação. Corre sob sigilo. Depois, os reús serão citados e terão direito a ampla defesa. (Patrícia Sanches)

Eis, abaixo, a íntegra da nota encaminhada pelo GAECO
"Gaeco afirma que não há pedido de prisão para ex-deputado Walter Rabello
A respeito de notícias veiculadas na mídia afirmando que o ex-deputado Walter Rabello (PP) poderá ser preso a qualquer momento, o Grupo de Apoio Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) afirma que não há qualquer pedido de prisão para Rabello.
O Gaeco poderá pedir prisão de qualquer um dos denunciados, desde que fique comprovada a viabilidade do art. 312 do Código de Processo Penal.
A operação teve início nesta quarta-feira, 4 de março, com prisão de seis pessoas, entre elas o empresário Júlio Uemura, proprietário da Comercial Uemura, por formação de quadrilha, tráfico de influência, extorsão e estelionato em vários estados por meio de empresas fantasmas ou uso de laranjas para comprar produtos de hortifrutigranjeiros"

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Eis, abaixo, a lista dos denunciados pela Operação Gafanhoto

Valdomiro Fernandes da Silva
Durvalino Amaral da Silva
Francisco Fernandes Sobrinho (Nandinho)
Roseli Aparecida de Souza (Rose)
Onésimo Martins de Campos (Poconé)
Ailton Fernandes de Oliveira (Berimbau)
Francisco Lourenço (Chicão)
Edivaldo Tavares Vilela (Corda)
Kazuoyoshi Uemura (“Júlio Uemura”)
Erivaldo Vicente Pereira Junior
José Ferreira dos Santos
Ronaldo Alves de Oliveira
Rafael Junior da Silva Camargo
Lucas Farias de Souza
Walter Machado Rabello Junior
René dos Santos Oliveira
Laerte Botelho Feijó
Ronaldo Luiz Mateus
Lupércio Augusto de Campos (Teco)
José Firmino da Silva
José Aparecido Boleta
Waldecir Lohn
Fonte: RDNews

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