Confira as dez principais notícias do dia 8 de abril
Por Kassu com Juliano Machado - 08/04/2009 _as 11h42
AGUA BOA NEWS
1. É proibido fumar – em qualquer local fechado de SP
A Assembleia Legislativa de São Paulo aprovou ontem, por 69 votos a 18, um projeto de lei que proíbe o uso do tabaco em todos os ambientes coletivos fechados, sejam públicos ou privados, além de vetar os atuais fumódromos. A lei agora segue para sanção do governador José Serra (PSDB), autor da proposta. Sancionada, entra em vigor em 90 dias. Para se ter ideia da amplitude da lei estadual, informa a Folha (para assinantes), o fumo passará a ser banido em “bares, boates, restaurantes, hotéis, pousadas, áreas comuns de condomínios, casas de show, shoppings, ginásios esportivos e estádios, todas as repartições públicas, hospitais e até carros de polícia e táxis”. Se o fumante insistir, a lei prevê até a intervenção policial. Manifestantes ligados à associação de bares e restaurantes foram à Assembleia empunhando cartazes com dizeres como “Direitos individuais” e “Liberdade de escolha”. A polêmica está lançada, mas os não-fumantes devem estar bem felizes.
2. Lei Seca começa a perder força
Se o cerco ao cigarro aumentou, o mesmo não se pode dizer das bebidas alcoólicas. Uma pesquisa realizada pelo Ministério da Saúde com 54,3 mil pessoas mostrou que o brasileiro está voltando a associar o álcool ao volante. Em março, 2,2% dos entrevistados admitiram beber antes de dirigir, um índice bem superior ao registrado em agosto de 2008, no auge da fiscalização da Lei Seca, quando só 0,91% afirmaram manter essa prática reprovável. Esse indicador de março, diz o Estadão, é semelhante aos níveis de 2007, quando ainda não havia Lei Seca (sancionada em junho de 2008). Entre os homens jovens e com alta escolaridade, o índice é ainda maior: 3%. “Acendemos a luz amarela”, disse o ministro José Gomes Temporão. A causa disso é sabida por qualquer motorista: fiscalização frouxa.
Economia
3. Irritado com juros, Lula vai demitir presidente do BB
A informação é da coluna de Ancelmo Gois, no Globo. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva cansou-se de cobrar os bancos estatais a cortar as taxas de juros, consideradas por ele muito altas e um obstáculo para a recuperação da economia. A vítima foi Antonio Francisco Lima Neto, presidente do Banco do Brasil e funcionário de carreira do banco. Ainda não se sabe quem vai substituí-lo. Antes da vitória eleitoral que lhe deu o segundo mandato, Lula prometeu manter administrações técnicas à frente do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal. Certamente, técnico ou não, o substituto terá de agir rápido diante dos índices de spread (diferença entre o que o banco paga para captar dinheiro e o quanto cobra para emprestar) que o BB vem praticando.
4. Governo pode desonerar folha salarial
A Folha (para assinantes) informa que o presidente Lula se reúne hoje com centrais sindicais para apresentar uma proposta de Medida Provisória que beneficie empresas dispostas a não fazer demissões em meio à crise. A MP propõe que as empresas reduzam em até 20% a jornada de trabalho sem cortar salários; a compensação viria nos impostos: o governo aceita diminuir de cerca de 30% para algo em torno de 19% o recolhimento de parte dos tributos cobrados sobre a folha salarial. A adesão à medida, de caráter temporário, será opcional. O governo trabalha com a ideia de que a desoneração seria compensada pela economia feita com o seguro-desemprego, pois não haveria demissões.
Sociedade
5. Julgamento do Caso Dorothy é anulado
Uma nova reviravolta no Caso Dorothy Stang, a freira americana assassinada em fevereiro de 2005 no Pará. O Tribunal de Justiça paraense determinou a anulação do julgamento do fazendeiro Vitalmiro Bastos de Moura, o Bida, apontado como mandante do crime, e ordenou que ele volte a ser preso. Em 2007, Bida fora condenado a 30 anos de prisão, mas foi beneficiado por uma lei (revogada em 2008) que previa um novo júri para réus com pena superior a 20 anos. Nesse segundo julgamento, então, Bida foi absolvido. Junto com Bida será julgado novamente Rayfran Sales, o Fogoió, acusado de matar Dorothy com seis tiros. A notícia repercutiu nos Estados Unidos. O The New York Times entrevistou o irmão de Dorothy, David, que mostrou otimismo. “Dorothy sempre amou o Brasil e tinha muita esperança de que o país oferecesse justiça. Talvez isso seja o começo.”
Forças Armadas
6. Com orçamento apertado, Jobim revê prioridades
Por conta da crise econômica, o Ministério da Defesa sofreu um contingenciamento de R$ 2,7 bilhões para este ano, o que levou o ministro Nelson Jobim a redefinir prioridades da pasta, segundo o Valor Econômico (íntegra para assinantes). Três áreas não serão atingidas pelo corte financeiro: as aquisições de helicópteros e submarinos convencionais da França (parte de um acordo internacional); o desenvolvimento do primeiro submarino nuclear brasileiro, que se arrasta há muitos anos; e a ampliação dos pelotões de fronteira, talvez a mais importante das medidas em relação a efeitos práticos de segurança nacional.
Mundo
7. EUA e Cuba: agora vai?
Não é exagero dizer que o momento das relações entre Cuba e os Estados Unidos é um dos melhores desde a implementação do regime castrista na ilha caribenha, em 1959. Um grupo de congressistas americanos democratas, do mesmo partido do presidente Barack Obama, visitou em Havan o presidente Raúl Castro e seu irmão, o eterno líder Fidel. A deputada Barbara Lee, que chefiou a missão, diz que volta a Washington com uma mensagem clara a Obama: “Chegou a hora de dialogar com Cuba. O momento é agora.” Em suas reflexões publicadas pelo jornal oficial Granma, Fidel escreveu que seu país não teme dialogoar com os EUA. “Não necessitamos do confronto para existir, como pensam alguns tontos.” Apesar da mensagem de respeito e reconhecimento a Cuba implícita na viagem dos deputados americanos, é cedo para dizer que isso possa levar, em breve, ao fim do embargo econômico, em vigor desde 1962.
8. Fim da linha para Fujimori: 25 anos de prisão
O ex-presidente do Peru Alberto Fujimori (1990-2000), de 70 anos, foi condenado a 25 anos de prisão num julgamento da Suprema Corte de Justiça que começou em dezembro de 2007. Fujimori foi responsabilizado, entre outros crimes, por dois massacres cometidos pelo grupo paramilitar Colina em 1991 e 1992, nos quais 25 pessoas, supostamente integrantes do grupo terrorista Sendero Luminoso, foram assassinadas. Segundo o diário peruano El Comercio, a sentença afirma que nenhuma das vítimas era mesmo terrorista. O jornal lista nove “provas mais importantes” contra o ex-presidente. Fujimori, que já está preso há dois anos, vai recorrer.
9. Coreia do Norte diz que vai ter reação “firme” caso seja punida
O governo da Coreia do Norte voltou a fazer nesta terça-feira o que mais gosta: discursos ameaçadores, embora vagos. O embaixador-adjunto norte-coreano na ONU, Pak Tok-hun, disse que seu país vai reagir ante uma eventual condenação por parte do Conselho de Segurança em relação ao foguete lançado no domingo. “Nós a consideraremos uma invasão de nossa soberania e medidas necessárias e firmes se seguirão”, disse o diplomata, segundo a BBC Brasil. No entanto, dificilmente a ameaça do regime ditatorial de Kim Jong-Il sairá do plano verbal, pois China e Rússia tem conseguido frustrar a tentativa de EUA, Japão e Coreia do Sul de estender as sanções contra o país asiático.
10. E Adriano reapareceu. Mas o caso segue malcontado…
Acabou o mistério que agitou o Rio de Janeiro esta semana. O atacante da Seleção Adriano, que teria passado duas noites num morro carioca na casa de parentes e não era visto desde então, foi flagrado saindo de carro da casa da mãe, num condomínio da Barra da Tijuca. O Globo faz um jogo de palavras para retratar a situação de Adriano: “ao contrário da cena (do jogador ao volante), Adriano não tem mais a direção da carreira”. Em baixa há algum tempo por conta de problemas com depressão e alcoolismo, o atacante do Internazionale de Milão parece estar num momento decisivo: ou se recupera ou afunda de vez. Numa enquete feita no site do Globo, os internautas demonstraram pessimismo: 63% consideram o jogador um caso perdido. Tomara que estejam errados.

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