Confira as dez principais notícias do dia 16 de abril
Por Kassu com Juliano Machado - 16/04/2009 às 11h30
AGUA BOA NEWS
1. Mais R$ 40,2 bilhões na economia
Está na manchete de quase todos os jornais: o governo decidiu reduzir ainda mais a meta do superávit primário (economia feita para pagar títulos da dívida pública), agora de 3,8% para 2,5% do Produto Interno Bruto. Esse alívio da política fiscal deve liberar o governo para gastar R$ 40,2 bilhões. A mudança, informa o Valor Econômico (íntegra para assinantes), ainda depende de aprovação no Congresso para que seja alterada a Lei de Diretrizes Orçamentárias de 2009, mas a expectativa do governo é que não haverá dificuldades para passar o novo texto. O afrouxamento da meta de superávit também vale para 2010.
2. Pacote para o agronegócio terá R$ 10 bilhões
O governo federal deve lançar nesta quinta-feira um amplo pacote de socorro ao agronegócio, por meio de uma linha de crédito do Banco do Brasil e do BNDES orçada em torno de R$ 10 bilhões. O principal objetivo é melhorar, com urgência, o capital de giro da agroindústria, especialmente os frigoríficos, que vivem séria crise financeira. Um auxiliar do presidente Luiz Inácio Lula da Silva informou ao Estadão que as taxas de juros serão muito menores que as praticadas pelo mercado.
3. Nova regra beneficia estradas previstas no PAC
A Câmara aprovou ontem uma alteração nas exigências de licenciamento ambiental de obras de rodovias. A proposta dispensa licença prévia para asfaltamento e duplicação de estradas já abertas. Com o apoio do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), a mudança foi aprovada em meio à Medida Provisória que trata do Fundo Soberano, sem nenhuma relação com o tema - o que irritou o ministro do meio Ambiente, Carlos Minc. A aprovação às pressas tem um objetivo claro, segundo a Folha (para assinantes): facilitar o trâmite das rodovias previstas no PAC. Entre as obras a terem o licenciamento acelerado há três grandes estradas que cortam a Amazônia.
Política
4. Ministros usam verba da Câmara para viajar
O uso indevido da cota de passagens aéreas do Congresso chegou à Esplanada dos Ministérios, informa o Estadão. Os ministros José Múcio Monteiro (Relações Institucionais), Geddel Vieira Lima (Integração Nacional) e Reinhold Stephanes (Agricultura), todos deputados federais licenciados, usaram 64 vezes passagens da cota da Câmara. A legislação da Casa não permite que parlamentares sob licença usem a cota aérea enquanto seu suplente estiver em exercício. No caso de Múcio, apenas em 5 das 54 vezes em que esse expediente foi usado ele era o passageiro - nas outras, eram assessores ou parentes. As assessorias dos três ministros negaram irregularidades.
5. Sérgio Cabral é o preferido de Lula para vice de Dilma
Dilma Rousseff só não será a escolhida por Lula para tentar sucedê-lo caso ocorra algo extraordinário - ontem, em entrevista à Radio Globo, ele assumiu o desejo de ver sua ministra como candidata em 2010. Posto isso, a discussão gira em torno do vice de Dilma. O Valor Econômico (íntegra para assinantes) diz que o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB), é o preferido do presidente Lula. A outra opção seria o ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima, também do PMDB. Segundo o jornal, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, e o deputado federal Ciro Gomes, embora bem vistos por Lula, estão descartados por serem filiados ao PSB.
Sociedade
6. A truculência nos trens do Rio de Janeiro
Causaram espanto as imagens de funcionários da empresa Supervia, que administra o transporte ferroviário do Rio de Janeiro, agredindo passageiros a socos, pontapés e “chicotadas” na estação de Madureira. Os agentes tentavam fechar as portas do vagão superlotado e forçavam as pessoas para dentro de modo violento. O Globo informa que o presidente da Supervia, Amir Murad, reconheceu o óbvio: o treinamento de seus funcionários precisa ser mudado. Nada justifica as atitudes grotescas dos agentes da Supervia, mas o problema é mais profundo: o vagão estava superlotado por conta da greve dos ferroviários, que resultou numa menor oferta de trens para a população. Há tempos esse serviço tem sido realizado de forma pouco satisfatória na cidade.
Educação
7. Um em cada cinco jovens abandona a escola em SP
Um estudo divulgado ontem pela Fundação Getúlio Vargas mostrou que a Grande São Paulo é, entre as seis regiões metropolitanas avaliadas, a que possui a maior taxa de evasão escolar, no período de 2002 a 2008 - a média foi de 19,4% entre os jovens de 15 a 17 anos, informa a Folha (para assinantes). O fato de a Grande São Paulo liderar o índice poderia ser explicado pela maior atividade dos jovens no mercado de trabalho, mas a própria pesquisa desfaz essa ideia ao afirmar que, em 2006, 40% dos adolescentes fora da sala de aula citaram a falta de interesse como principal motivo para não ir à escola. Evasão escolar é algo ruim sob qualquer situação, mas se torna mais preocupante quando sabemos que não é por conta do trabalho, mas sim por puro desestímulo.
Mundo
8. Obama promete “novo dia” para as Américas em artigo no Globo
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, diz ter se comprometido com a promessa de “um novo dia” para as Américas, sinalizando uma aproximação da diplomacia norte-americana com seus vizinhos às vésperas da cúpula continental, em Trinidad e Tobago. “Temos sido facilmente distraídos por outras prioridades, sem nos dar conta de que nosso progresso está diretamente ligado ao progresso em todo o continente americano”, diz Obama, em um artigo para o Grupo de Diários América, publicado com exclusividade no Brasil pelo Globo. O problema é que este “novo dia” de Obama já foi oferecido ao Irã, à Rússia e o será a quem mais interessar. A expressão corre o risco de ficar banalizada diante de tantos desafios que o presidente americano tem de enfrentar. Resta saber se o “novo dia” dos países das Américas virá antes dos outros “novos dias”…
9. EUA nomeiam “czar” da fronteira com o México
A secretária de segurança Interna dos Estados Unidos, Janet Napolitano, nomeou ontem Alan Bersin como o “czar” da fronteira com o México. Ex-funcionário do Departamento de Justiça nos anos Bill Clinton (1993-2001), Bersin terá a difícil missão de conter a violência na região, decorrente do tráfico de drogas e do contrabando de armas. O czar tem experiência no assunto, conta o The Washington Post. De 93 a 98, ele foi o responsável por uma operação de policiamento ostensivo na fronteira para reduzir o fluxo de imigrantes ilegais. Ele até obteve êxito inicial, mas a operação acabou levando a um deslocamento da imigração clandestina para regiões desérticas.
10. Crescimento econômico chinês tem pior resultado desde 1992
O PIB da China registrou um crescimento de 6,1% no primeiro trimestre de 2009, na comparação com o mesmo período de 2008. Seria um número invejável para qualquer país do mundo, mas para os chineses, o sentimento é outro: foi a menor taxa de crescimento desde 1992. Trata-se de um reflexo da crise financeira mundial sobre as exportações chinesas, que caíram 17% só em março. “Sem ter para quem vender, a China vem buscando fomentar o consumo doméstico para manter as indústrias aquecidas e assim conseguir cumprir a meta de crescimento de 8% para este ano”, diz a BBC Brasil.

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