Mato Grosso confirma 10 mortes por causa da dengue em 2009
Confirmado quarto óbito por dengue hemorrágica em Cuiabá
Por Kassu com assessoria - 21h04/2009 às 13h33
AGUA BOA NEWS
Pelo menos nove pessoas morreram por causa da dengue em Mato Grosso. Segundo balanço da Vigilância Epidemiológica divulgado pela Secretaria de Estado de Saúde foi registrado 7.136 casos da doença, sendo 373 graves. Os dados vão de janeiro até a primeira quinzena de abril.
Apenas em Várzea Grande, que teve uma morte registrada, foram 157 casos graves, sendo 19 de Febre Hemorrágica da Dengue (FHD), 13 de Dengue com Complicação (DCC) e 125 sob investigação. Na capital do Estado, Cuiabá foram 116 casos graves, destes, 32 de febre hemorrágica, e quatro mortes.
. Um morador do Pedra 90, de 57 anos, é a quarta vítima de dengue hemorrágica na capital mato-grossense. A confirmação oficial foi feita hoje pela Secretaria de Saúde de Cuiabá de posse do resultado do exame realizado a partir de material colhido do paciente. A vítima morreu no dia 11 de abril no Hospital e Pronto Socorro Municipal de Cuiabá.
De acordo com Boletim Epidemiológico da Dengue de responsabilidade da Diretoria de Vigilância a Saúde e Ambiente da Secretaria Municipal de Saúde, de 1º de janeiro a 17 de abril de 2009 foram confirmados 536 casos de dengue em Cuiabá, sendo que 533 pacientes obtiveram cura e quatro foram a óbito. A gerente de Vigilância a Doenças e Agravos Transmissíveis, Flávia Guimarães Dias Duarte explica que dos 536 casos confirmados, 461 são de Dengue Clássica (86%), 33 de Dengue com Complicação (6,2%) e 42 de Febre Hemorrágica do Dengue (7,8%).
O Pedra 90, onde residia a quarta vítima fatal de dengue hemorrágica, continua na liderança dos bairros da capital com maior número de casos: 58. Na Cidade Alta foram confirmados 45 casos, 34 no Goiabeiras, 21 no Jardim Vitória e 21 no Alvorada, 20 no Jardim Industriário, 19 no Pedregal, 17 no Coophamil e 15 no Jardim Cuiabá.
Na Cidade Alta foi registrada a maior quantidade de Dengue com Complicação (04), seguido do Coophamil (03). Também foi na Cidade Alta que a Secretaria de Saúde de Cuiabá registrou o maior número de casos de Febre Hemorrágica da Dengue (05). Em segundo lugar aparecem Alvorada, Verdão e Jardim Cuiabá, cada um com três casos.
Foram confirmadas mortes pela doença também em Nova Nazaré (1), em Rosário Oeste (2) e em Tangará da Serra (1). O Estado disponibilizou o número de telefone 0800-6471201 para quem quiser tirar suas dúvidas sobre a doença, como sintomas e formas de prevenção, e também para quem queira indicar focos das larvas do mosquito transmissor.
Ontem mesmo (20) em um dia com (cara de feriado por ser ponto facultativo) os profissionais trabalharam intensamente no bairro Rodoviário com dedetizadores entrando nos quintais e fazendo um trabalho que dá tranqüilidade e (ao mesmo tempo mais responsabilidade) aos moradores.
Só Luciara e Canabrava do Norte estão livres da dengue no Estado
Em apenas dois dos 149 municípios mato-grossenses não há registros de casos de dengue, conforme dados da Secretaria Estadual de Saúde (SES). Os privilegiados são Luciara e Canabrava do Norte, nos quais coincidentemente a grande parte dos habitantes ainda vive em comunidades ou fazendas na zona rural.
Luciara é o único onde o Serviço de Vigilância Epidemiológica não encontrou ovos do mosquito Aedes aegypti, o que se subentende que o inseto ainda não está presente. Canabrava também parecia isenta desse transmissor de doença até o início deste ano, quando os primeiros ovos foram detectados.
O município de Luciara fica no Norte Araguaia, as margens do rio Araguaia, distante 1.180 quilômetros de Cuiabá, têm pouco mais de 3,5 mil moradores, 75% morando no campo e compõe a microrregião de São Félix do Araguaia.
Canabrava do Norte está ao Norte Araguaia, tem uma população de pouco mais de 5 mil habitantes, 63% na zona rural, e fica a 1.132 quilômetros da capital.
Em Nova Monte Verde e Bom Jesus do Araguaia também não havia notificação da doença até 2008. A partir deste ano, porém, passaram a integrar a lista das cidades com registros de dengue, segundo a coordenação de Vigilância Ambiental no Estado.
O coordenador da Vigilância, Oberdan Ferreira Lira, acha que a chegada da dengue nessas regiões é uma questão de tempo, assim como aconteceu nos outros municípios. Ele explica que o trânsito de pessoas doentes ou apenas contaminadas com o vírus da dengue entre as cidades faz com que o vetor e a doença se espalhem.
Em Luciara, apesar do Aedes aegypty não ter sido encontrado, há registros de pessoas em tratamento de dengue. Na semana passada, por exemplo, havia uma moradora de Nova Xavantina com suspeita de dengue em consulta médica, segundo informações de uma funcionária da unidade de saúde.
Lá, a comunidade está se mobilizando na tentativa de se manter livre do mosquito e da doença. No próximo dia 22, serão promovidas palestras educativas em escolas, creches e órgãos públicos. No dia seguinte, será o “Dia D”, quando estudantes, professores e pais participarão da campanha de eliminação de recipientes que podem servir de criadouro.
Sintomas
O período de incubação da doença, tempo entre a infecção e o aparecimento dos primeiros sintomas, é de três a 15 dias. Quem tiver febre alta com início súbito, dor de cabeça, dor atrás dos olhos, perda ou diminuição do apetite, náuseas e vômitos, cansaço, fraqueza, manchas e erupções na pele, principalmente no tórax e membros, ou dores musculares, nos ossos e articulações, devem procurar um médico. Qualquer um dos sintomas pode indicar a infecção.

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