domingo, 11 de abril de 2010

Moinho de trigo entra em operação em Cuiabá/MT


Diário de Cuiabá
Por MARCONDES MACIEL - Publicado por Kassu / Água Boa News

Preço final ainda está longe de baratear na ponta, porém, industrialização estimula plantio e em breve haverá maior oferta à planta

O moinho de trigo Multigrain, no Distrito Industrial de Cuiabá, já iniciou sua operação e está colocando no mercado uma nova marca de trigo, a farinha Belarina, distribuída nos supermercados, indústrias de panificação e pontos de venda no atacado e varejo da Grande Cuiabá. O objetivo da planta, com capacidade atual de moagem de 140 toneladas por dia, é em médio prazo suprir o mercado mato-grossense e vender excedentes para outros estados, como Pará, Rondônia e Acre. A retomada do moinho era uma antiga aspiração das indústrias, pois vai possibilitar a redução dos preços dos pães e derivados para os consumidores.

"Estamos trabalhando a pleno vapor, mas utilizando matéria-prima (trigo em grão) de outras regiões", diz o gerente da Multigrain, Fernando Augusto de Sousa. Segundo ele, os preços ainda não sofreram redução porque o trigo está sendo comprado em outras regiões do país. "Só vamos ter trigo mais barato quando tivermos produção própria", diz, lembrando que o custo da farinha é o grande problema da planta. "Apesar dos benefícios do Prodei (programa de incentivo voltado para a indústria), há um regime de substituição tributária estadual que dificulta o beneficiamento interno", diz.

Fernando Augusto informou que o projeto foi implantado com o objetivo de atender o mercado regional, seguindo os planos de expansão da planta. Esta meta, entretanto, só poderá ser cumprida se o Estado passar a produzir trigo em larga escala. "Mato Grosso tem potencial para produzir trigo, pois cultiva área de cerrado. Precisamos expandir a área plantada".

Nesta semana, representantes da Multigrain estiveram reunidos com produtores, pesquisadores e técnicos da Empaer (Empresa Mato-grossense de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural) para discutir a expansão do cultivo de trigo no Estado. A reunião foi realizada no município de Primavera do Leste (239 quilômetros a leste de Cuiabá).

VIÁVEL - Na opinião do agrônomo Hortêncio Paro, responsável pelo Programa de Apoio à Expansão da Cultura Sustentável do Trigo em Mato Grosso (Protrigo), o cultivo do trigo é viável e, com a implantação do moinho, ficará ainda mais atrativo. Ele realizou vários experimentos com o trigo em Mato Grosso, com ótimos resultados em termos de produtividade.

Em 2007, Mato Grosso chegou a plantar 500 hectares de trigo na região de Primavera do Leste e Alto Taquari, com produtividade média de 2,3 mil quilos/hectare. "É uma boa produtividade para a nossa região e acreditamos que temos condições de melhorar ainda mais o rendimento médio por hectare no Estado", frisou o agrônomo.

Este ano novas experiências com trigo estão sendo desenvolvidas em Mato Grosso e, de acordo com o especialista, "todas as metas estão sendo alcançadas".

Ele destaca a implantação de unidades de observação de trigo de sequeiro na Cooperfibra, em Campo Verde (139 Km de Cuiabá), e na Fazenda Saturno, em Alto Taquari (479 Km de Cuiabá), ambas na região sul do Estado.

Foram implantadas ainda quatro unidades demonstrativas de trigo irrigado na fazenda Tomazetti, acima de 600 metros de altitude, e nas fazendas Branca, São Francisco e Possamai, localizadas nos municípios de Lucas do Rio Verde e Sorriso, médio norte mato-grossense.

De acordo com o produtor Romário Possamai, a cultura do trigo em Mato Grosso "tem viabilidade econômica, mas depende de incentivos fiscais, principalmente em relação ao ICMS da energia", uma vez que a propriedade trabalha no sistema de irrigação.

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