quinta-feira, 22 de abril de 2010

O novo Avatar

*POR JÚLIO JOSÉ DE CAMPOS
Foto: Kassu / Água Boa News

A futura usina hidrelétrica Belo Monte, cravada no coração da floresta amazônica, se encontra em uma verdadeira encruzilhada de consequências mundiais. O presidente Lula nos últimos oito anos galgou espaços para ser uma liderança mundial dos descamisados, fracos e oprimidos, e, em um piscar de olhos, pode transformar todo o seu esforço em pó.

A Usina Belo Monte tem potencial de geração energética da ordem de 11,2 mil megawatts (mW), sendo sua capacidade de produção média de 4,6 mil mW. A capacidade instalada de Belo Monte a classifica como a terceira maior usina hidrelétrica do mundo, atrás apenas da Usina de Três Gargantas, na China e Itaipu, no Brasil. Além da importância por sua capacidade de geração, Belo Monte representa a nova fase de investimentos em infra estrutura que o nosso país começa a viver.

O atual momento econômico que o país se encontra, torna-se necessária uma verdadeira revolução nos investimentos públicos e privados no setor de infra estrutura. E esses investimentos são essenciais para que o crescimento econômico não encontre gargalos que impeçam o Brasil e nossa economia de se transformarem em de primeiro mundo.

O diretor do filme Avatar, filme que bateu inúmeros recordes de bilheterias ou pirataria, o americano James Cameron, se posicionou contrário à instalação da usina Belo Monte por "questões ambientais". A usina Belo Monte realmente é uma incógnita ambiental, na medida em que tanto o presidente Lula como a ex-ministra Dilma Rousseff utilizaram suas forças políticas e cargos para uma posição rápida e favorável do Ibama em relação ao Licenciamento Ambiental da usina.

Terras indígenas serão afetadas e muita biomassa da floresta será submersa com a construção da barragem. James Cameron prometeu promover uma campanha internacional a favor dos índios e da floresta. Já Lula e Dilma são a favor da usina pelo seu potencial energético.

Este confronto de escala mundial poderá arranhar ou mesmo destruir a imagem internacional do presidente Lula. Caberá ao presidente ignorar o alerta do diretor e promover a construção da usina, ou se submeter a eco-consciência que o mundo desenvolvido começa a criar depois de ter destruído por quase sua totalidade os seus ecossistemas florestais.

Belo Monte é primordial para o aumento da capacidade energética brasileira, mas prejudica em partes índios e a floresta. Cabe a nós brasileiros decidirmos o destino dela e do nosso País. Interferências internacionais, no meu ponto de vista, não são bem vindas. Sou a favor do Brasil forte e com capacidade de crescimento para criarmos um país mais justo e solidário.

*JÚLIO JOSÉ DE CAMPOS é ex-governador e ex-senador pelo Estado de Mato-Grosso

Seja o primeiro a comentar

Copyright©| Desde 2008 | AGUA BOA NEWS COMUNICAÇÃO LTDA | Template customized by Michel Franck

Início