domingo, 9 de maio de 2010

“As rádios alemãs anunciaram nossa chegada nos chamando de índios”

RAFAEL FRANCISCO DE OLIVEIRA - Editoria Variedades - 08/05/10 - 14h28
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“As rádios alemãs anunciaram nossa chegada nos chamando de  índios”
Martiniano Rodrigues de Oliveira serviu durante a Segunda Grande Guerra Mundial ...


“As rádios alemãs anunciaram nossa chegada nos chamando de  índios”

... e lutou nos campos da Itália por um ideal de liberdade, coragem e esperança

(Fotos Arquivo da Família)

Na data de hoje (8 de maio) é comemorado em todo o mundo o “Dia da Vitória”, data formal da derrota da Alemanha Nazista em favor dos Aliados na Segunda Guerra Mundial.

Por sua vez, vários foram os personagens que contribuíram para com o retorno da paz ao mundo, sendo que um deles foi o barbacenense Martiniano.

Martiniano Rodrigues de Oliveira serviu durante a 2ª Guerra Mundial na qualidade de Cabo do 11º RI – Regimento de Infantaria - Regimento Tiradentes, em São João Del Rei – MG. Faleceu em 11/04/1981, em Barbacena – MG.

Sem dúvida alguma foi um dos heróis que contribuiu para o fim da tirania que reinava no Mundo entre 1939 e 1945.

Segue abaixo um trecho do pronunciamento de Martiniano na Rádio Barbacena em 1965:

“Enquanto uma população inquieta, apreensiva e intranqüila, buscava nos Jornais e no Rádio, novas notícias, partiam os jovens brasileiros para os campos de batalhas da Europa.

As rádios alemãs anunciaram nossa chegada, dizendo: chegaram os índios. A população italiana, mostrava-se surpresa ao ver a Organização de nossas forças, pois parece que acreditavam nos comentários, alguns nos interrogavam, e então quando informava-os que o Brasil tinha em operação Forças Marítimas, Aéreas e Terrestres, estes se mostravam muito admirados. Como se vê caros ouvintes, não era somente a responsabilidade militar em combate que pesava sobre os homens do Brasil, também a de representar a civilização brasileira e a Política Internacional.

Mas graças a Deus, se eu o mais humilde dos Brasileiros Expedicionários compreendi este dever, os outros ainda mais perfeitos e sábios, souberam representar nossa Pátria e nosso povo.

Enquanto tudo no Mundo era terror e intranqüilidade, as águas dos mares tragavam os corpos dos bravos heróis da Marinha do Brasil, dos ares desciam, às vezes carbonizados, os corpos dos bravos aviadores, heróis da Força Aérea do Brasil e nos campos sangrentos e fumegantes das batalhas na Itália, tombavam os Heróis do Exército brasileiro. Enquanto um a um, tombavam os heróis, os sobreviventes daquela tragédia, avançavam passo a passo na conquista da liberdade dos povos, para engrandecimento do nosso querido Brasil e para o honra e glória do povo brasileiro.

(...)

Quanto mais frios e indiferentes me pareceu os homens daquela época, menos felizes parecem as gerações que os sucedem. Se os homens não souberam calcular os méritos da nossa luta, os Expedicionários souberam com dignidade e patriotismo conduzir os sofrimentos dela, trazendo glórias para o Brasil e a Paz e Tranqüilidade para o povo”.

Como é bem lembrado pelos ex-combatentes, “Conspira contra a sua própria grandeza o povo que não cultua os seus feitos heróicos”.

Em sendo assim, não só na data de hoje é necessário lembrar de nossos heróis de guerra, mas sempre que se ouvir falar em liberdade, coragem e esperança, vez que certamente a paz vivida nos dias atuais tem lastro nos atos corajosos daqueles que serviram a pátria.

NOTA DA REDAÇÃO: Rafael Francisco de Oliveira é neto do ex-combatente Martiniano Rodrigues de Oliveira

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