HEVEICULTURA / SERINGUEIRA / LÁTEX / BORRACHA - Até 2025, MT 1º produtor
Criação de linha exclusiva de financiamento vira página da história recente em MT e projeta um futuro promissor
Por Marcondes Maciel
enviado por Luiz Omar Pichetti
enviado por Luiz Omar Pichetti

A nova linha, exclusiva do Banco do Brasil, “vai ao encontro do plano de expansão para o desenvolvimento do setor nos próximos anos”, comemora Antônio Rocha Vital, engenheiro florestal da Empresa Mato-grossense de Assistência Técnica e Extensão Rural (Empaer).
Com a medida – e ainda levando-se em conta a recuperação dos preços da borracha (que saíram de R$ 1,20, em 2009, para R$ 4,20, este ano) - ele espera que o setor ganhe estímulo e saia da estagnação. “Para se ter uma idéia, Mato Grosso já chegou a contar com uma associação de heveicultores. Mas a entidade foi extinta porque o segmento entrou em decadência por falta de crédito”, conta o engenheiro. Hoje o Estado produz em torno de 30 mil toneladas de borracha e a área plantada não passa de 46 mil hectares.
Mato Grosso tem cerca de mil produtores e três grandes usinas processadoras de borracha: Michelin (Itiquira), Triângulo (Pontes e Lacerda) e outra em São José do Rio Claro. De acordo com levantamento da Empaer, 25% da produção sai bruta do Estado com destino a São Paulo para atender a indústria de pneumáticos.
Em todo o Estado são 61 municípios produtores de borracha, cerca de mil heveicultores e os seis maiores do ranking são Itiquira (8,4 mil hectares), São José do Rio Claro (4,19 mil/ha), Pontes e Lacerda (3,2 mil/ha), Querência e Santa Terezinha (2,4 mil/ha) e Gaúcha do Norte (2 mil/ha). (Veja quadro ao lado)
CRÉDITO – A nova linha de crédito aprovada pela Câmara Setorial da Borracha prevê financiamentos com carência de oito anos, prazo para pagamento de 14 anos e juros de 6,75% ao ano. “É um pleito antigo, pois desde as décadas de 70 e 80 não tínhamos uma linha direcionada exclusivamente para o setor. Temos o Programa de Plantio Comercial e Recuperação de Florestas (Propflora), mas ele é apenas relativamente adequado ao segmento”, afirma o presidente da Câmara, Marcelo Tournillon Ramos.
Os recursos permitirão fomentar a cadeia e reverter o quadro de déficit na balança comercial que existe no segmento. Atualmente, cerca de 70% da borracha seca consumida no país é exportada. Essa situação gerou um déficit comercial de US$ 800 milhões em 2010, com previsão de US$ 1,3 bilhão neste ano. “O Brasil produz cerca de 120 mil toneladas do produto por ano e consome 360 mil toneladas”, aponta Ramos.
PROPFLORA - Criado em 2002 e voltado especificamente ao financiamento da implantação e manutenção de florestas para fins econômicos, o Propflora já beneficiou a cadeia produtiva da cultua da borracha. Nos últimos dois anos, foram aplicados R$ 44 milhões em crédito para investimento em seringais.
A iniciativa também tem como foco a recomposição e manutenção de áreas de preservação permanente e reserva florestal legal. O limite de financiamento do Propflora aumentou de R$ 200 mil por produtor, na safra passada, para R$ 300 mil nesta safra, com taxa de juros de 6,75% ao ano. Até a década de 50, o Brasil era o principal produtor do mundo. Hoje, quase todo látex vem da Tailândia, Indonésia e Malásia, que juntas detém 95% da produção mundial (cerca de 5,7 milhões de toneladas).
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