sábado, 23 de julho de 2011

Reforma Aguaria x Reforma Agrária. Qual o direito que temos nesse contexto?

Qual o direito que temos nesse contexto?
Por Chico Canindé.

A reforma aguaria é um conjunto de medidas que visam a promover a melhor distribuição da águas mediante modificações perante o regime que está se instalando sutilmente de uma posse disfarçada para uma posse escancarada por grandes empresas que estão ampliando as apropriações dos bem de direito difuso.

Temos que tomar medidas que evitem sua posse nas mãos de poucos a exemplo de que já aconteceu com a terra e junto levaram as nascentes. Senão do que adianta construir uma fabrica se não tem água para que ela consiga fabricar seus produtos, do que adianta um grande latifundiário querer a terra se não tem água. Isso é o obvio já que a água é o elemento essencial que a indústria e a agroindústria precisa para atender as suas necessidades.

Atender as suas necessidades não significa ter responsabilidade social, isso só poderá ou acontecerá se ela perceber que não vai perder, e mesmo assim reagirá com todas as suas forças e por todos os meios para não compensar nada. Porque tudo que a natureza produz é para o sustento dos seus. No entanto esta grande fabrica famélica e sedenta de tudo que é o sistema percebe isso como sendo seu. Purismo se apropria da terra e de tudo que nela existe e um dos principais elementos é a água.

Devemos fazer o estatuto da vida no que se entenda como uma convenção, – mas não como é de praxe e sim como uma coisa mais ampla com horizontes mais largos. A reforma aguaria não se dará sem conflitos dentro dos países e extra-países já que as águas são transfronteiriças.

Quer dizer os povos internos e externos tem que se unirem a exemplos das grandes transnacionais.

Devemos entender que somos da terra inteira e não só de um país. Podem até dizer isso é loucura. Mas uma pergunta fica no ar. O que é levando em primeiro lugar quando uma indústria ou uma agroindústria se instala em algum lugar água para as necessidades dos seus empregados ou as suas próprias?

O fato histórico já é bem velho e conhecido por todos que tenha um cadinho de conhecimento de como uma parte da humanidade se desenvolveu e se apropriou dos bens naturais e das invenções fruto da sua imaginação que serviu e servem para seu progresso e conforto.

Só já existe uma boa parte da humanidade já esta percebendo que todo esse progresso tem um preço e que dependemos da estrutura do planeta se para continuar mais um cadinho por aqui. A natureza vai bem obrigado.

O planeta vai continuar sendo o terceiro mundo depois do sol cumprindo o seu ciclo. Mas quem está doidinho para continuar é uma espécie. E adivinhem qual a espécie? É isso mesmo a espécie animal que se auto-intitula humana depois de fazer tudo que não devia agora esta querendo fazer parte do ciclo.

Hoje esta em moda dizer que precisamos atender aos princípios da justiça social e ao aumento de produtividade conforme está se impondo à realidade todo mundo correndo a trás da auto-sustentabilidade.

Mas o que vem a ser isso e a quem interessa? O sistema e seu governo é isso mesmo o sistema e seu governo criam mecanismo parta se perpetuar, se reestrutura a todo o momento absorvendo tudo que ele era contra e não “ganhava nada com isso”. Hoje como ainda existe espaço para ganhar e ficar de bem com a famosa opinião publicada seremos todos a favor da defesa da biodiversidade por um planeta sustentável.


A luta pela terra é coisa antiga e é coisa de todo animal defender território por isso vivem em bandos só assim conseguem defender um território. Com o ser humano não é diferente, ou é? É sim e age no conjunto das suas contradições como companheiro e inimigo de si mesmo. Ao destruir as florestas, envenenar a terra e a água muda de lugar se espalhando feito uma praga levando a morte de todo o ECOsistema como se nada tivesse valor. Pois que o único valor que ele enxerga é o ECOnomico.

Este antagonismo ficou expoente com a grande visão sonhadora e criativa que temos. Estes sonhos inquietantes nos levaram a quebrar todas as barreiras possíveis criando maquinas cada vez mais sofisticadas levando o antagonismo dos dois sistemas ao seu grau quase ao máximo.

Isso nos levou a ser como somos. Com uma diferença temos condições de mudar para melhor, ou brecar a mudança de ciclo que já esta ameaçando a existência a olhos nus. E esta mudança passa pela mudança do método e dos “modus operandi” que temos para com a natureza.

Poderemos nos voltar com mais força para a defesa do sistema biológico do planeta e cuidar das suas águas todos os seus estágios


A luta pela terra é uma coisa antiga tão antiga que remonta às primeiras civilizações desde a antiguidade: romanos, gregos, macedônios, egípcios, etecetra e tal forram forçados a reestruturar sua estrutura fundiária para que as populações rurais tivessem acesso à terra para produzir alimento e as suas populações tivessem uma vida melhor.

Qual governo se segura com o povo passando fome?

Falamos em distribuição de terra para plantar, e assim melhorar a qualidade de vida do povo, mas nunca mencionamos a água. Como podemos falar de reforma agrária sem uma reforma aguaria. Simplesmente porque a primeira coisa que a agroindústria se instala em algum lugar, a primeira coisa que é feita é exatamente desmatar para plantar ou extrair minério. Nunca se leva em conta a preservação das nascentes.

Quando construímos qualquer obra só nos importamos com o resultando uma hidroelétrica, por exemplo, os impactos hidrosócios ambientais são relegados a segundo ou terceiro plano.

Estas breves palavras sobre a necessidade de uma reforma aguaria é um tanto espinhosa para isso temos que levar em conta esta questão desde que não seja de forma isolada no conjunto do já se tem feito com a reforma agrária.

Defendendo uma reforma aguaria para fortalecer a defesa do ecossistema através da defesa da preservação dos lençóis de água tanto de superfície como os freáticos. Sabemos que sem este elemento de nada adianta uma reforma agrária.

A defesa por uma reforma aguaria tem prioritariamente que levar em conta o conjunto de ações, os todos os elementos para a defesa de uma hidrocidadania para que nada seja feito de forma isolada porque senão iremos sempre está atrelado a lutar e forma isolada em cada quesito que seja – defesa das águas – meio ambiente – qualidade do ar – das florestas – enfim do grande bioma planetário.

A reforma aguaria a despeito do já aconteceu e vem acontecendo com a reforma agrária também passa ser um conjunto de medidas interligadas para a defesa destes dois componentes de que formam estrutura do planeta. Ao passo que queremos uma melhor distribuição da terra este raciocínio poderá doravante mais ampliado envolvendo a água. A posse da terra não pode ser só da terra tem que abranger a preservação da sua fonte das suas matas e os vivos que nela existem.

Promovendo esta mudança de paradigma é uma relação ao regime de posse e uso atenderemos os princípios de justiça social desenvolvimento humano sustentável com uma segurança alimentar e até com o aumento de produção. Não poderemos só nos ater as condições e as concepções que consta no estatuto da terra. A reforma aguaria é irmã univitelina da reforma agrária.

*A democratização das águas e das terras com uma desconcentração hidrolatifundiaria se faz preciso porque não podemos preservar o corpo de um rio sem desprezado seus afluentes desde os mais íntimos olhos d águas.

* Não dá para produzir alimentos sem a preservação das águas da terra e seus veios hídricos.

* Preservar as águas e a terra gera trabalho e renda com sustentabilidade

* Água boa terra boa alimento bom comunica em um combate aberto contra a fome e a miséria.

* A reforma aguaria é importante para as cidades seu comercio sua indústria em um verdadeiro exercício de hidrocidadania.

*A reforma aguaria através da preservação gera comercio e diversificação todos os serviços.

*A preservação das águas aliada com ações de serviços públicos básicos torna as relações campo cidade auto-sustentáveis com o meio ambiente mais equilibrado

*A reforma aguaria fortalece a hidrocidadania entre o campo e acidade diminuindo em muito da migração das pessoas do campo para as cidades.

*A democratização das estruturas de poder passa a ser a coisa mais importante para uma reforma aguaria/agrária

*A hidrocidadania com justiça e respeito às relações hidrosociosambientais.

*A preservação do micro ecossistema como plataforma política de preservação do macro ecossistema.

Mas acima de tudo para entendermos este fato novo é preciso se primar no conceito de dois pólos importantes. A reforma agrária como conceito serve de apoio a reforma aguaria. Como quebra de paradigma para podermos avançar na defesa de uma hidrocidadania possível e um gran-bioambiente sustentável.

A estrutura hidrosociofundiaria esta organizada de forma que só os “donos” da terra têm acesso a este bem e junto vai o rio e as fontes e as matas em vastas dimensões. Em vários lugares do mundo a estrutura hidrofundiaria se apresenta de um jeito.

No nosso país a organização hidrolatifundiaria é compacta e vastas extensões de terra é esta nas mãos de poucos. E muito pouco quase nada e assim mesmo improdutiva fica para os “miseráveis” e outros tantos sem nada.

Hoje não poderemos mais falar grandes áreas de terra sem que seja integrado o elemento água por que acima de tudo as gigantescas propriedades as quais chamamos de latifúndios são na verdade hidrolatifundiarios e que na maioria das vezes são improdutivos não cumprindo qualquer função social.

E para entender o Brasil com todo a sua extensão de terra e água e defender um futuro melhor para os nossos filhos, ou netos, ou bisnetos, enfim para o povo brasileiro, é preciso defender uma reforma aguaria desde as nascentes dos rios ate seus estuários.

A reforma aguaria toca na ferida da estrutura fundiária no Brasil. Por isso se faz necessário que uma justiça social, portanto precisamos mudar a forma com que olhamos estes dois bens naturais isto é a terra e a água.

Como pode o campo sobreviver sem água?

Como pode as cidades e todas as suas complexas estruturas sobreviver e funcionará sem água?

Uma reforma aguaria é muito mais abrangente do que imaginamos já que envolve todo o hidricosistema social e seu modelo de desenvolvimento técnoindustrial é oportuno lembrar que a água de uns e doá-las para outros mais também não deixar que grandes oligopólios agroindustriais se apropriem das fontes e seus recursos. Não é só as grandes propriedades de terra que são improdutiva, mas também a água que nelas existem. É neste ponto que a reforma agrária é a prima irmã da reforma aguaria.

O poder público tem que ter política pra isso evitando a especulação e a destruição dos rios, lagos, mares, matas e florestas. Favorecendo assim as pequenas e medias propriedades ou as grandes também para isso tem que ter critério de defesa do Gran-ecobiositema em todas as suas dimensões.

É deverás bom lembrar que muitos países deste planeta que se dizem civilizados já fizeram todo o tipo de desgraça com suas terras e águas hoje é que falam em preservação ambiental, mas que por trás disso pode existir uma camisa de força contra as nossas pesquisas com novas tecnologias. Tipo compramos créditos de carbonos de vocês e vocês preservam suas matas e seus rios só que enquanto isso grandes industrias destes países vem aqui e compram estas novas tecnologias explorando toda as nossas matérias-prima e mão de obra. Bom negócio né?

Não passando de um novo colonialismo ECOlogicamente “correto” onde o que prevalece é a “ética” deles.

A reforma aguaria e a defesa de todas as nossas riquezas assim como a nossa cidadania já que água é à base da vida não da pra se falar em cidadania sem água. Portanto, reforma aguaria e agrária só se faz com uma conjunção de fatores de coexistência entre as cidades e o campo, pois é sabido desde os tempos mais longínquos da historia que as cidades prescindem dos campos.

Se a espécie humana quiser prolongar sua estada neste planeta tem que mudar seus suas formas de como usar seus recursos naturais. Por uma hidrocidadania possível para de uma reforma aguaria.

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