sexta-feira, 28 de novembro de 2014

TERRA PROMETIDA: Irmãos de ministro se entregam em Cuiabá; STF investiga políticos graúdos

Odair e Milton Geller se apresentaram na PF por volta das 23h00

 
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Parte das investigações que culminaram na Operação Terra Prometida deflagrada pela Polícia Federal nesta quinta-feira (27) foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF) por conta da prerrogativa de foro privilegiado de alguns dos suspeitos de fazer parte do esquema bilionário de grilagem de terras destinadas a reforma agrária transformadas em grandes lafitúndios. Conforme a Constituição Federal, gozam de foro privilegiado na Suprema Corte em relação a processos da esfera criminal ministros de Estado, senadores e deputados federais.

Em seu despacho, o juiz federal na comarca de Diamantino, Fábio Henrique Rodrigues de Moraes Fiorenza, que autorizou a expdição de 227 mandados de busca e apreensão e prisão, deixa claro a presença de autoridades com foro privilegiado com suspeita de envolvimento. “Diante do surgimento de nome com prerrogativa de foro perante o Supremo Tribunal Federal os autos foram remetidos a essa corte, que os desmembrou e os devolveu a este juízo para analisar as representações em relação às pessoas sem a prerrogativa”, diz um dos trechos da decisão judicial.

IRMÃOS DE MINISTRO
Na relação dos presos estão dois irmãos do ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Neri Geller (PMDB), político mato-grossense que detém base eleitoral em Lucas do Rio Verde. Tratam-se de Milton Geller, ex-prefeito de Tapurah e lotado como secretário Adjunto de Desenvolvimento da Agricultura Familiar na estrutura do governo do Estado e o empresário Odair Geller.

Aliás, os dois irmãos do ministro que tiveram as prisões decretadas se apresentaram na noite desta quinta-feira por volta das 23h00 na superintendência da Polícia Federal, em Cuiabá. Eles negam qualquer participação no esquema suspeito de desvios na ordem de R$ 1 bilhão com a utilização de "laranjas" para regularização de áreas na região Norte de Mato Grosso.

Aliás, todos presos na Operação Terra Prometida passaram a noite de quinta para sexta-feira na penintenciária central de Cuiabá. A decisão de mandar todos para o antigo Pascoal Ramos partiu dos delegados que comandam a operação.

Produtor rural, Neri Geller chegou ao cargo de ministro de Estado em meio a uma articulação política liderada pelo senador Blairo Maggi (PR), que recebeu apoio da bancada do PMDB na Câmara dos Deputados. A Operação Terra Prometida da Polícia Federal investiga a venda ilegal de lotes distribuídos por meio da reforma agrária conduzida pelo governo federal em Mato Grosso. 

Os crimes investigados são de invasão de terras da União, contra o Meio Ambiente, fraudes em documentos, corrupção ativa e passiva. Há investigados também nos Estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

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