OPERAÇÃO FALSÁRIO: Médica do sistema prisional de MT é acusada de comprar diploma
CARLOS DORILEO
/ Folha Max
Uma servidora do sistema prisional de Mato Grosso é acusada de
comprar diploma de Medicina. O caso está sendo investigado pela Polícia
Civil, que deflagrou a “Operação Falsário” nesta quarta-feira. A ação
combate a emissão irregular de diplomas no Estado.
As investigações apontaram que a servidora comprou o diploma após ser
aprovada em concurso para o cargo de médica. “A servidora ainda não foi
detida e está exercendo a função de médica normalmente”, afirmou a
delegada Ana Maria Machado Costa, titular da delegacia de São José dos
Quatro Marcos, responsável pelas investigações.
De acordo com a delegada, as investigações prosseguem e o intuito é
conseguir provas suficientes para indiciar e exonerar a servidora
pública. “Não podemos fornecer detalhes, porque é um caso grave e
precisamos de cautela”, disse.
A “Operação Falsário” resultou na prisão de 10 pessoas. O líder do
esquema, Carlos Alexandre Souza, está entre os detidos. Conforme as
investigações, ele é o responsável por comandar um esquema de venda de
diplomas falsificados, tanto de ensino fundamental, médio, técnico,
superior e pós-graduação.
A delegada informou que, pelo menos, 200 certificados foram vendidos
por Carlos Alexandre somente em Cuiabá. As investigações estão
acontecendo desde o mês de julho deste ano e foram comprovadas as
fraudes em 14 cidades de Mato Grosso, além dos estados de Minas Gerais,
São Paulo, Rio de Janeiro e Maranhão.
No total foram expedidos 23 mandados de busca apreensão, 23 conduções
coercitivas dos acusados de comprarem os diplomas e 11 mandados de
prisão. Uma pessoa ainda está foragida.
A Delegada Regional de Cáceres, Elisabete Garcia dos Santos, também
informou que Carlos Alexandre cobrava entre R$ 750 a R$ 1 mil por
diplomas de ensino médio e cerca de R$ 90 mil por um documento de
graduação. Ele responderá por falsidade ideológica e emissão de
documentos falsos.
A quadrilha que agia também em outros estados e recebia ajuda de
unidades de ensinos do Maranhão para validar os diplomas. O caso ainda
está sendo investigado e mais pessoas podem ser presas e autuadas,
informou a delegada Garcia. “A primeira fase da operação é apenas
cumprir os mandados, mas continuaremos as apurações até prender todos os
envolvidos”, finalizou.
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