sábado, 26 de abril de 2008

Aumento do arroz chega tarde demais aos produtores de Santa Catarina

Em fim de safra, produtores da região venderam colheita antes da alta-relâmpago nos preços

JÚLIA BORBA
Ilhota -

Mesmo com o aumento de 36%, o preço do arroz não anima os produtores da região. Nesta semana, a cotação da saca de 50 quilos passou de R$ 22 para R$ 30 na região. Maior alta desde 2004, quando valia R$ 32.

A alta do preço foi motivada por uma série de fatores econômicos nacionais e internacionais.Na região, a produção da safra 2007/2008 foi 50% menor do que a capacidade de produção, em razão do frio em fevereiro, em plena época da colheita, segundo a Epagri.

Já nos países asiáticos, como China, Índia e Tailândia, o consumo dos grãos aumentou, enquanto a produção diminuiu. Esses fatores reduziram a oferta e forçaram a elevação dos preços.- Está faltando arroz no mundo. Isso está refletindo no Brasil. Empresas internacionais estão correndo atrás do arroz brasileiro.

Nunca vi disso por aqui - comenta o presidente do Sindicato da Indústria do Arroz de Santa Catarina (Sindarroz-SC), Jaime Franzner.Enquanto o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Reinhold Stephanes, informava que o país poderia dificultar a exportação de arroz para evitar um desabastecimento no mercado interno, quarta-feira, agricultores do Vale demonstravam insatisfação com o aumento do preço tardio.

Os rizicultores esperavam o aumento antes do final da safra.Segundo o presidente do Sindicato Rural de Ilhota, Vidal Monoel Richarts, os produtores de arroz estão descontentes porque já venderam praticamente toda a colheita em março. São poucas as propriedades que ainda não colheram os grãos e poderão negociar com o preço novo - R$ 30.- As contas de insumos que temos de pagar não esperam o preço do arroz subir para vencer.

O reajuste não cobre as despesas e o custo da produção - lamenta o rizicultor Anderson Schmitt, 30, de Ilhota.No Alto Vale, os rizicultores também lamentam. No município de Agronômica, maior produtor da região, a maioria dos 54 rizicultores já negociou a colheita.- O aumento do preço do arroz é bom só para produtores que têm arroz estocado.

São poucos os que vão lucrar - afirma o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Agronômica e rizicultor há 30 anos, Walmor dos Santos Filho.Para o coordenador do Projeto de Pesquisa em Arroz da Epagri, Moacir Schiocchet, mesmo que o momento seja de desilusão, os rizicultores apostam que o preço do produto se manterá alto na safra do ano que vem.

( julia.borba@santa.com.br Postagem Kassu/AGUABOANEWS

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