Polícia Civil apreende mais de R$ 1,1 milhão em cheques na operação máfia da cobrança
LUCIENE OLIVEIRA
Assessoria/PJC-MT
Mais de R$ 1,1 milhão, em cheques, foram apreendidos na operação Cobrador, deflagrada na manhã desta quarta-feira (29.10), no município de Campo Verde (131 km ao Sul) pela Polícia Judiciária Civil. O dinheiro comprova atuação ilícita da máfia da cobrança em pelo menos oito municípios do Estado de Mato Grosso.
As folhas de cheques, que somadas ultrapassam R$ 1 milhão, foram encontradas dentro de um cofre apreendido na casa de Osvaldo Cirilo, apontado pela polícia como o chefe da quadrilha que atuava em quatro municípios do Sul do Estado - Campo Verde, Primavera do Leste, Jaciara e Rondonópolis - , além de Chapada dos Guimarães, Tangará da Serra, Rosário Oeste e Sinop. No cofre, havia ainda mais uma espingarda calibre 12, munições, notas promissorias, documentos de veículos, escrituras de imóveis
Segundo o delegado, Fernando Vasco Spinelli, que preside as investigações, os cheques e os documentos eram dados como garantias dos pagamentos de empréstimos. “As pessoas procuravam o agiota para pegar dinheiro a juro e quando não conseguiam pagar eram cobradas com práticas intimidatórias”, explicou.
No esquema de agiotagem – empréstimos de dinheiro a juros – a polícia identificou 15 pessoas. Destas, seis eram responsáveis diretamente pelas extorsões realizadas com truculência e intimidação e nove davam apoio nas cobranças de dívidas de empresários e pessoas comuns da região. “As pessoas que estavam devendo no mercado, principalmente para o líder do grupo, eram coagidas e ameaçadas”, disse o delegado regional de Rondonópolis, Jales Batista Silva.
As investigações iniciaram em março deste ano, quando uma vítima cansada das ameaças e de ser extorquida denunciou a polícia. A vítima contou que como forma de intimidação teve seu cachorro morto por envenenamento. Conforme a polícia, nas cobranças o grupo chegava a marcar data para realização do pagamento. O credor era também obrigado a assinar notas promissórias, confissão da dívida, passar cheques e dar imóveis como garantia do pagamento. Se ele não cumprisse com pagamento recebia ameaças diversas.
Com as apreensões a polícia espera que novas vítimas compareçam na delegacia para oferecer denúncias. Na operação foram empregados 6 delegados e 35 investigadores de polícia.
PRESOS - Três pessoas acusadas de integrarem o esquema de cobranças foram presas na operação. São elas: Marcilei Cardoso Cavalcanti, que é oficial de justiça, Marclean Menezes Lopes, agente prisional, e Jovair Rodrigues da Silva, apontado como sendo o “braço direito” do chefe da organização criminosa, Osvaldo Cirilo, um comerciante do ramo de postos de combustíveis está foragido. Contra ele há mandado de prisão. O agente prisional Marclean Menezes Lopez, sofreu um acidente na terça-feira (28.10) em Rondonópolis. Assim que receber alta, ele deve ser encaminhado para a delegacia.
Na casa de um dos presos, Jovair Rodrigues da Silva, foram apreendidos dezenas de documentos que comprovam as cobranças ilegais, um colete a prova de balas, cerca de R$ 50 mil, em cheques, notas promissórias assinadas, escrituras públicas e papeis com confissão de dívida. Durante o cumprimento de mandado de busca e apreensão na residência do principal suspeito, Osvaldo Cirilo, os policiais encontraram uma espingarda calibre 12, mais documentos, um cofre fechado e munições.
São procurados: Rosiel Lopez, Eguinaldo Jerônimo Aguiar, Zelmon Aparecido Sates Rocha, e o empresário Osvaldo Cirilo, acusado de agiotagem e contratar este grupo.
Os presos vão responder por crimes de extorsão, constrangimento ilegal, ameaça, agiotagem e formação de quadrilha.

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