domingo, 8 de março de 2009

Hidrovias e ferrovias são alternativas para embarcar produção agrícola

Editado por Kassu - 08/03/2009 às 20h17
AGUA BOA NEWS



BRASIL - Os agricultores organizados em cooperativas estão buscando cada vez mais alternativas de escoamento da sua produção agrícola para chegar, a preços competitivos, aos mercados externos, como os dos Estados Unidos e Europa.


Eclusas do Tucuruí

O reinício das obras das duas eclusas e do canal intermediário no rio Tocantins irá restabelecer a navegabilidade deste rio, interrompido pela construção da Usina Hidrelétrica de Tucuruí (UHT). O projeto está calculado em R$ 883 milhões, com recursos do PAC.

O vice-presidente Leste da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja/MT), Marcos da Rosa, afirma que a construção das eclusas viabilizará o uso da hidrovia do Araguaia, rio que se encontra com o de Tocantins.

As ferrovias podem baratear em até R$ 40 a tonelada da soja embarcada em relação ao frete rodoviário. “Infelizmente, esta economia não é repassada para os produtores, uma vez que as tradings têm a responsabilidade de fazer a operação de alocar o transporte para os mercados exportadores”, registra Rosa.

“Se os produtores se organizassem em cooperativas ou tivessem armazéns comunitários para receber a produção, poderiam fazer contratos diretos com as empresas ferroviárias, em tempo hábil, para embarcar a carga para os mercados europeu e asiático, em portos localizados no norte do País”, disse Marcos. Ele disse que o frete rodoviário custa entre US$ 80 e 110 a tonelada, de Canarana/MT até o porto de Paranaguá/PR.


Hidrovias, a navegação interior

Dos 42 mil quilômetros de rios navegáveis no Brasil, apenas 8,5 mil (20%) são efetivamente utilizados. Atualmente, cerca de 5% da produção agropecuária é transportada por hidrovias. A opção rodoviária continua sendo a modalidade predominante no atendimento ao agronegócio, com 60%, uma das mais concentradas do mundo. A participação do modal ferroviário é de 24%. Já o transporte hidroviário situa-se em apenas 14% da movimentação de cargas.

De acordo com o diretor de Infraestrutura e Logística do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Biramar Nunes de Lima, faz parte do planejamento estratégico do governo que esta tendência se inverta até 2025 deixando as hidrovias com 60% da movimentação dos transportes, 25% para as ferrovias e apenas 15% para as rodovias. “A expectativa é que, em dez anos, tenhamos uma matriz mais equilibrada, com mais investimentos em ferrovias e hidrovias”, projeta o diretor.


Estradas de ferro

As ferrovias brasileiras, outro modal alternativo para o transporte de longa distância, recebem cada vez mais atenção do governo federal. Para o diretor-executivo da Associação Nacional dos Transportadores Ferroviários (ANTF), Rodrigo Vilaça, as commodities agrícolas representam 18% do volume transportado pelas ferrovias.

O diretor-executivo da ANTF, Rodrigo Vilaça, disse que transportar até 400 quilômetros é altamente produtivo para uma carreta. As distâncias nas ferrovias vão de 400 quilômetros a mil e 500 quilômetros. Acima disso é navegação. “Os modais alternativos, ferroviário e hidroviário, precisam de melhorias para que possamos em um futuro de 10 a 15 anos alterar a matriz dos transportes brasileira para os padrões internacionais”, disse Rodrigo.

Para melhorar o escoamento da produção agrícola do Centro-Oeste, está programado para este ano, a construção da Ferrovia Uruaçu/GO-Vilhena/RO, que passará pelos municípios mato-grossenses de Cocalinho, Água Boa, Lucas do Rio Verde, Sorriso e Campo Novo do Parecis.

A Ferrovia Norte-Sul terá 2.258 km de extensão. No trecho Norte, de Açailândia (MA) a Palmas (TO), estão em obras 358 km a serem concluídos até o final de 2009. Outros 147 km já estão construídos. O trecho Sul, que inicialmente ligaria somente Palmas (TO) a Anápolis (GO), será estendido para Santa Fé do Sul (SP), Panorama (SP) e Porto Murtinho (MS). Concluídas as obras da ferrovia Norte-Sul, os produtores agrícolas do Tocantins, do Sul do Maranhão, do Leste do Mato Grosso e do Oeste da Bahia terão a alternativa de escolher o modal de transporte mais competitivo, ou utilizar o transporte multimodal, para embarcar o produto pelos portos da região Centro-Norte.


Melhorias nas estradas

A malha rodoviária federal conta com 66 mil quilômetros de extensão. De acordo com dados do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), são 4,1 mil quilômetros de rodovias duplicadas, cerca de mil quilômetros em obras de duplicação. As não pavimentadas chegam a 13 mil quilômetros, sendo que 4 mil quilômetros já se encontram em obras de pavimentação.

A pavimentação de 400 km da BR- 158, entre os municípios de Ribeirão Cascalheira (MT) e a divisa do Mato Grosso com o Pará, favorecerá o escoamento da produção agrícola do Leste e Nordeste do Mato Grosso. Estão em andamento obras rodoviárias de restauração, duplicação, pavimentação, conservação e construção de vias como a BR- 364, BR -163, BR -242 e BR -174.

Com objetivo de solucionar os gargalos logísticos e harmonizar os interesses públicos e privados na construção de uma agenda positiva, foi constituída pelo Mapa, em 2005, a Câmara Temática de Infraestrutura e Logística do Agronegócio. Pelos cálculos da Anut, 74 milhões de toneladas de grãos foram transportados pelas rodovias, 47 milhões pelas estradas de ferro e 9 milhões pelas vias fluviais. (Informações do Mapa). Fonte: O Pioneiro

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