quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Mãe vendia filha de 13 anos para o patrão de 62

Homem de 62 anos tinha permissão da mãe e do padrasto para fazer sexo com menina de 13 em troca de favores. Todos estão presos

Por Renê Dióz/ Diario de Cuiabá e MT Agora - Rodrigo Mateus
Publicado por Kassu - 08/10/2009 às 08h23

Delegado Dr. Flávio Stringueta (foto)

Por cerca de quatro meses, até ser preso preventivamente ontem, um homem de 62 anos, de família tradicional em Lucas do Rio Verde (a 354 quilômetros de Cuiabá), teria mantido relações sexuais com uma garota de 13 anos, em troca de dinheiro e presentes como celulares e câmeras fotográficas. O acusado é Luis Dallauba, que tinha, conforme as investigações policiais, o consentimento da mãe da menina para “namorar” sua filha em uma chácara de sua propriedade, nas cercanias da cidade.

Cada relação sexual era compensada com quantias que variavam de R$ 100 a R$ 150, segundo apurou a polícia. O dinheiro era pago à mãe da garota e a seu padrasto, família pobre com pelo menos outros três filhos e que teria se rendido à proposta do patrão. O acusado supostamente prometeu ao casal, que já trabalhava como caseiro da chácara antes de iniciarem os abusos, a posse da propriedade.

Toda essa história, que corria alheia aos olhos da Justiça, terminou na terça-feira com a prisão de Dallauba, da mãe da garota e de seu padrasto. Há aproximadamente 20 dias, a Polícia Civil de Lucas recebeu uma denúncia anônima sobre tudo o que se passava na chácara, localizada no bairro do Macuco.

Acionados, os investigadores de polícia passaram cerca de 10 dias em campana, tirando fotografias de toda movimentação que viam no local.

A princípio, não foi confirmada a denúncia de que o homem mantinha a menina em cárcere privado. De acordo com a polícia, a garota tinha liberdade e não era mantida presa em nenhum momento.

Os investigadores também não conseguiram flagrar, com imagens, qualquer momento que de fato apontasse a prática de abusos, tampouco de idas a motéis ou hotéis.

As investigações pararam nisso até que o delegado Flávio Stringueta contatou o Conselho Tutelar para falar do caso, na terça-feira. O próprio Conselho já estava de olho no caso da garota, pois aparentemente ela havia abandonado a escola e a desconfiança era de que estava sofrendo algum tipo de abuso (o “relacionamento” com o homem teria começado em junho, quando a garota ainda tinha 12 anos).

Feito o contato, o Conselho localizou a menina e a polícia colheu seu depoimento, no qual toda a história foi confirmada em detalhes. Embora os investigadores não tenham conseguido o flagrante, a garota revelou que foi pelo menos seis vezes a dois hotéis da cidade, acompanhada de Dallauba. Também contou que sentia nojo dos encontros com o homem, mas os tolerava porque entendia que, por meio deles, a família gozava de um pouco mais de conforto.

PRISÃO - Foi o suficiente para a Justiça conceder e a polícia executar na terça-feira a prisão preventiva (por 30 dias) da mãe, de Dallauba e do padrasto da menina, que também é acusado de tentar abusar dela numa ocasião em que passara a mão em seu corpo. “A menina estava largada à própria sorte. Quem deveria protegê-la estava abusando dela”, analisa Stringueta, que deve continuar a ouvir mais pessoas para finalizar as investigações. Entre elas, os irmãos da menina, cujos nomes não foram revelados por conta do constrangimento ao qual a criança está sujeita, como prevê o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). Ela e os meninos foram retirados da casa e estão sob a responsabilidade do Conselho Tutelar. A polícia também esclarece que, fora traumas psicológicos, a garota não sofreu lesão corporal por conta dos abusos.

Mãe, padrasto e o acusado, que deve responder por abuso sexual de menores, confessaram os abusos consentidos, mas negaram que negociavam dinheiro. O delegado ainda comenta que o acusado é de família muito influente e seu pai já teria sido dono de boa parte das terras em que hoje se localiza o município de Lucas do Rio Verde.

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