PF conclui inquérito da 'Maranello' e empresário é libertado
Polícia revela que 14 dos 26 indiciados estão foragidos.
Por TVCA
Publicado por Kassu - 08/10/2009 às 08h07
A Polícia Federal concluiu o inquérito da Operação Maranello, que investiga um esquema de tráfico internacional de drogas. No total, 26 pessoas foram indiciadas pelos crimes de associação ao tráfico, tráfico internacional de drogas, formação de quadrilha e crime contra o sistema financeiro.
De acordo com informações da polícia, 14 dos 26 indiciados ainda estão foragidos. Um dos suspeitos, o empresário Alexandre Zangarini, preso durante a operação e considerado um dos financiadores do esquema, foi solto ontem à noite.
O caso
Treze pessoas foram presas no dia 29 de setembro por suspeita de envolvimento com o tráfico de drogas. Entre os suspeitos estão quatro policiais civis, que dariam suporte para a quadrilha que realizava o tráfico. A droga seria trazida da Bolívia ao Brasil pelo Pantanal, utilizando fazendas adquiridas pelo grupo. De lá, a droga era distribuída para diversas partes do país.
De acordo com a polícia, a cocaína, com alto grau de pureza, foi localizada a pouco mais de 1 quilômetro da sede de uma fazenda no município de Barão de Melgaço (111 km de Cuiabá), arrendada para um empresa agropecuária de Cuiabá. O entorpecente, embalado em 376 tabletes, foi encontrado em 13 sacos plásticos escondidos embaixo de uma lona numa moita na mata fechada. A polícia acredita ter saído da Bolívia em um pequeno avião. A fazenda seria usada como base de apoio na distribuição da droga para outros estados do Brasil, principalmente a região sudoeste, por via terrestre.
O carregamento foi confirmado quando policiais civis passaram a fazer buscas na área de mais de 8 mil hectares da fazenda e fazer a contenção do local para que a droga não saísse da região. A justiça concedeu 15 dias de busca e apreensão dentro da fazenda. Nesse período, a perícia criminal encontrou vestígio de manipulação de drogas na sede da propriedade e foram apreendidos dois tratores usados na abertura da pista de pouso, duas carabinas de fabricação russa, além de 400 litros de combustível de avião.
Lavagem de dinheiro
Foram identificados núcleos criminosos que se dividem internamente em funções específicas visando à obtenção de lucros com o comércio de cocaína, bem como a lavagem de dinheiro do tráfico de entorpecente. O dinheiro do tráfico era dividido e depositado em contas bancárias de pessoas físicas e jurídicas.
Com isso eram feitas diversas movimentações financeiras em nome de terceiros com objetivo de disfarçar a origem ilícita do dinheiro. De acordo com a polícia, calcula-se que tais transações financeiras identificadas ultrapassem o montante de R$ 3 milhões.
As empresas utilizadas para a lavagem de dinheiro estavam em nome de membros da organização criminosa, de seus familiares e de terceiros, tanto empresas "de fachada" quanto empresas ativas que estavam situadas em três estados atuando em diferentes ramos como factorings, empresas de cobranças e até mesmo uma panificadora.
Carros de luxo avaliados foram apreendidos por ordem judicial. A frota faria parte do patrimônio que a quadrilha teria adquirido com o dinheiro do tráfico.
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